SINOPSE: Dirigido por Fede Álvarez, Alien: Romulus é ambientado entre os eventos do filme de “Alien: O Oitavo Passageiro” (1979 e “Aliens: O Resgate” (1986). A trama acompanha um grupo de jovens colonizadores espaciais que se aventuram nas profundezas de uma estação espacial abandonada. Lá, eles descobrem uma forma de vida aterrorizante, forçando-os a lutar desesperadamente por sua sobrevivência.

A franquia Alien é uma das mais conhecidas e importantes do cinema. Foi graças a “Alien: O 8º Passageiro” que surgiu a ficção científica de terror. É fato que os fãs e a crítica especializada têm se dividido entre os filmes após “Aiens: O Resgate”, com alguns dizendo que nenhum novo longa-metragem honra o legado da franquia. Sou da opinião que de “Alien 3” para frente, nenhum filme tinha trazido o brilho dos dois primeiros capítulos da saga dos xenomorfos, mas gosto de “Prometheus”.

Após “Alien: Covenant”, a franquia tinha ido para geladeira, ainda mais após a compra da Fox pela Disney. Mas uma outra franquia de sucesso ressuscitou os xenomorfos para o cinema. Estou falando de “O Predador: A Caçada”.

A franquia dos caçadores espaciais também estava em um limbo após o horrível “O Predador” de 2018, mas “O Predador: A Caçada” foi um sucesso no streaming e fez com que o Mickey desse sinal verde para um novo capítulo da franquia Alien. E assim chegamos a “Alien: Romulus”.

Para dirigir esse novo capítulo da saga “Alien” o escolhido foi um diretor que além de fã da história dos xenomorfos é muito bem-sucedido em revitalizar franquias importantes. Estou falando de Fede Alvarez, responsável por trazer de volta a franquia “Evil Dead”. E quanto a Ridley Scott? Dessa vez, a Disney resolveu colocá-lo atrás das câmeras, no papel de produtor.

As sessões testes impressionaram as pessoas e principalmente os executivos da Disney, fazendo com que decidissem lançar “Alien: Romulus” nos cinemas (a ideia original era lança-lo na plataforma de streaming Hulu, como aconteceu com “Predador: A Caçada”.

Mas “Alien: Romulus” merece toda essa confiança por parte dos executivos da Disney e principalmente, atendeu as expetativas dos fãs, que estavam cansados de ver tanta judiação com a franquia.

“Alien: Romulus” é um novo capítulo da franquia Alien e também uma espécie de soft reboot, pois muito do que vemos no longa-metragem tem a fórmula atual de tantos outros remakes, usando e abusando de elementos canônicos da franquia. Posso dizer que de todos os filmes lançados até agora, “Alien: Romulus” é o menos inventivo.

Mas a ideia de trabalhar em uma zona segura faz todo sentido quando vemos outros filmes dessa e de outras franquias tentando inventar demais. “Alien”, “Predador” e “O Exterminador do Futuro” já possuem uma base de fãs que precisam ver os elementos que fizeram dessas histórias sucessos no cinema. Porém na contramão do que disse, essas franquias consolidadas necessitam trazer algo novo para arregimentar novas pessoas e assim mantê-las vivas.

Mas a falta de inventividade em “Alien Romulus” ao utilizar vários elementos de outros longas-metragens da franquia é justamente o que torna a narrativa desse filme tão inovadora e interessante.

Quando digo que a história é inovadora é no sentido de pegar todas as ideias que deram certo nos demais filmes da franquia e criar uma nova. O início de “Alien Romulus” já faz conexão direta com “Alien: O Oitavo Passageiro”, ao mostrar uma nave indo até os escombros da Nostromo e resgatando o xenomorfo que Ripley ejetou para o vácuo espacial. E assim, de forma simples, inseriu esse filme no cânone de “Alien”, agradando os fãs de longa data e, na minha opinião, instigando as pessoas que tiveram o primeiro contato com a franquia, que irão assistir ao longa-metragem de 1979 para entender tais eventos.

Porém, “Alien: Romulus” foi feito para agradar quem acompanha a franquia desde o início, que andava carente de uma história mais raíz. Então se você é uma dessa pessoas, e eu sou uma delas, prepare-se para ficar que nem um bocó com um sorrisão no rosto e dizendo toda hora: “Olha isso é do filme tal!” ou “olha quem voltou!”

