SINOPSE: Dos mesmos criadores da aclamada série “Dark”, “1899” acompanha os tripulantes do navio Kerberos, formado por imigrantes de diversas nacionalidades, tentando buscar uma vida melhor na cidade de Nova Iorque no final do século XIX. Mas essa viagem pelo Oceano Atlântico muda completamente após o encontro com outra embarcação à deriva, o navio Prometheus que estava desaparecido há anos. Logo, coisas estranhas começam a acontecer com os passageiros da embarcação passam a ter experiências anormais e inexplicáveis, fazendo com que percam completamente o senso entre a realidade e a loucura. Tentando desvendar o que está acontecendo, Maura Henriette (Emily Beecham) e o capitão Eyk Larsen (Andreas Pietschmann) se junta a outros tripulantes para investigar os segredos escondidos naquela região.

“Dark” estreou na Netflix em 2017 de forma tímida e em pouco tempo arrebatou o mundo do streaming como uma das séries mais comentadas e elogiadas.

Sua trama complexa envolvendo viagens no tempo (com seus quandos e quais quandos) e completamente interligada, instigava as pessoas a cada novo episódio e atiçava a imaginação delas, fazendo com que criassem teorias e mais teorias sobre os eventos mostrados.

Diante disso, “1899” foi cercada de altas expectativas quando anunciada, pois a série é dos mesmos criadores de “Dark”: Jantje Friese e Baran bo Odar. E devido ao que vou chamar de “efeito Dark”, “1899” já tinha várias teorias criadas a seu respeito, mesmo antes da estreia.

“1899”, na minha opinião, utiliza duas lendas marítimas muito conhecidas para instigar a curiosidade e a imaginação das pessoas: a do Triângulo das Bermudas e de navios fantasmas, que desaparecem sem deixar vestígios e do nada, reaparecem, completamente vazios.

Os primeiros episódios nos apresentam uma história com essas duas lendas e com um tom que brinca com o sobrenatural, o que me agradou bastante, pois achei que veria uma história de terror. Mas como “Dark”, “1899” logo trata de destruir suas teorias, apresentando passageiros e tripulantes utilizando tecnologias estranhas e muito avançadas para o final do século XIX.

Quando vi palmtops cheio de botões (que me lembrou muito aqueles quebra-cabeças de arrastar peças em que devíamos desembaralhar os números e colocá-los em ordem) e painéis de controle e de energia estranhos, achei que ao invés de uma história de terror, estava vendo uma trama envolvendo alienígenas. E mais uma vez, Jantje Friese e Baran bo Odar trataram de me fazer de trouxa ao mostrar que alguém ou alguma coisa estava vendo tudo que acontecia nos navios Prometheus e Kerberos, através de um circuito de segurança.

Mas o grande plot twist de “1899” sem dar muito spoilers é que em determinado momento da trama, descobrimos que tudo que estamos vendo não existe. E como “Dark”, minha cabeça entrou em parafuso.

A grande sacada de “1899”, é que os criadores Jantje Friese e Baran bo Odar conseguiram novamente criar uma história em que as revelações são certeiras a ponto de saciar um pouco sua curiosidade, mas ao mesmo tempo, deixá-lo ainda mais intrigado para querer ver mais um episódio e mais um episódio e mais um episódio…

Mas o grande problema de “1899” é que em determinando momento da série a semelhança com “Dark” é gigantesca, e fiquei com a impressão de que estava vendo a mesma história. Sei que as semelhanças existiriam pois os criadores são os mesmos, mas com a imaginação deles, acredito que eles poderiam ter navegado por águas narrativas diferentes, como vermos uma trama de terror, como me fizeram acreditar nos primeiros episódios.

Acho também que essa grande semelhança entre “Dark” e “1899” deve-se a uma decisão dos próprios criadores da série e da Netflix que preferiram navegar por águas seguras e conhecidas.

Uma coisa que me chamou bastante atenção foi a escalação dos atores e atrizes de várias nacionalidades: Espanha, Portugal, França, Noruega, Alemanha, Estados Unidos, Inglaterra, China, Japão (essas são as que me lembro). E por que esse casting multiétnico me chamou atenção, sendo que é tão comum hoje em dia? É porque cada um fala em sua língua nativa!

Mesmo que meu lado crítico a toda hora falasse: “mas como eles se entendem, se cada um fala uma língua diferente?”, preciso parabenizar o trabalho de coordenação desses atores e atrizes em cena, que deve ter sido algo difícil e fantástico.

Dos atores e atrizes escalados para “1899”, o que provavelmente você vai reconhecer é Andreas Pietschmann, que interpreta o capitão do Kerberos, Eyk Larsen, e que em “Dark” foi Jonas Kahnwald. Mas mesmo que vejamos muitos rostos novos e poucos conhecidos, fiquei impressionado com a qualidade interpretativa entregue pelo casting.

O final da primeira temporada dá uma guinada completa na trama de “1899”. Como disse antes, tudo que estamos vendo acontecer, não existe. Se fiquei curioso com o que vai acontecer? Claro que sim, mas não tão empolgado como foi com as season finales de “Dark”.

E sim, teremos uma segunda temporada, pois apesar do número de minutos assistidos de “1899” não ter sido tão grande como o de “Dark” (é assim que a Netflix mede a audiência de suas produções), foi o suficiente para uma renovação, que ainda não foi confirmada, mas será.

Para quem gostou dos elementos que fizeram de “Dark” um sucesso, saiba que eles estão presentes nessa nova criação Jantje Friese, e Baran bo Odar e por isso, só posso dizer que vale a pena assistir “1899”!

Ficha Técnica:

Título Original: 1899

Título no Brasil: 1899

Gênero: Ficção Científica

Temporadas:

Episódios: 8

Criadores: Jantje Friese, Baran bo Odar

Diretores: Jantje Friese, Dario Madrona López Gallego, Emma Ko, Jerome Bucchan-Nelson, Juliana Lima Dehne, Emil Nygaard Albertsen

Elenco: Emily Beecham, Aneurin Barnard, Andreas Pietschmann, Miguel Bernardeau. José Pimentão, Isabella Wei, Gabby Wong, Yann Gael, Mathilde Ollivier, Jonas Bloquet, Rosalie Craig, Maciej Musiał, Clara Rosager, Lucas Lynggaard Tønnesen, Maria Erwolter, Alexandre Willaume, Tino Mewes, Isaak Dentler, Fflyn Edwards, Anton Lesser, Vida Sjørslev, Alexander Owen, Ben Ashenden, Richard Hope, Joshua Jaco Seelenbinder, Niklas Maienschein, Jónas Alfreð Birkisson, Heidi Toini as Bente, Cloé Heinrich, Alexandra Gottschlich, Kaja Chan, Martin Greis

Companhias Produtoras: Dark Ways

Transmissão: Netflix

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Publicado por Marcelo Santos

Quase biólogo, formado em Administração. Maníaco desde criança por filmes e séries. Leitor assíduo de obras de ficção, terror, fantasia e policial.

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