SINOPSE: Drasa (Anya Taylor-Joy) e Levi (Miles Teller) são dois agentes altamente treinados convocados para uma missão misteriosa: se hospedar, durante um ano, em torres de guarda em lados opostos de uma fenda. Os dois precisam defender e tomar conta desse buraco nebuloso. Enquanto vigiam esse local, os dois passam a se comunicar à distância, estabelecendo uma conexão inusitada, mesmo sendo estritamente proibido. Quando, porém, as coisas saem do controle, Drasa e Levi precisam reunir suas melhores estratégias e trabalhar em equipe para saírem dessa fossa e controlar o que se esconde entre as névoas e a escuridão.

Scott Derrickson é um diretor / roteirista que já fez filmes dos mais variados estilos, sendo conhecido pelo público geral por “Doutor Estranho” de 2016; mas é pelo terror que ele é mais lembrado, tendo na sua filmografia títulos como: “O Telefone Preto”, “A Entidade”, “Livrai-Nos do Mal” e pelo fantástico e assustador, “O Exorcismo de Emily Rose”.

Com filmes como esse em sua carreira, Scott Derrickson é um dos nomes mais importantes da filmografia de terror contemporânea.

Essa semana estreou o mais novo filme de terror de Scott Derrickson em parceria com a Apple TV+: “Entre Montanhas”. Os primeiros materiais promocionais me levaram a crer que seria uma história de amor envolvendo dois agentes secretos, interpretados por Miles Teller e Anya Taylor-Joy. Mas à medida que assistia ao filme, logo percebi que a história transitou pelo romance e terror, com doses ficção científica, ação e um pouco de comédia.

O romance existente em “Entre Montanhas” é mostrado propositalmente de forma piegas, dando um contraste bem legal aos protagonistas: são agentes treinados e extremamente habilidosos, mas que parecem não saber muito bem o que fazer quando o assunto é sedução. Piadinhas e cantadas de tiozão e brincadeiras bobas dão o tom do relacionamento de Drasa e Levi.

Mas se estamos falando de Scott Derrickson, precisamos falar daquilo que ele sabe fazer muito bem: filmes de terror. O diretor em parceria com o roteirista Zach Dean, trazem uma história bem instigante. O início misterioso te prende logo de cara, ao revelar muito pouco sobre essa fenda coberta por uma densa neblina, altamente vigiada e escondida do mundo (inclusive de líderes dos países mais poderosos da Terra). O que se sabe é que no fundo desse buraco vivem os “homens ocos”, que precisam ser detidos de fugirem, e que na década de 1940, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, milhares de soldados desceram para destruir essas criaturas e nenhum conseguiu voltar.

A revelação dos homens ocos é feita ainda no primeiro terço do filme e o visual deles foi algo que gostei bastante: quimeras de humanos com outros seres vivos, sendo os com aparência de árvores, os predominantes. E novamente, vi uma mudança de ritmo bem-feita, pois acompanhamos os protagonistas levando vidas tediosas, cheios de tarefas rotineiras, e do nada, precisam lidar com as criaturas escalando as paredes da fossa.

Agora toda a ambientação do fundo do buraco foi o que mais me chamou atenção e mais me agradou, dando aos homens ocos e outras criaturas residentes do local, o peso da ameaça que representam, não somente para Drasa e Levi, mas para todo planeta.

Visualmente falando, toda a sequência do que existe na fenda é muito legal, mas o ápice é quando os protagonistas estão em um silo e precisam passar por uma espécie de colônia de homens-fungos.

A revelação da origem do buraco e de tudo que existe nele quebrou um pouco minha imersão, pois gostaria que o filme se mantivesse no tom mais sobrenatural. Porém, narrativamente fez todo o sentido para tudo que aconteceu antes e para o que aconteceria depois da descoberta. E essa mudança de tom, pode render frutos caso “Entre Montanhas” gere bons resultados de horas assistidas e novas assinaturas na Apple TV+.

Se um filme tem Miles Teller e Anya Taylor-Joy, é obrigatório falar deles. Considero Miles Teller um ótimo ator, que teve sua carreira manchada por “Quarteto Fantástico” de 2015. Mesmo que sua atuação seja bem dentro do competente, é bom vê-lo na ativa e que esse filme abra novas portas para ele.

Anya Taylor-Joy dispensa comentários, e como Miles Teller, sua interpretação é dentro do que o roteiro pede, sem grandes momentos. Porém, quando uma atriz do seu porte faz parte do casting de um filme, mesmo que em uma atuação mediana, engrandece a produção como um todo.

E claro que preciso destacar a participação especial de Sigourney Weaver, a eterna Ripley, a bad girl mais foda do cinema. Mesmo que ela apareça por poucos minutos, vê-la atuando é sempre muito legal.

Não tem muito mais o que falar a não ser que com uma mistura perfeitinha de terror, romance, ação e ficção científica, esse filme é um ótimo exemplar do cinema pipoca e uma boa opção para quem procura horas de diversão pretensiosa em frente à TV. Por esses motivos, digo que vale a pena assistir “Entre Montanhas”!

Ficha Técnica:

Título Original: The Gorge

Título no Brasil: Entre Montanhas

Gênero: Ação, Terror

Duração: 127 minutos

Diretor: Scott Derrickson

Produção: David Ellison, Dana Goldberg, Don Granger, Scott Derrickson, C. Robert Cargill, Sherryl Clark, Zach Dean, Adam Kolbrenner, Greg Goodman

Roteiro: Zach Dean

Elenco: Miles Teller, Anya Taylor-Joy, Sigourney Weaver, Sope Dirisu, William Houston

Companhias Produtoras: Apple Studios, Skydance Media, Lit Entertainment Group, Crooked Highway

Distribuição: Apple TV+

Please follow and like us:

Publicado por Marcelo Santos

Quase biólogo, formado em Administração. Maníaco desde criança por filmes e séries. Leitor assíduo de obras de ficção, terror, fantasia e policial.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *