SINOPSE: Baseado na história em quadrinhos escrita por Robert Kirkman, a série mostra um grupo de sobreviventes, liderado pelo policial Rick Grimes (Andrew Lincoln), buscando um local seguro dos mortos-vivos. A pressão para permanecerem vivos e lutarem pela sobrevivência faz com que muitos do grupo sejam submetidos às mais profundas formas de crueldade humana. Rick acaba descobrindo que o tão assustador desespero pela subsistência pode ser ainda mais fatal do que os próprios mortos-vivos que os rodeiam.

Em 2019, Robert Kirkman anunciava o final das publicações de sua HQ mais famosa: “The Walking Dead”. A AMC diante da decisão do quadrinista, e de outros fatores, anunciou em 2021, que a 11ª temporada seria a última da série televisiva homônima (que muitas vezes chamarei de “TWD”).

Apesar dos reveses que vem sofrendo ao longo das últimas temporadas, é inquestionável a revolução que “TWD”, assim como “Game of Thrones”, causou na cultura pop desde sua estreia.

E por essa revolução causada pela série que surgiu a ideia desse especial, onde vamos passar rapidamente pelas 11 temporadas e comentar os grandes momentos bem como os fiascos que “The Walking Dead”.

1ª Temporada: Estreia de Uma Aposta Arriscada

Hoje é comum vermos uma enxurrada de filmes, séries, livros, games e quadrinhos (até a Marvel aderiu) onde o “Zumbicalipse” é o tema principal, mas até a estreia de “TWD” em 31 de outubro de 2010 a situação era bem diferente.

Até tínhamos muitas produções sendo lançadas, mas o morto-vivo não era um pop-star. Ok, “Resident Evil” já tinha seu séquito de gamers e George Romero já era aclamado por seus filmes e considerado o “Pai do zumbi moderno na cultura pop”.

Mas longas-metragens com os comedores de miolos eram relegados ao subgênero trash do terror e quase sempre eram lançados diretamente em DVDs, Blue Rays e voltando um pouco mais no tempo, para venda e locação de fita de videocassete. O que isso significava? Que zumbis não eram lucrativos a ponto de valer um investimento digno de grandes produções e lançamento nos cinemas.

Por esse motivo financeiro, a AMC produziu apenas 6 episódios e exibia em 31 de outubro de 2010 o primeiro capítulo de “TWD”, que mostrava Rick Grimes acordando de um coma e precisando assimilar que o mundo sucumbiu a uma praga zumbi e tentando encontrar sua mulher Lori (Sarah Wayne Callies) e seu filho Carl (Chandler Riggs).

Assistindo pela primeira vez a 1ª temporada, “The Walking Dead” tinha dois aspectos muito positivos. O primeiro são os zumbis que são uma ameaça constante aos sobreviventes despreparados para lidar com eles. Esse fato trazia sentimentos de desalento e desespero aos personagens, que eram transmitidos em sua totalidade aos espectadores. Como esquecer Rick Grimes, andando a cavalo por Atlanta, primeiro surpreso ao se deparar com milhares de zumbis e depois completamente apavorado por se ver cercado por eles?

Outro grande ponto positivo é que “TWD” apresentava personagens carismáticos e vulneráveis, mesmo os mais cascudos como Shane (Jon Bernthal) e Daryl (Norman Reedus). Junto a eles, acompanhamos Lori, Carl, Carol (Melissa McBride), Sophia (Madison Lintz), Dale (Jeffrey DeMunn), Glenn (Steven Yeun), Andrea (Laurie Holden) e Amy (Emma Bell) e sua jornada desesperadora pela sobrevivência.

E ao contrário do que estávamos acostumados a ver, os mocinhos e mocinhas dessa história, mesmo os mais queridos do público, morriam, e de formas brutais como o foi o caso de Amy. Essa filosofia de “ninguém está a salvo, de que todos podem morrer”, permearia as primeiras temporadas.

Difícil escolher um momento de destaque da primeira temporada, mas o primeiro e segundo episódios são os mais impressionantes na minha opinião, justamente por mostrar toda a força e potencial de “The Walking Dead”.

2ª Temporada: O Ápice de “The Walking Dead”

Dobrando a quantidade de episódios e mantendo os elementos narrativos que fizeram da série um sucesso de crítica e audiência, a segunda temporada é a melhor de todas de “TWD”.

Logo de cara, testemunhamos nossos sobreviventes tendo que enfrentar uma horda, nome dado a um grupo muito grande de zumbis, em um dos momentos mais tensos de toda a série. Aliás o que não faltam são encontros tensos com os zumbis, mostrando que são a grande ameaça ao que sobrou da humanidade.

Mas “The Walking Dead” começa a mostrar um de seus pontos fortes: os vilões humanos icônicos. E na segunda temporada vemos Shane (Jon Bernthal) se transformando de melhor amigo em dos piores oponentes de Rick Grimes. Shane que passa a ser rejeitado por Lori, com quem tinha um caso amoroso, começa a expor um lado sombrio e violento batendo de frente com a personalidade ponderada de Rick.

Questionando cada vez mais as decisões do amigo, Shane alega que o mundo da forma em que está, precisa de pessoas como ele e não como as do nosso xerife. O ponto de ebulição entre os dois é um dos momentos mais marcantes da série, com Rick matando-o. E de bônus, vemos um pouco da transformação em zumbi, com a pessoa tendo visões das criaturas, quase como se houvesse uma conexão entre eles.

E por falar em momentos marcantes, a segunda temporada é recheada deles como a trágica morte de Dale. E o que falar de Rick, de saco cheio de ser questionado e ter suas decisões colocadas em xeque, dizendo: “Ok, mas vou deixar uma coisa bem claro: isso não é mais uma democracia” (toma seu bando de p** no c* ingrato, hahahahaha).

Agora o sétimo episódio, que marca a mid-season do segundo ano é na minha opinião, o MELHOR DE TODOS os momentos de “TWD”: Rick e Cia. se deparam com Sophia, desaparecida desde o primeiro episódio, saindo do celeiro de Hershell, transformada em um zumbi. Toda a sequência é emocionante e revoltante, além de passar uma mensagem bem clara: abandonem a esperança todos aqueles que vivem nesse zumbicalipse.

3ª Temporada: Rick Doidão e Um Final Decepcionante

O terceiro ano de “TWD” começou mostrando o grupo de Rick há meses na estrada, lutando para sobreviver a ameaça constante dos zumbis, das intempéries e da fome. Essa condição extrema a que eles são submetidos os endurece, os deixando mais agressivos e arredios, e trazendo à tona um lado do nosso xerife que gosto de chamar de Rick Doidão.

A primeira parte da terceira temporada é muito boa com Rick e Cia. precisando livrar a penitenciária de uma horda para transformar o local de lar. Em paralelo, conhecemos um dos vilões preferidos dos fãs de “TWD”: o Governador, líder amado de Woodybury,  que por trás de todo o carisma e sorrisos, esconde um sociopata sedento por poder.

As mortes brutais de Lori, T-Dog e até mesmo do c*zão do Merle são emocionantes e impactantes para quem assiste à série lembrando ao espectador que nenhum personagem está a salvo.

A segunda parte dessa temporada mostra a transformação do Governador no vilão dos quadrinhos e trabalha de forma muito competente a rixa dele com Rick, colocando-os em lados opostos e em rota de colisão.

E quando finalmente o confronto entre eles ocorre o resultado é decepcionante, afinal os combatentes de Woodybury, em maior número e armado até os dentes, são facilmente rechaçados.

4ª Temporada: A Retorno do Governador e o Início da Encheção de Linguiça.

A quarta temporada, ao contrário das anteriores, começa morna, com o grupo de Rick e os refugiados de Woodybury vivendo tranquilamente na penitenciária, mas com uma doença assolando os habitantes desse refúgio. Gostei da abordagem desse tema pois mostra como seria difícil lidar com situações rotineiras como combater doenças conhecidas sem remédios e sem a infraestrutura de saúde.

Outro ponto interessante é a transformação de Carol de uma mulher que sofria abusos físicos e mentais por parte do marido em uma pessoa fria e pronta para tomar decisões extremas, que resultam na sua expulsão da penitenciária.

