SINOPSE: Baseada na série homônima de quadrinhos criada por Robert Kirkman (The Walking Dead), Mark Grayson é filho de Omni-Man, o super-herói mais poderoso da Terra. Pouco depois de seu 17º aniversário, Mark começa a desenvolver seus próprios poderes, incluindo superforça, velocidade, vôo, cura rápida e alguma invulnerabilidade. Agora, o jovem vai precisar de seu pai para aprender a controlar suas habilidades. Mas ele logo descobre que o legado familiar é mais sombrio do que imaginava.
A Amazon tem explorado com sucesso histórias politicamente incorretas, umas mais que as outras. E apesar de investir muito dinheiro em outras produções, como a série “O Senhior dos Anéis: Os Anéis do Poder” (onde serão investidos US$ 1 bilhão para produzir cinco temporadas), são as narrativas mais violentas que tem atraído as pessoas para sua plataforma de streaming. Não é à toa que “The Boys” é a produção da Amazon Prime Video mais assistida e a mais procurada, antes, durante e depois de cada nova temporada.
Não se preocupe que vamos trazer nossas resenha sobre a quarta temporada de “The Boys”, mas enquanto isso, que tal clicar nos links abaixo e ver o que achamos das demais temporadas?
Outra produção que aumenta consideravelmente a minutagem de exibição da Amazon Prime Video é “Invencível”, série animada que adapta os quadrinhos homônimos de Robert Kirkman, que para quem não está lembrando, é o criador da HQ “The Walking Dead”, que deu origem a uma das séries mais assistidas de todos os tempos, e que bateu durante muitos anos, de frente com “Game of Thrones”, pela preferência do público.
Devido ao tempo que nosso ficou fora do ar, resolvi condensar nessa resenha as temporada dois e três de “Invencível”. Então, fica o aviso de que se você continuar lendo essa resenham, muito provavelmente receberá spoilers.
2ª Temporada: Um Grande e Não Tão Brilhante Interlúdio
Após os brutais e emocionantes eventos do episódio final da primeira temporada, as expectativas em cima de “Invencível” foram às alturas, pois quem assistiu a série animada queria saber o que aconteceria com Mark, Nolan, Debbie e todos os envolvidos na batalha devastadora entre Omni-Man e Invencível.
Porém, a segunda temporada levou quase três anos para estrear e acredito que o motivo desse hiato tão grande, foi consequência em reunir os atores e atrizes para dublarem seus personagens, que devido a quantidade e concorrência para fazerem outros trabalhos, afinal estamos falando de nomes como Steven Yeun, Sandra Oh, JK Simmons e tantos outros.
A parte que mostra como seguir a frente após um evento catastrófico que foi a luta entre Nolan e Mark é bem desenvolvido e legal, pois mostra algo que nos quadrinhos em geral fica de lado, como em animações da Warner sobre a Liga da Justiça, onde os super-heróis destrroem tudo pelo caminho em lutas colossais. A parte da reconstrução, da responsabilização pelas mortes, pelas consequências psicológicas e emocionais dos envolvidos direta ou indiretamente não são mostrados.
Então, a segunda temporada de “Invencível” mostra Mark e Debbie tentando recolher os cacos em que sua família se transformou. E para Mark existe um agravante: as mortes de dezena de milhares de pessoas é sua responsabilidade, sua culpa de certa forma, que faz com que ele reprima o potencial de seus dons.
O momento mais aguardado, que é o reencontro entre Omni-Man e Invencível acabou sendo bastante frustrante, pois devido as minhas expectativas, esperava algo mais emocionante, até pelo que foi mostrado no episódio final da primeira temporada.
Se fica alguma coisa de boa nesse reencontro, é Mark descobrindo que tem um irmão, que é filho de Nolan com uma fêmea insectóide. Por que isso é importante? Simples: o bebê tem os poderes dos viltrumitas e a fisiologia acelerada da mãe, que faz que ele cresça e desenvolva muito mais rápido que os humanos.
Até mesmo o grande antagonista da segunda temporada se mostra decepcionante. Angstrom Levy (Sterling K. Brown), é uma pessoa com o poder de abrir portais para outras dimensões e outras realidades, mas analisando bem, não me pareceu um desafio tão grande para Mark, como Omni-Man foi. O desfecho do confronto entre Angstrom e Invencível terá consequências que serão mostradas na terceira temporada, porém não chega nem perto do que foi o embate entre Omni-Man e Mark.
Temos um gostinho da brutalidade vista na primeira temporada, quando Mark e Nolan precisam enfrentar outros viltrumitas, me deixando com a impressão que os produtores guardam as lutas mais impactantes quando esses seres alienígenas e os mestiços de sua espécie se digladiam.
Além das batalhas entre viltrumitas e Mark e Debbie tendo que lidar com as consequências dos atos de Nolan, a revelação de que Cecil fará o que for preciso para defender o planeta, são os pontos altos da segunda temporada. Aliás, Cecil é o personagem que melhor é desenvolvido em “Invencível”, como vai ficar confirmado na próxima temporada.
3ª Temporada: O Retorno Triunfante de “Invencível”
Admito que depois de assistir a segunda temporada, perdi muita da empolgação em relação ao terceiro ano de “Invencível”. Mas o que vi, mostrou que os produtores estavam reservando grandes e incríveis coisas para a série animada.
