SINOPSE: Uma assassina habilidosa (Ana de Armas) que foi treinada nas tradições da organização Ruska Roma, busca vingança contra aqueles que assassinaram sua família. O filme se passa entre os eventos de “John Wick: Capítulo 3: Parabellum” e “John Wick: Capítulo 4”, e vai explorar o mundo das assassinas de aluguel.
O ano era 2014 e chegava aos cinemas “John Wick”, filme com Keanu Reeves sobre um assassino aposentado, que resolve volta à ativa, por causa da morte de seu cachorro. Com uma premissa simples e ação que remetia os filmes dos anos 1980 e 1990, o longa-metragem caiu no gosto do público, faturando US$ 86 milhões (para um orçamento de US$ 20 milhões).
Mais de dez anos depois, “John Wick” se tornou um sucesso de público e crítica, com quatro filmes (com um faturamento de US$ 590 milhões) e uma série prequel. E enquanto não temos um “John Wick 5”, Chad Stahelski e Lionsgate resolveram lançar “Bailarina”, spin-off que visa expandir a franquia.
A mitologia da franquia, centrada em uma ordem mundial de assassinos, que existe nas sombras da nossa sociedade, possui versatilidade para criar histórias iguais e inéditas ao que já vimos ao longo desses dez anos de “John Wick”
“Bailarina” traz a mesma fotografia que os filmes do personagem principal da franquia possui. Então prepare-se para muitas cenas noturnas, sombras e neon, muito neon. Além disso, elementos que consagraram “John Wick” se fazem presentes como o Continental e o somelier de armas, que acho muito legal.
Como todo filme da franquia, “Bailarina” tem ótimas cenas de ação, com direito a muita trocação de porrada e tiros. Uma coisa que me chamou atenção nesse ponto, foi a coreografia que Eve ou Kikimora, como é conhecida, apresenta nessas sequências.
Pensei que por termos uma protagonista feminina e pelo nome do filme, veria uma coreografia mais limpa, estilizada. Mas o que Kikimora apresenta nas sequências de luta é algo mais sujo, bruto. E isso faz todo sentido, pois Eve foi treinada pela mesma organização de John Wick: a Ruska Roma.
Mas o que diferencia Eve de John Wick nos momentos de combate, é que ela é mais fraca fisicamente que a maioria dos seus oponentes, e por isso vai usar de sua inteligência, sua esperteza para vencer os combates. Utilizando as palavras de sua treinadora: “para vencer, seja mulher”.
Eve é uma assassina altamente treinada que também mostra certa insegurança na hora dos confrontos. A escolha de Ana de Armas para viver a protagonista se mostrou acertada, pois sua atuação e porte físico, aliados à coreografia e o roteiro do filme, conseguem entregar essa dualidade que a personagem possui.
“Bailarina” apresenta alguns personagens novos como o Chanceler (Gabriel Byrne) e Pine (Norman Reedus); e traz de volta aqueles que já apareceram na franquia e funcionam como ligação de “Bailarina” com a franquia, como Winston (Ian McShane) a Diretora (Anjelica Huston) e próprio John WIck (Keanu Reeves).
E ao explicar quem são os algozes da família da Eve, centrada na figura do Chanceler, “Bailarina” acrescenta mais um elemento à sua mitologia: uma seita fanática de assassinos que causa receio até nas famílias mais tradicionais de matadores, como a Ruska Roma.
O roteiro é bem simples e direto, apresentando o que precisa para mover a trama sem se aprofundar demais, afinal o objetivo aqui é a pancadaria que tanto nos diverte nos filmes da franquia. Até por isso a motivação da protagonista é bem simples: vingança contra aqueles que mataram seu pai.
O terço final de “Bailarina” traz o embate da Kikimora contra o único capaz de pará-la: Baba Yaga. O resultado desse encontro é um pouco frustrante, pois poderia ter sido mais bem desenvolvido, trazendo um combate mais impactante, afinal, são os dois melhores assassinos que a Ruska Roma criou. Mas dentro da proposta do roteiro do filme, entrega o que é preciso.
O final de “Bailarina” deixa as portas abertas para uma possível continuação, que dependerá das bilheterias. Até o momento o filme arrecadou cerca de US$ 55 milhões para um orçamento de US$ 80 milhões. Caso “Bailarina” alcance US$ 200 milhões de receita, muito provavelmente teremos notícias do retorno de Eve.
Mas mesmo que “Bailarina” não ganhe uma continuação, a franquia está longe de ficar parada. Um spin-off de Caine, personagem que apareceu em “John Wick 4: Baba Yaga”, interpretado por Donnie Yen, foi confirmado. Também foi anunciado um anime mostrando a vida de John Wick antes dos eventos do primeiro longa-metragem, muito provavelmente trazendo uma história de origem, além de uma nova série, ainda sem muitas informações.
Independentemente se terá uma sequência, esse spin-off tem sua própria identidade, mesmo trazendo elementos da franquia e até o próprio Baba Yaga, em um ótimo e simples filme ação. Dessa forma, só posso dizer que vale a pena assistir “Bailarina”.
Ficha Técnica:
Título Original: Ballerina
Título no Brasil: Bailarina
Gênero: Ação
Duração: 125 minutos
Diretor: Len Wiseman
Produção: Basil Iwanyk, Erica Lee, Chad Stahelski
Roteiro: Shay Hatten
Elenco: Ana de Armas, Anjelica Huston, Gabriel Byrne, Lance Reddick, Catalina Sandino Moreno, Norman Reedus, Ian McShane, Keanu Reeves
Companhias Produtoras: Summit Entertainment, Thunder Road Films, 87North Productions
Distribuição: Lionsgate