O Governador retorna após sua derrota humilhante para o grupo de Rick. Tentando ser uma pessoa diferente, ele entra para um novo grupo de sobreviventes. 

Mas ao se deparar com a penitenciária e os habitantes dela novamente, seu lado negro retorna com ainda mais força e ele resolve buscar vingança (ou como diria “É O Tchan”: Pau que nasce torto nunca se endireita).

O ataque à penitenciária nessa temporada, é junto com o reaparecimento de Sophia, o melhor mid-season de toda a série, com o Governador de posse de um tanque de guerra e a execução brutal de Hershel pelas mãos do vilão.

A partir daí, a segunda metade da quarta temporada até tem uma ideia interessante que é a de jogar o grupo de Rick, agora separados devido ao ataque do Governador, nas estradas cheias de zumbis e humanos mal-intencionados. O problema é que são mais 8 episódios para serem preenchidos e a trama não consegue manter o nível de interesse do espectador.

Aliás as temporadas, a partir da quarta temporada vão padecer de muito tempo de exibição (16 episódios) mas poucas histórias interessantes. Ou seja, somos expostos ao que chamo de “encheção de linguiça”.

5ª Temporada: Rick Doidão Full Power

O quinto ano mostra o lado Rick Doidão em sua potência máxima. No final da temporada passada, Rick e seu grupo estão a alguns meses na estrada em busca do Terminus. Chegando lá, eles descobrem que o local é um reduto de canibais e eles são o prato principal. Nosso xerife, pistola full power então manda: “Eles não sabem com quem estão lidando.”

Em paralelo seguimos Eugene (Josh McDermitt), que foi apresentado na temporada anterior em busca de um cientista em Washington para entregar a cura para a praga zumbi. Mas logo descobrimos que ele não passa de um covarde mentiroso.

Nessa temporada, a série chega no arco de Alexandria. Rick e seus amigos têm dificuldades em se adaptar ao estilo calmo e pacato da comunidade e tramam tomar posse da cidade, alegando que essa bonança só levará o local à destruição (lembra do Shane? Então…).

Essa temporada é resumida por um Rick Grimes enlouquecido, que não hesita em matar as pessoas. E esse lado do personagem é muito legal de ver.

6ª Temporada: Um Mundo Maior e o Tão Aguardado Uni Duni Tê

A sexta temporada estava cercado de expectativas pois grande parte das melhores histórias estão presentes no arco de Alexandria.

Começamos com Rick tendo que lidar com uma gigantesca horda presa em um vale e que se escapar, destruirá Alexandria. Nosso xerife monta um plano para levá-los para longe, mas tudo dá errado e os zumbis cercam a comunidade deixando-a completamente isolada. O desfecho dessa situação é incrível.

Nosso xerife descobre Hilltop e a existência dos Salvadores, um grupo que explora outras comunidades em troca de “proteção”. Rick, ainda em seu modo doidão, resolve matá-los, mas descobre da pior forma possível que eles eram a caça e não o caçador. No último episódio da temporada vemos a coragem e brutalidade de Rick ser quebrada.

Com a aparição dos Salvadores, as expectativas voltam-se para a aparição de um personagem, que é amado e odiado em medidas iguais pelos fãs dos quadrinhos: Negan.

Negan aparece, carregando “Lucille” e no famoso Uni Duni Tê, mata a pancadas um dos integrantes do grupo de Rick. Mas a identidade do desafortunado não é mostrada, pois vemos o espancamento pelos olhos do líder dos Salvadores. Um cliffhanger que cria uma expectativa e ansiedade gigantesca para a próxima temporada.

7ª Temporada: Violência Polêmica e Muita “Encheção de Linguiça”

O início da sétima temporada foi tão aguardado quanto descobrir se Jon Snow estava realmente morto em “GoT” ou entender Jack dizendo que todos deviam voltar à ilha no final da quarta temporada de “Lost”. Afinal foram 9 meses de espera para descobrir quem Negan matou no final do sexto ano.

