SINOPSE: George Mullen (De Niro), um respeitado e popular ex-presidente norte-americano é convocado para atuar como líder da chamada Comissão Dia Zero, que tem como missão identificar os responsáveis por trás de um ataque cibernético que causou fatalidades em todo o país e ameaça à segurança nacional. Enquanto tenta desvendar os responsáveis pelo ataque, Mullen se vê no centro de uma trama política complexa.
Tenho uma lista de atores e atrizes que sempre chamam minha atenção quando estão associados a alguma produção. Robert De Niro é um desses profissionais da Sétima Arte, que quando aparece vinculado a um filme ou série, ganhar minha simpatia.
Robert De Niro é ator, produtor e diretor e iniciou sua carreira no cinema em 1965. Mas foi em 1974, interpretando o jovem Vito Corleone em “O Poderoso Chefão 2”, que lhe rendeu o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante no ano seguinte e gravou seu nome no hall dos grandes atores e atrizes de Hollywood. Com mais de cinquenta títulos em sua filmografia, De Niro já ganhou o Oscar de Melhor Ator em 1981, por “Touro Indomável”; além de prêmios pelo conjunto da obra no Globo de Ouro e SAG Awards.
Com um currículo desses, qualquer produção em que Robert De Niro está envolvido, cria expectativas, não só em mim, mas em outras pessoas, amantes de cinema e séries. E com “Dia Zero”, não foi diferente.
“Dia Zero” lembrou bastante “Força Áerea Um”, com um presidente salvando os Estados Unidos de uma ameaça terrorista. E esse tom de filmes dos anos 1980 e 1990 me incomodou no início, porque a expectativa que o trailer me passou é que veria o ex-presidente George Mullen utilizando a carta branca dada a ele para identificar e prender os responsáveis pelo ataque cibernético, por qualquer meio que ele achasse necessário. Algo parecido com o general William Deveraux, interpretado por Bruce Willis, em “Nova York Sitiada”. Além disso o suposto problema cognitivo de George Mullen seria um agravante para uma situação extrema e que iria extrapolar os limites da moralidade.
Porém, o que se vê é um George Mullen preocupado em não cruzar linhas que não teriam volta, como a tortura e não utilizar seu poder pleno para ferir os direitos civis das pessoas.
Mas depois que substitui minhas expectativas iniciais, “Dia Zero” se tornou uma série divertida, com um ritmo narrativo gostoso e boas sacadas para prender a atenção.
Tirando a pretensão do atentado cibernético, “Dia Zero” está no bololô de outras séries com a mesma temática, que agrada quem gosta do tom aventuresco de filmes e séries da década de 1980 e 1990, com direito a muitos clichês, como o do vilão se encontrar com George Mullen e explicar com todas as vírgulas seu plano e suas motivações. Algo um tanto idiota não é mesmo?
A motivação dessa grande conspiração, que envolve integrantes do governo e bilionários é niilista: de que se não for feito nada radical o quanto antes, como o ataque cibernético que matou milhares de pessoas, os Estados Unidos deixarão de existir. Esse ato radical tem como objetivo acabar com as polarizações ideológicas existentes. Ou seja, diante de um problema que pode destruir todo um país, as pessoas se uniriam, colocando suas diferenças de lado, para enfrentar o grande vilão. Esse estímulo que o ataque cibernético visa criar na população estadunidense é parecido com o final do filme “Watchmen”.
Além de Robert De Niro, a série tem grandes nomes no elenco, como Angela Bassett e Matthew Modine. A atriz interpreta a atual presidente dos Estados Unidos e sua presença em “Dia Zero” tem mais o teor de participação especial que algo relevante para a história. Já Matthew Modine tem uma importância maior para trama, como líder do Congresso estadunidense e que vê no ataque cibernético, uma chance de alavancar sua ida para o Salão Oval.
O desfecho de “Dia Zero”, apesar de flertar com algo mais cinza, acaba em um clichê básico, e, que encerra satisfatoriamente a série. Não acredito que a produção ganhe uma segunda temporada, até por não empolgar tanto quanto a Netflix gostaria.
Diminua suas expectativas que nomes como Robert De Niro, Angela Basset e Mattew Modine criam; não espere reviravoltas grandiosas e nem uma história que fuja dos clichês básicos desse tipo de trama e com certeza você se divertirá como eu me diverti assistindo a “Dia Zero”.
Sendo assim, dentro de suas limitações, vale a pena assistir “Dia Zero”!
Ficha Técnica:
Título Original: Zero Day
Título no Brasil: Dia Zero
Gênero: Thriller Político
Temporada: 1
Episódios: 6
Criadores: Eric Newman, Noah Oppenheim, Michael Schmidt
Produtores: Eric Newman, Noah Oppenheim, Michael Schmidt, Robert De Niro
Diretores: Lesli Linka Glatter
Roteiro: Eric Newman, Noah Oppenheim, Michael Schmidt, Roberto Patino, Eli Attie, Dee Johnson
Elenco: Robert De Niro, Lizzy Caplan, Jesse Plemons, Joan Allen, Connie Britton, Bill Camp, Dan Stevens, McKinley Belcher III, Angela Bassett, Matthew Modine, Clark Gregg, Gaby Hoffmann, Mark Ivanir, Mozhan Navabi, Hannah Gross, Cuyle Carvin, Eden Lee, Ryan Spahn, Colin Donnell
Companhias Produtoras: Grand Electric Productions, Prologue Entertainment, Canal Productions, Inc., Glickmania, Whatever Lola Wants Productions, Inc.
Transmissão: Netflix