SINOPSE: Em uma comunidade idílica habitada por alguns dos indivíduos mais proeminentes do mundo, o carismático presidente Cal Bradford (James Marsden) é encontrado morto, configurando o primeiro assassinato da cidade. Xavier Collins (Sterling K. Brown), segurança pessoal do presidente, é quem encontra o corpo e inicia uma investigação por conta própria para descobrir o assassino. Logo, ele descobre que não pode mais confiar em pessoas que considerava seus aliados e, para encontrar justiça, ele precisará colocar toda sua coragem e senso de justiça à prova diante de uma conspiração gigantesca.

De vez em quando, algumas séries que passam abaixo do radar, se tornam verdadeiros fenômenos de audiência e visualização na TV e streaming, sendo “Round 6”, “La Casa de Papel” alguns exemplos disso.

Em janeiro desse ano, estreou no Disney+, “Paradise”, que trazendo um formato narrativo semelhante a “Lost” e elementos narrativos de “Silo”, caiu nas graças daqueles que assistiram. E graças ao boca-a-boca dessas pessoas e ao engajamento digital, se tornou, até o momento, a série queridinha de 2025.

Mas o que faz de “Paradise” tão interessante e mais importante: ela merece todo esse hype? Mas para responder essas perguntas, alguns spoilers podem ser liberados, então continue por sua conta e risco.

O primeiro episódio tem um plot twist muito bom e acredito que é justamente ele que faz você querer continuar assistindo “Paradise”. Xavier (Sterling K. Brown) é um agente do Serviço Secreto que faz a segurança do presidente Bradford (James Marsden), que está morando em uma cidade do interior estadunidense, longe da Casa Branca e de Washington. O fato do presidente dos Estados Unidos estar residindo fora da Casa Branca me causou estranheza e curiosidade. Será que ele sendo escondido e protegido de alguma ameaça?

Essa sensação é reforçada quando Xavier encontra Bradford morto em seu quarto. Logo o agente secreto precisa descobrir quem assassinou o presidente e os motivos para tal crime. Com esses elementos apresentados, tudo leva a crer que a série será um thriller político.

Porém, ao final do primeiro episódio, temos a revelação de que a cidade onde a história se desenrola parece estar embaixo de uma redoma, algo parecido ao que vemos em “O Show de Truman”; explodindo minha cabeça, atiçando minha curiosidade e fazendo surgir uma pergunta na minha cabeça: “Que porra está acontecendo?”

A partir do segundo episódio, “Paradise” mistura o thriller político com ficção científica e se aproxima de “Silo”, ao descobrirmos que a cidadezinha é um refúgio subterrâneo para o que sobrou da humanidade, que, por algum motivo, não consegue mais viver na superfície do planeta.

Durante alguns episódios, “Paradise” se assemelhou bastante à “The Loftovers” que conta uma história sobre as consequências da Partida Repentina, na qual 2% da população mundial simplesmente desaparece. A série da HBO foca nas pessoas que ficaram e na busca deles para compreender esse evento. Sem ter o objetivo principal de explicar essa tragédia, o que pode ser frustrante para alguns, para outros, é um verdadeiro combustível para a curiosidade, nos fazendo assistir a novos episódios em busca de pistas e criando teorias.

“Paradise” parece muito com “The Loftovers” porque o foco da história fica em desvendar o assassinato do presidente e nos dramas pessoais dos personagens, mencionando o evento que destruiu a humanidade, mas sem explicá-lo, atiçando assim nossa curiosidade sobre o que pode ter ocorrido com nosso planeta.

Já a semelhança entre “Paradise” e “Lost” fica por conta dos flashbacks para desenvolver os personagens, mostrando os eventos do passado que levaram ao status atual de cada um. Esse recurso narrativo é muito bem utilizado, criando as camadas necessárias para os personagens e criando a conexão necessária com eles para nos importarmos com suas histórias.

Com um bom desenvolvimento dos personagens, fica fácil distinguir as personalidades de cada um. Xavier Collins é correto e dificilmente faz algo que vá contra seus valores, mas sua principal característica é sua obstinação, indo até o fim em suas decisões, não importando quais obstáculos precise enfrentar. O ator Sterling K. Brown entrega a imponência que o personagem precisa, parecendo ocupar todo o espaço, além de convencer com sua expressão sempre quase sisuda e séria.

James Marsden parece muito à vontade no papel do bom garoto e não é diferente ao interpretar o presidente Cal Bradford, um político carismático e do povo, sem os trejeitos que os políticos precisam possuir para estar dentro do governo mais poderoso do planeta.

Mas com disse Mister Glass (Samuel L. Jackson) em “Corpo Fechado”: todo herói precisa de seu nêmesis. E Sinatra, interpretada pela atriz Julianne Nicholson, é a vilã que Xavier precisa. A princípio suas ações parecem ser movidas pela necessidade de proteger sua filha, mas logo percebemos que seu objetivo é a manutenção do poder. Se Xavier é o baluarte dos bons valores, Sinatra é bastião da ganância e imoralidade. E se a ideia é detestar o antagonista da história, então Julianne Nicholson e o roteiro cumprem a função com cem por cento de sucesso.

“Paradise” vai bem, mantendo uma narrativa bem elaborada, porém, o último episódio parece um pouco menos intenso que os demais, com algumas resoluções envolvendo Xavier e Sinatra que me pareceram que faltou alguma coisa aos realizadores da série. Com relação a resolução do assassinato de Bradford, eu gostei do que foi apresentado, pois quebra mais uma vez as expectativas que vamos criando a respeito do crime.

“Paradise” é a série mais assistida em 2025, até o momento, alcançando números impressionantes: média de sete milhões de visualizações, somente nos Estados Unidos, e 17,6 milhões de visualizações globalmente no Disney+. Esses índices mais que carimbaram a renovação para uma segunda temporada, com alguns bons ganchos a serem explorados.

Achei “Paradise” dentro da cartilha de como fazer uma série instigante e divertida, mas não sei se a coloco entre as melhores do ano até o momento. Porém, com roteiros e personagens bem escritos e utilizando muito bem recursos narrativos que prendem nossa atenção e quebram nossas expectativas, digo que vale a pena assistir “Paradise”.

Ficha Técnica:

Título Original: Paradise

Título no Brasil: Paradise

Gênero: Drama, Suspense, Ficção Científica

Temporada: 1

Episódios: 8

Criador: Dan Fogelman

Produtores: Sterling K. Brown, Dan Fogelman, John Requa, Glenn Ficarra, Jess Rosenthal, John Hoberg, Steve Beers, Chris Nguyen-Gia

Diretores: Glenn Ficarra, John Requa, Gandja Monteiro, Hanelle Culpepper,

Roteiro: Dan Fogelman, Katie French, Jason Wilborn, Scott Weinger, Stephen Markley, Gina Lucita Monreal, John Hoberg, Nadra Widatalla, Jon Beavers, Cassidy Freeman, Gerald McRaney, Enuka Okuma, Richard Robichaux,

Elenco: Sterling K. Brown, Julianne Nicholson, Sarah Shahi, Nicole Brydon Bloom, Aliyah Mastin, Percy Daggs IV, James Marsden, Krys Marshall, Matt Malloy, Charlie Evans, Ian Merrigan, Michelle Meredith

Companhias Produtoras: Rhode Island Ave. Productions, 20th Television

Transmissão: Disney+

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Publicado por Marcelo Santos

Quase biólogo, formado em Administração. Maníaco desde criança por filmes e séries. Leitor assíduo de obras de ficção, terror, fantasia e policial.

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