SINOPSE: Stitch (Chris Sanders), o experimento 626, é um extraterrestre expressivo que é adotado como animal de estimação por Lilo (Maia Kealoha), uma imaginativa e rebelde garota havaiana, e juntos eles descobrem o significado de família. O jeito extrovertido de Lilo mais do que corresponde à energia caótica do pequeno monstro peludo e impulsivo que está sendo caçado pelos agentes da Federação Galáctica Unida. A amizade incomum entre os dois provoca uma série de confusões e problemas até com a assistente social que cuida de Lilo, observando seu bem-estar ao lado da irmã Nani, sua tutora legal desde a morte dos pais.
Quem me conhece sabe que não sou o maior fã de filmes de animação, com poucas produções que me chamaram a atenção a ponto de assisti-las. “Lilo & Stitch” é um exemplo de longa-metragem animado que não vi, sendo que meu contato com a história e os personagens foi através da série animada que era exibida na TV Globinho. Dessa forma, não sei o quanto o live-action, que estreou esse mês, é fiel ao material original.
Assisti a “Lilo & Stitch” dublado e isso ativou minha memória instantaneamente, pois Márcio Simões, que dublou a animação de 2002, retorna para dar voz ao alienígena azul causador de problemas. Os demais dubladores são estreantes na história, o que me surpreendeu pois achei que Bianca Salgueira, que dublou Lilo no material original tinha retornado. Quem dá voz à parceira de encrencas de Stitch no live-action é Lara Paciello, de apenas seis anos.
Sou um grande defensor da dublagem brasileira, tanto em desenhos e produções animadas como em filmes live-actions, e em “Lilo & Stitch” percebe-se como os profissionais do nosso país são os melhores nessa arte de dar voz e interpretar personagens.
O CGI empregado no live-action está excelente, com um ou outro momento em que atores reais e personagens animados não combinam. O maior cuidado em relação a isso, claro, é com Stitch. Sua participação e principalmente suas inteirações com Lilo estão perfeitas, a ponto de realmente parecer que a menina está brincando e aprontando com o alienígena azul.
Falando um pouco da narrativa, “Lilo & Stitch” segue um roteiro básico de quase toda animação: muita confusão, comédia, drama, superação e reconciliação. Mas ao contrário das produções animadas que já assisti, esse live-action não pesa a mão demais nos dramas pessoais, tornando o filme em uma história dramática com elementos infantis e lúdicos.
Em “Lilo & Stitch” já senti que é justamente o contrário: uma história divertida, que aborda entre uma travessura e outra dos protagonistas, um tema sério, que nesse caso é perda trágica dos pais de Lilo e Nani. Aliás, família, é o tema dramático do filme, já que se por um lado temos duas irmãs tendo que lidar com as consequências da morte dos pais, temos Stitch vendo em Lilo e Nani uma possibilidade de fazer parte de uma ‘ohana.
Mas mesmo abordando temas como perda e família, “Lilo & Stitch” explora essas questões mais séries na medida certa, sem ofuscar o pilar principal do filme, que é diversão.
“Lilo & Stitch” é um filme extremamente divertido, que alegra nosso dia ao assisti-lo. Stitch é hiperativo e se no começo ele fazia suas travessuras por sua índole “maldosa”, com o tempo ele se torna o parceiro de bagunça de Lilo, que além de amorosa e defensora dos animais, vê no alienígena azul, o amigo que ela tanto quer. Como nossa protagonista mirim disse: ela e Stitch são da turma do problema.
Para completar a tríade de CGI bem utilizado e roteiro enxuto e divertido, temos o elenco bem escolhido. Stitch apesar de ser uma criação à partir de efeitos visuais, é carismático e engraçado e a dublagem de Márcio Simões dá aquele toque especial ao personagem. Sidney Agudong dá conta do recado e traz uma Nani Pelekai precisando lidar com o fato de que é irmã e mãe de uma criança que acabou e perder os pais.
Porém, a estrela do filme é Maia Kealoha, de sete anos, que dá vida a pequena Lilo. A atriz mirim é simplesmente fofa demais, de uma graciosidade e carisma gigantesco, que é impossível não se apaixonar por ela. Mas além dessas qualidades, Maia é extremamente talentosa, mostrando que atuar está no seu DNA.
Se a crítica positiva e os aplausos e sorrisos de quem assiste ao filme não são suficientes, a bilheteria mundial de quase US$ 350 milhões em apenas uma semana (para um orçamento de US$ 100 milhões) o colocam como um grande sucesso da Disney no que se refere à live-actions de suas animações. E não ficaria nada surpreso, se muito em breve, o Mickey não anunciasse um segundo longa-metragem de “Lilo & Stitch”.
E uma ideia muito legal, seria Lilo e Stitch bagunçando o multiverso das animações da Disney, assim como os materiais promocionais desse filme fizeram.
Poderia estender essa resenha um pouco mais, mas não faz sentido, pois esse live-action é simples e direto em seu objetivo: o de divertir, mostrando que menos pode ser sim, mais. Por esse motivo, digo que vale muito a pena assistir “Lilo & Stitch”!
Ficha Técnica:
Título Original: Lilo & Stitch
Título no Brasil: Lilo & Stitch
Gênero: Live-Action
Duração: 120 minutos
Diretor: Dean Fleischer Camp
Produção: Jonathan Eirich, Dan Lin
Roteiro: Chris Kekaniokalani Bright, Mike Van Waes
Elenco: Maia Kealoha, Chris Sanders, Sydney Elizebeth Agudong, Zach Galifianakis, Billy Magnussen, Courtney B. Vance, Hannah Waddingham, Kaipo Dudoit, Tia Carrere, Amy Hill, Emery Hookano-Briel, Jason Scott Lee
Companhias Produtoras: Walt Disney Pictures, Rideback
Distribuição: Walt Disney Studios Motion Pictures
