SINOPSE: Beth (Lily Sullivan) visita sua irmã (Alyssa Sutherland) e seus 3 filhos em Los Angeles. De repente, esse encontro é interrompido quando encontram um livro sobrenatural. Agora, elas precisam lutar pela sobrevivência contra os demônios que foram despertados.

De todos filmes de terror que já assisti (e são muitos, já que é meu gênero preferido), “Evil Dead” de 1981 é um dos meus cinco preferidos. A franquia que teve seus altos e baixos, retornou à vida em 2013 com “Evil Dead”, que é disparado o melhor reboot já feito de um longa-metragem de terror.

O reboot de 2013 atiçou novamente o desejo dos fãs pela história envolvendo o Naturom Demonto, tanto que tivemos a volta de Bruce Campbell como Ash Williams na série mais impagável que já assisti: “Ash vs. Evil Dead”. Porém, ficamos na expectativa de uma produção da franquia mais voltada ao terror.

Então, no ano passado, nossas “preces” foram atendidas e a Warner anunciou “A Morte do Demônio: A Ascensão”, que inicialmente iria direto para a HBO Max, mas teve sua estreia alterada para abril desse ano, nos cinemas, em uma clara aposta do estúdio no potencial da franquia.

“A Morte do Demônio: A Ascensão” não é um novo reboot e muito menos uma sequência da produção cinematográfica de 2013. Mas para quem está um pouco decepcionado com isso, fique tranquilo pois esse longa-metragem caminha muito bem. E a explicação do diretor e roteirista Lee Cronin para essa decisão, que faz referência  a “Evil Dead 3”, se encaixa perfeitamente e de certa forma, conecta todos os filmes da franquia, com Ash Williams precisando recuperar o Naturom Demonto em um cemitério e encontrando três livros.

E o que era uma piada, se torna a base para os eventos de “A Morte do Demônio: A Ascensão” e os demais filmes, pois temos três tomos malditos, com suas próprias consequências e explicando porque temos demônios diferentes, agindo de formas diferentes.

Por exemplo, em “Evil Dead” de 2013, existe um plano por trás das possessões: são necessárias cinco almas para trazer um mal maior. Em “A Morte do Demônio: A Ascensão”, os demônios possuem uma malícia que os difere dos demais deadites da franquia.

Além dessa referência, “A Morte do Demônio: A Ascensão” está cheio de easter eggs, sendo que uns explicam a história, como os discos onde ouvimos o padre narrando suas experiências com essa versão do Naturom Demonto, e outros que servem como homenagem aos filmes anteriores da franquia como a famosa frase: “mortos ao amanhecer”.

O gore é uma marca da franquia e “A Morte do Demônio: A Ascensão” utiliza os elementos desse subgênero do terror de forma eficiente. Porém, apesar da violência gráfica, com direito a muito sangue, minha sensação é que esse filme me chocou menos do que esperava. Existem sim, cenas que causam agonia e repulsa, mas em “Evil Dead” de 2013, esses sentimentos foram mais fortes.

Agora posso dizer com certeza que “A Morte do Demônio: A Ascensão” é o filme mais tenso de toda a franquia. O início da história é padrão com os personagens sendo apresentados de forma a criarmos empatia por eles. E apesar do longa-metragem fracassar nesse aspecto, a narrativa entra em uma crescente de tensão a partir da possessão de Ellie, que me deixou inquieto a ponto de acelerar meu coração.

O diretor e roteirista Lee Cronin constrói essa tensão utilizando muito bem elementos como os cômodos apertados e pouco iluminados ou a forma de filmar, com imagens ao fundo desfocadas ou enchendo a tela com o rosto dos demônios que conversam antes de um ataque.

Existe a previsibilidade de que vai dar merda no final dessas sequências, mas isso não evitou que a expectativa a inquietação não fossem às alturas.

E se o cenário e a forma de filmar ajudam a criar a tensão, os demônios de “A Morte do Demônio: A Ascensão” são o motor para a inquietação que senti durante a exibição do filme. A maquiagem para a criação das criaturas está excelente, mas é forma como eles se comportam que nos incomoda, principalmente Ellie, interpretada por Alyssa Sutherland.

Ellie ao ser possuída passa a se mover de uma forma estranha, parecendo que suas funções motoras estão comprometidas, mas quando resolve atacar suas vítimas, tem movimentos rápidos e decididos, reforçando minha sensação de que os demônios de “A Morte do Demônio: A Ascensão” possuem uma malícia que assusta.

A maquiagem realça esse meu sentimento em relação aos demônios desse filme, e em especial em Alyssa Sutherland. Realçando seus traços, principalmente sua boca, seu sorriso é medonho e afetado, mostrando que por trás dele existe um ímpeto mortal quase incontrolável.

Aqui um parágrafo à parte para destacar que Lee Cronin mostra um demônio incrível, diferente de tudo que vimos na franquia até agora.

Para exemplificar os pontos que mencionei acima, destaco alguns momentos do filme que representam o quanto a tensão é a sensação predominante da narrativa. Um deles é quando vemos Ellie possuída através do olho mágico, distorcendo ainda mais sua feições bizarras, e  sabendo que em algum momento ela vai entrar no apartamento. Outro é  quando Beth e seus sobrinhos estão com demônios dentro do apê com eles e precisam sair para um corredor que não inspira confiança. Outro momento, que é mais sugestivo, é quando Beth está ouvindo discos antigos, com um padre que encontrou esse Naturom Demonto (onde é perceptível o desespero dele ao relatar que os demônio despertados pelo livro são praticamente imparáveis).

Os eventos do filme sevem para explicar o início dele, já que eles se passam um dia antes do que acontece na casa de campo e deixam as portas do inferno abertas para uma sequência. A bilheteria de US$ 86 milhões, alcançada até o momento, para um custo de US$ 19 milhões, é bom sinal de que podemos ter novidades em relação a esse assunto. E torço muito para que isso aconteça.

Honrando o legado da franquia e possuindo uma identidade própria ao mesmo tempo, esse filme me surpeeendeu principalmente pela tensão que ele repassa a quem está assistindo. E por tudo que foi escrito até agora, meu veredicto só pode ser um: vale muito, mas muito a pena assistir “A Morte do Demônio: A Ascensão”!

E afirmo sem medo de ser feliz: “A Morte do Demônio: A Ascensão” é o melhor filme de terror de 2023, e dificilmente perderá esse título.

Ficha Técnica:

Título Original: Evil Dead Rise

Título no Brasil: A Morte do Demônio: A Ascensão

Gênero: Terror

Duração: 97 minutos

Diretor: Lee Cronin

Produção: Sam Raimi, Bruce Campbell, Rob Tapert

Roteiro: Lee Cronin

Elenco: Lily Sullivan, Alyssa Sutherland, Morgan Davies, Gabrielle Echols, Nell Fisher, Richard Crouchley, Mirabai Pease, Anna-Maree Thomas, Jayden Daniels, Billy Reynolds-McCarthy, Tai Wano

Companhias Produtoras: New Line Cinema, Renaissance Pictures, Pacific Renaissance, Wild Atlantic Pictures

Distribuição: Warner Bros. Pictures

 

Orçamento: US$ 19 milhões

Bilheteria atual: US$ 42 milhões

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Publicado por Marcelo Santos

Quase biólogo, formado em Administração. Maníaco desde criança por filmes e séries. Leitor assíduo de obras de ficção, terror, fantasia e policial.

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