E o primeiro episódio da sétima temporada traz duas surpresas para os espectadores da série. A primeira é que, diferentemente da hq, Negan não mata uma pessoa, mas duas! A segunda surpresa é a violência que permeia todo o episódio, mas principalmente na fidelidade em relação ao material original, ao mostrar o assassinato de um dos personagens mais queridos dos fãs de “TWD”.

A violência gráfica mostrada no assassinato cometido por Negan gerou reações polarizadas. 

Tiveram os que gostaram tanto por mostrar que o líder dos Salvadores era, até o momento, o pior vilão que Rick e Cia., e os que criticaram duramente o que foi exibido na tv, chegando ao ponto de algumas autoridades solicitarem a proibição do episódio.

Independentemente da polêmica gerada, Negan chegou e ficou de vez com Jeffrey Dean Morgan não só adaptando fielmente a personalidade do vilão nos quadrinhos, mas dando seu próprio toque ao personagem. O líder dos Salvadores é um cretino sarcástico que gera cenas memoráveis, como sua chegada à Alexandria (“Little pig, little pig. Let me in”).

Mas tirando o episódio inicial impactante e alguns momentos de brilhantismo aqui e ali, o que se vê é uma encheção de linguiça nunca vista em “TWD”. Durante 15 episódios o que assistimos é uma lenga lenga arrastada que termina em um final de temporada fraco e deixndo o encerramento da batalha entre Negan e Rick para o próximo ano.

8ª Temporada: A Encheção de Linguiça Continua e Uma Decisão Muito Errada

A oitava temporada é a pior temporada de “TWD”. Com 16 episódios, o que vemos é um monte de histórias fracas e arrastadas com o objetivo de preencher tanto tempo de exibição.

Sinceramente quando tento puxar pela memória algo relevante dessa temporada, a única coisa que me vêm é a morte de Carl Grimes, mas não pelo impacto causado e sim pelo problema que essa decisão narrativa iria causar.

“TWD” é famosa por seus mid-seasons excelentes, deixando as pessoas ansiosas pela volta da temporada. Tendo esse histórico de sucesso, os responsáveis pela série resolveram matar Carl Grimes e assim impactar os espectadores como foi a revelação do destino de Sophia na segunda temporada ou a morte de Hershel no quarto ano. Mas a morte de Carl Grimes é somente chata e criou um buraco narrativo para a série, já que no material original o filho do xerife fica vivo até o fim da hq.

Com decisões erradas sendo tomadas e uma narrativa cansativa o desfecho da temporada que deveria ser explosivo e empolgante, pois é o desfecho do embate entre Rick e Negan, é somente insosso como toda a temporada.

9ª Temporada: Muitas Mudanças e Uma Luz no Fim do Túnel

A péssima temporada anterior fez a audiência despencar vertiginosamente (de 11,44 milhões de espectadores no início da sétima temporada para 7,92 milhões no término do oitavo ano), causando um verdadeiro terremoto nos bastidores de “TWD”. A primeira decisão foi tirar Scott M. Gimple do cargo de showrunner e colocar Angela Kang no lugar.

Angela Kang assumiu o comando de ‘TWD” com a missão de resgatar os tempos áureos e as narrativas empolgantes do início da série. Mas logo de cara ela se viu com um imenso problema: a decisão de Andrew Lincoln sair da série. Se “The Walking Dead” é a história de Rick Grimes, como seguir a história sem ele?

Para isso, Angela Kang decidiu colocar Daryl Dixon, Michonne, Maggie e Carol como protagonistas.  Porém, essa mudança surtiu pouco efeito em atrair novos espectadores e reconquistar aqueles que abandonaram a série.

Daryl não existe nos quadrinhos, mas ganhou o coração dos fãs da história, mas ele só funciona bem na dinâmica com Rick. Michonne, Maggie e Carol são fodonas, mas não conseguem tapar o buraco carismático deixado pelo até então, protagonista da série. Até mesmo Negan, que continua sendo um espetáculo à parte sofre, pois nessa temporada veríamos a “amizade” que surgiria entre ele e o nosso xerife.

Porém a temporada e a série ganham um fôlego gigante com a chegada dos Sussurradores, pessoas que acreditam que a sociedade como existia estava fadada ao êxodo e somente com a humanidade vivendo como os zumbis teriam chance de viver, afinal o mundo é deles agora.

