SINOPSE: Em um futuro pós-apocalíptico, tóxico e arruinado, os últimos dez mil sobreviventes da Terra vivem em um silo subterrâneo e tentam se manter protegidos contra o caos mortal do mundo lá fora. Porém, ninguém sabe quem ou porquê o abrigo foi criado, e toda vez que alguém tenta desvendar sua origem, acaba sofrendo consequências fatais. Quando alguns habitantes morrem de forma misteriosa, a engenheira Juliette (Rebecca Ferguson) inicia sua própria jornada para conseguir respostas, mas acaba encontrando ameaças maiores do que imaginava.

Das plataformas de streaming que temos hoje, a HBO Max é a que mais tem conteúdo original de qualidade, tanto pelo que migrou do canal HBO, como novas produções, estando bem à frente das concorrentes.

Mas uma plataforma vem despontando. A Apple TV+ tem trazido conteúdo que vem recebendo críticas positivas do público especializado e arrebanhando mais e mais espectadores, inclusive esse que vos fala. “Ruptura”, “Fundação”, “Black Bird”, “Entre Estranhos” e “Servant” (que tem resenha aqui no site) são algumas das produções da Apple TV+ querem feito sucesso e chamado a atenção.

Com tantas produções sendo bem avaliadas, resolvi iniciar minha experiência na Apple TV+ por “Silo”, baseada na trilogia literária escrita por Hugh Howey. a qual li faz um tempo.

Algo que a série tem em comum com os livros, é sua velocidade narrativa. “Silo” leva dois episódios para mostrar Allison Becker (Rashida Jones), e depois o xerife Holston (David Oyelowo), fazendo o pedido mais temido do refúgio: sair e fazer a limpeza. Aliás, esse ritmo mais cadenciado permeia toda a primeira temporada. E isso não é ruim, pois apesarque em alguns momentos a história parece precisar de mais agilidade, a velocidade da história permite abordar as tramas e subtramas de forma eficiente, introduzindo os conceitos e elementos que vão fisgar o espectador de forma correta.

Os mistérios que envolvem o Silo são o grande atrativo da série. O esforço empreendido para impedir que os habitantes desse refúgio subterrâneo descubram o que existe do lado de fora causa revolta mas ao mesmo tempo curiosidade. Os conhecedores da verdade alegam que a descoberta da verdade causará a extinção da humanidade, com a morte das pessoas que vão fazer a limpeza servindo de prova para validar esse argumento. Dessa forma, todo resquício da antiga civilização humana é confiscado e as pessoas que têm contato com tais artefatos, punidos de forma a coibir a curiosidade dos demais.

É nessa situação que conhecemos a protagonista, Juliette, uma talentosa engenheira que se envolve nos mistérios do Silo após a morte do seu namorado. Irascível e teimosa, ela não descansará até descobrir a verdade. E apesar de ser  interpretada por Rebecca Ferguson, que acho muito talentosa, é a personagem mais difícil de gostar. Mas acho que esse sentimento é proposital, pois apesar da sua luta ser válida, sua personalidade é irritante e a atuação da atriz potencializa essas sensações, com olhares atravessados constantes e maneirismos truculentos e enérgicos.

Mas é somente uma heroína teimosa e irritante capaz de tumultuar o status quo do Silo. E são os antagonistas de Juliette que se destacam na série. Common mais uma vez chama atenção e novamente no papel de vilão. Robert Sims é detestável em todos os sentidos, e nem seu drama pessoal faz com que tenhamos simpatia por ele.

Porém, é Tim Robbins quem rouba a cena em “Silo”. Interpretando Bernard Holland, o chefe da TI é uma figura dúbia, que deixa bem claro que a preservação do Silo e seus habitantes é sua principal preocupação. A atuação de Tim Robbins chama muita a atenção, pois seu personagem demostra uma calma inabalável que beira a apatia, mesmo diante de situações estressantes. E esse controle que Bernard demonstra cria uma dúvida incrível, pois fica difícil descobrir de que lado ele está.

A parte técnica é outro ponto de destaque. Por se tratar de uma história que se passa completamente dentro de um refúgio subterrâneo, o Silo é o personagem principal da série e por isso, merece uma atenção especial. Sejam os ambientes abertos e grandiosos, como a escadaria do Silo, sejam os fechados, como os apartamentos dos personagens; os detalhes chamam a atenção e conseguimos sentir o acolhimento e segurança que ele transmite, bem como o desespero e a claustrofobia de se viver em um local fechado e embaixo da terra.

Você deve ter notado que falei muito, mas mesmo assim arranhei pouco a história de “Silo”. Isso porque a chance de dar spoiler é grande, e mesmo tendo todo cuidado, acabei revelando uma ou outra coisa.

Porém, “Silo” merece a atenção de quem gosta de ficção científica com temática de distopia apocalíptica. Além da qualidade técnica apresentada e do elenco talentoso,  a segunda temporada deve adaptar os acontecimentos de “Ordem”, segundo volume da série literária, o melhor da trilogia escrita por Hugh Howey, na minha opinião. Dessa forma, alternando presente e passado, vamos saber  o que acontece com Juliette do lado de fora do Silo; ao mesmo tempo que vamos descobrir qual a razão da construção do refúgio e outras revelações interessantes.

Diante de tudo isso, só posso dizer que vale a pena assistir a primeira temporada de “Silo”!

Ficha Técnica:

Título Original: Silo

Título no Brasil: Silo

Gênero: Terror Psicológico, Drama

Temporadas:

Episódios: 10

Criadores: Graham Yost

Produtores: Graham Yost

Diretores: Morten Tyldum, David Semel, Bert & Bertie, Adam Bernstein

Elenco: Rebecca Ferguson, Rashida Jones, David Oyelowo, Common, Tim Robbins, Harriet Walter, Avi Nash, Rick Gomez, Chinaza Uche, Will Patton, Ferdinand Kingsley, Shane McRae, Billy Postlethwaite, Chipo Chung, Remmie Milner, Matt Gomez Hidaka, Iain Glen, Caitlin Zoz, Geraldine James, Sophie Thompson, Sienna Guillory, Henry Garrett, Amelie Child-Villiers, Ida Brooke, Charlie Coombes, Tanya Moodie, Sonita Henry, Christian Ochoa, Alexandria Riley, Will Merrick, Clare Perkins

Companhias Produtoras: Mímir Films, Nemo Films, AMC Studios

Transmissão: Apple TV+

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Publicado por Marcelo Santos

Quase biólogo, formado em Administração. Maníaco desde criança por filmes e séries. Leitor assíduo de obras de ficção, terror, fantasia e policial.

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