Por falar em retornos, o vilão de “Alien: O Oitavo Passageiro” retorna, e não estou falando do xenomorfo. E nesse momento percebi o quanto Fede Álvarez é fã da franquia, ao fazer conexão entre o filme de 1979 e “Prometheus”, explicando a razão para a Weyland-Yutani querer tanto o xenomorfo, sendo para mim o ponto alto e o mais bem pensado de “Alien: Romlus”.

Ao longo de “Alien: Romulus” você verá várias referências diretas e indiretas aos demais filmes da franquia. Mas o que mais me empolgou é que Fede Álvarez se inspirou fortemente “Alien: Isolation”, um jogo eletrônico desenvolvido pela Creative Assembly. Com a visão em primeira pessoa e ênfase à jogabilidade furtiva e de terror, não dando opção de matar o xenomorfo, mas somente fugir e se esconder, o game recria os sentimentos de tensão e medo que “Alien: O Oitavo Passageiro” transmitia.

Expliquei brevemente sobre o game para dizer que a ideia de Fede Álvarez era recriar em “Alien: Romulus” o ambiente claustrofóbico e assustador de “Alien: Isolation”. Nesse ponto, não achei o que o filme conseguiu entregar o clima de tensão do jogo, mas a ambientação que vemos dentro da estação espacial é igual à da Sevastopol, nave onde se passa toda a jogatina de “Alien: isolation”, o que é muito legal, pois lembra muito a estética do filme da franquia de 1979.

Corredores, portas, salas e laboratórios: toda a estética deles saiu diretamente de “Alien: Isolation”. Aliás, se você jogou o game verá em alguns lugares o telefone utilizado para salvar seu progresso. Mas esses telefones não são somente um easter egg, mas segundo o próprio Fede Álvarez, um sinal de que os personagens do filme irão cortar um dobrado.

Para dar vida a tudo quye vemos em “Alien: Romulus”, Fede Álvarez trouxe a mesma equipe de efeitos de “Aliens: O Resgate”, tudo de forma prática: maquiagem, próteses, animatrônicos, miniaturas, explosões reais, cenários construídos, com o CGI somente dando um arremate final. Inclusive, o híbrido humano-xenomorfo é o ex-jogador de basquete romeno Robert Bobroczkyi vestido e maquiado, sem efeito especial nenhum.

E você reparou no rosto do híbrido? Pois é! E levanta um monte de questões né.

Não vou entrar na questão das interpretações, pois o elenco entrega o necessário para a trama desenvolvida. A única exceção é David Jonsson que interpreta o sintético Andy, ao trazer de forma convincente duas personalidades diferentes para seu personagem.

O resultado de tanto cuidado e esmero com “Alien Romulus” resultou em um sucesso de crítica e comercial: US$ 350 milhões de bilheteria para um orçamento de produção de US$ 80 milhões. E com isso, Fede Álvares garantiu o cartão verde para um segundo filme.

“Alien: Romulus” trouxe de volta aquela ambientação inquietante dos primeiros filmes e honrou o legado da franquia, além de conectar esse novo capítulo e os demais a “Prometheus”, filme amado e odiado em igualdade. E esse feito merece ser destacado, pois Ridley Scott foi criticado pela forma como conduziu essas conexões.

Para os fãs antigos, o filme é uma homenagem a tudo que conhecemos e gostamos na franquia, para aqueles que estão conhecendo agora essa história, o longa-metragem é uma excelente porta de entrada, instigando-os a conhecer mais sobre todas as referências apresentadas. Por esses motivos, vale muito a pena assistir “Alien: Romulus”!

Ficha Técnica:

Título Original: Alien: Romulus

Título no Brasil: Alien: Romulus

Gênero: Terror, Ficção Científica

Duração: 119 minutos

Diretor: Fede Álvarez

Produção: Ridley Scott, Michael Pruss, Walter Hill

Roteiro: Fede Álvarez, Rodo Sayagues

Elenco: Cailee Spaeny, David Jonsson, Archie Renaux, Isabela Merced, Spike Fearn, Aileen Wu, Trevor Newli, Robert Bobroczkyi, Ian Holm, Daniel Betts

Companhias Produtoras: Scott Free Productions, Brandywine Productions, TSG Entertainment

Distribuição: 20th Century Studios

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Publicado por Marcelo Santos

Quase biólogo, formado em Administração. Maníaco desde criança por filmes e séries. Leitor assíduo de obras de ficção, terror, fantasia e policial.

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