Andando entre os zumbis para se camuflar e os utilizando como armas, esse grupo por si só já é legal demais e diferente de tudo que vimos até agora, mas a chegada da líder deles é o que faz você ter esperanças de que “TWD” tem muito a apresentar. Alpha é na minha opinião, a melhor vilã de toda a série. Samantha Morton com seu olhar perdido e cheio de ameaça, com sua forma de andar e de falar, dá vida a uma antagonista inteligente e selvagem, e assim, trazendo o maior desafio Daryl e Cia.

Mas mesmo Alpha trazendo um pouco da magia que “TWD” tinha antes da oitava temporada, a vilã sente a falta de Rick, pois eles são completamente antagônicos em suas formas de pensar, o que tornaria o embate entre eles muito interessante.

10ª Temporada: Mediana, Mas Aceitável

A décima temporada começa com as comunidades em uma espécie paz com os Sussurradores. Depois do desfecho brutal do ano anterior, com vários personagens sendo decapitados pelo grupo antagonista, Alpha determina que nenhum integrante de Alexandria e Hilltop ultrapasse as fronteiras de seu território. Porém ambos os lados têm planos diferentes.

A ideia aqui é mostrar o clima de medo e tensão que as comunidades vivem com a ameaça constante dos Sussurradores. Mas se vimos isso na temporada passada, nesse ano, esses sentimentos perdem força justamente pela série precisar segurar a história por 16 episódios.

A morte de Alpha pelas mãos de Negan é o melhor momento da temporada com uma fidelidade extrema aos quadrinhos.

Porém o desfecho dessa temporada, que tinha tudo para ser algo incrível, acaba decepcionando novamente. Na série, acompanhamos com certa fidelidade, Beta levando o oceano de mortos, a maior horda já vista em toda “TWD”, para devastar o último refúgio dos nossos heróis. E apesar da resolução desse imenso problema ser a mesma do material original, ele não tem peso, pois enquanto nos quadrinhos personagens importantes morrem, como o padre Gabriel, na produção televisa todos passam incólumes. Ou seja, a maior ameaça zumbi de toda a história não tem peso nenhum.

11ª Temporada: Tristeza Por Ter Acabado. Feliz Por Ter Acabado

E finalmente chegamos à temporada final. E por ser o the end da série, os responsáveis e a AMC decidiram dar a quem acompanhou TWD até agora 24 episódios, divididos em três partes.

A primeira parte de última temporada começa muito bem, mostrando o perigo que os zumbis representam. Mesmo que nossos heróis sejam experts em lidar com os walkers, vemos o resgate da ameaça que essas criaturas representam aos sobreviventes.

Esse primeiro terço da décima primeira temporada mostra o retorno de Megan (e da atriz Lauren Cohan, que saiu com Andrew Lincoln na oitava temporada) e junto com ela um novo perigo: um grupo de pessoas que simplesmente dizimou a comunidade onde ela vivia.

Descobrimos que o grupo que matou e destruiu a comunidade em que Megan vivia é composta por militares altamente treinados e liderados por um homem com fortes convicções religiosas que beiram à loucura.

Apesar do esforço dos produtores da série, a ameaça desse grupo, que deveria ser enorme (afinal, estamos falando de pessoas treinadas), não se realiza. Para não falar que tudo está perdido, uma das integrantes desse grupo tem uma relação, digamos que romântica, com Daryl.

A segunda parte da última temporada mostra Commonwealth, a maior comunidade mostrada até agora em TWD, com mais de cinquenta mil pessoas. Além do tamanho, essa nova cidade tem toda a infraestrutura restaurada: hospitais, escolas, comércio, segurança, entre outras. E é na segurança que vemos o ponto mais marcante dos quadrinhos: soldados armados e equipados com armaduras para protegê-losdos zumbis.

Mas apesar disso, esse segundo terço da temporada final é água com chuchu, mostrando que a líder de Commonwealth não mede esforços para manter o poder que está em suas mãos. Ou seja, essa parte do décimo primeiro ano é só um esquenta para o “grand finale” de TWD.