Primeiro vou falar do que não gostei e que chegou a me irritar na terceira temporada: o lamento constante de Mark Grayson. Durante todo o ano atual, vemos Invencível se lamentando pelas mortes que ele causou e em especial a de Angstrom, em um momento de descontrole.
Então, a cada novo episódio, Mark se lamentava e chorava e alguém ia lá e o consolava. Ele se sentia melhor até o próximo episódio, quando começava esse ciclo de chororô enfadonho.
Mas tirando esse fato irritante, a terceira temporada conseguiu voltar ao brilhantismo do primeiro ano, com episódios ágeis e emocionantes, além de retornar aquele sentimento de urgência, afinal o Império Viltrum deu um ultimato a Invencível: conquistar a Terra ou ver o planeta morrer.
Esse senso de urgência fica muito evidente nas ações de Cecil, que sabendo o tamanho da ameaça que são o viltrumitas, vai usar tudo e todos que estiverem ao seu alcance para proteger o planeta.
Essa postura de Cecil, desencadeia a ruptura na parceria entre o diretor da ADG e Invencível, em um segundo episódio muito bem escrito e desenvolvido.
Cecil é a versão Amanda Waller do universo de “Invencível” e partilham da filosofia apresentada nessa terceira temporada: “Podemos ser os mocinhos ou os que salvam o planeta. Não dá para ser os dois”. Porém ao contrário de Waller, que é fria e calculista, só se importando com o objetivo a ser alcançado, Cecil, sofre e se importa com as consequências de seus atos. E como disse, o diretor da ADG continua sendo o melhor personagem da série animada.
Mas além desse episódio explosivo, temos alguns outros que devolvem a terceira temporada ao brilhantismo que o primeiro ano conquistou. O episódio da Guerra dos Invencíveis mostra o que pode acontecer com a Terra quando vários seres dotados dos poderes viltrumitas se enfrentam. Além de mostrar o que pode acontecer se Mark aceitar seu lado alienígena de vez.
E no rastro da Guerra dos Invencíveis, temos o último episódio, onde temos a chegada de Conquista. Os viltrumitas podem viver milhares de anos e ficam mais fortes com o passar do tempo. Conquista é considerado o segundo viltrumita mais poderoso do Império Viltrum e de acordo com ele, instrutor de Nolan, pai de Mark.
Conquista ganha contornos assustadores graças a fantástica dublagem de Jeffrey Dean Morgan, que parece estar se divertindo muito, como você pode ver no vídeo a seguir, e que quando o assunto são vilões, ele os interpreta com maestria.
O desfecho dessa luta, tem o envolvimento de Eve Atômica (Gillian Jacobs) que depois de um evento traumático extremo, destrava seus poderes que são capazes de modificar a estrutura de seres sencientes, algo muito parecido com o Homem Molecular da Marvel, que possui total controle sobre os átomos e partículas subatômicas do Universo.
Considerações Finais
Como todo final de temporada, temos uma prévia do que está por vir para o próximo ano. Não pretendo dizer o que é mostrado, mas o mais importante é que se os produtores da série animada mantiverem o ritmo e qualidade narrativa, bem como os sentimentos que transmitiram nos primeiro e terceiro ano de “Invencível”, então a quarta temporada promete demais.
“Invencível” apresentou altos e baixos, mas os produtores parecem ter entendido o que torna essa série animada tão elogiada e vista. Com o que vi no ano atual, voltei a ficar empolgado e ansioso com o que virá na quarta temporada.
Dito tuuuuudo isso, só posso dizer que vale muito a pena assistir “Invencível”!
Ficha Técnica:
Título Original: Invincible
Título no Brasil: Invencível
Gênero: Animação, Ação, Drama, Super-Herói
Temporadas: 3
Episódios: 25
Criador: Robert Kirkman
Produtores: Robert Kirkman, Simon Racioppa, Cory Walker, David Alpert, Margaret M. Dean, Catherine Winder, Seth Rogen, Evan Goldberg
Diretores: Robert Valley, Paul Furminger, Jeff Allen, Cory Evans, Jay Baker, Jae Harm, Vinton Heuck, William Ruzicka, Haylee Herrick, Sol Choi, Ian Abando, Tanner Johnson, Jason Zurek
Roteiro: Robert Kirkman, Simon Racioppa, Chris Black, Ryan Ridley, Christine Lavaf, Curtis Gwinn, Simon Racioppa, Helen Leigh, Matt Lambert, Adria Lang, Vivian Lee, Robert Kirkman, Jay Faerber, Tania Lotia, Helen Shang, Ross Stracke
Elenco: Steven Yeun, Sandra Oh JK Simmons, Lauren Cohan, Sonequa Martin-Green, Chad L. Coleman, Michael Cudlitz, Lennie James, Ross Marquand, Zachary Quinto, Gillian Jacobs, Jason Mantzoukas, Malese Jow, Gray Griffin, Walton Goggins, Chris Diamantopoulos, Seth Rogen, Andrew Rannells, Zazie Beetz, Clancy Brown, Kevin Michael Richardson, Mark Hamill, Mahershala Ali, Mae Whitman, Max Burkholder, Michael Dorn, Ezra Miller, Nicole Byer, Jeffrey Donovan, Jonathan Groff, Jon Hamm, Djimon Hounsou, Justin Roiland, Reginald VelJohnson, Jeffrey Dean Morgan
Companhias Produtoras: Skybound North, Wind Sun Sky Entertainment, Skybound Animation, Point Grey Pictures, Amazon MGM Studios
Transmissão: Amazon Prime Video