Então chegamos na parte final da última temporada, onde nossos heróis promovem uma revolução e tentam derrubar a líder de Commonwealth. Mas aqui é que a ausência de Rick Grimes é mais sentida, pois nosso xerife é o contra-peso das ideias toatalitaristas dela. Novamente percebemos que Daryl não possui a força necessária para tomar o lugar do nosso xerife e nem o carisma dele. Aliás, nesse ponto senti que Daryl estava muito deslocado na narrativa por ter que assumir o papel de líder e bússola moral.

Mas alguns pontos  salvam o final de TWD do vexame. O primeiro deles é mostrar zumbis com uma inteligência rudimentar que lhes permite escalar muros, subir escadas e manipular objetos. Essa evolução dos walkers deve ser explorada em algum dos spin-offs confirmados.

O segundo ponto que salva o desfecho de TWD é a participação especial de Rick Grimes e Michonne nas cenas finais. O retorno deles já estava garantida em uma série derivada que promete encerrar a jornada de ambos, mas ver o xerife por poucos minutos mostra o carisma que o personagem e o ator Andrew Lincoln possuem.

Quando terminei de assistir o último episódio dessa última temporada fiquei triste pois apesar da queda de qualidade que a série tem a partir da sétima temporada, não deixei de acompanhar essa história, que me conquistou. Mas também fiquei feliz por TWD ter chegado ao fim porque foi justamente a ideia de prolongá-la por tanto tempo que fez com que a série perdesse sua capacidade de entreter as pessoas.

Considerações Finais

The Walking Dead é uma série que fica na história da tv e das plataformas de streaming por fazerem as pessoas pararem o que estavam fazendo ou não programarem nada no horário de exibição de seus episódios e até mesmo ficar acordados até tarde por causa do nosso horário de verão para poder assistir em simultâneo com os EUA.

The Walking Dead rivalizou com Game off Thrones pela audiência e carinho das pessoas, chegando a possuir o recorde de audiência na tv aberta dos EUA, com mais de dezoito milhões de espectadores assistindo no mesmo horário de exibição.

Como todas as séries estadunidenses, TWD padeceu da ganância dos donos do canal que estenderam a série sem preocupar com a qualidade narrativa da história. Além disso, decisões erradas no rumo da história e a saída de personagens importantes causaram a derrocada de uma das séries mais icônicas da tv mundial.

Mas como os zumbis, The Walking Dead continua viva, agora através de seus spin-offs, sendo o mais promissor o que trará de volta Rick Grimes.

Críticas à parte, The Walking Dead tem um lugar especial no meu coração e vale muito a pena ser assistida!

Ficha Técnica:

Título Original: The Walking Dead

Título no Brasil: The Walking Dead

Gênero: Terror, Drama

Temporadas: 11

Episódios: 177

Criadores: Frank Darabont, Robert Kirkman

Produtores: Frank Darabont, Gale Anne Hurd, David Alpert, Robert Kirkman, Charles H. Eglee, Glen Mazzara, Scott M. Gimple, Greg Nicotero, Tom Luse, Denise Huth, Angela Kang, Joseph Incaprera

Elenco: Andrew Lincoln, Jon Bernthal, Sarah Wayne Callies, Laurie Holden, Jeffrey DeMunn, Steven Yeun, Chandler Riggs, Norman Reedus, Lauren Cohan, Danai Gurira, Michael Rooker, David Morrissey, Melissa McBride, Scott Wilson, Michael Cudlitz, Emily Kinney, Chad L. Coleman, Lennie James, Sonequa Martin-Green, Alanna Masterson, Josh McDermitt, Christian Serratos, Jeffrey Dean Morgan, Seth Gilliam, Ross Marquand, Katelyn Nacon, Tom Payne, Khary Payton

Samantha Morton, Ryan Hurst, Cooper Andrews, Callan McAuliffe

Empresa(s) produtora(s): AMC Studios, Circle of Confusion, Skybound Entertainment, Valhalla Entertainment, Idiot Box Productions

Transmissão: AMC, Fox

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Publicado por Marcelo Santos

Quase biólogo, formado em Administração. Maníaco desde criança por filmes e séries. Leitor assíduo de obras de ficção, terror, fantasia e policial.

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