SINOPSE: Após dez anos da primeira batalha de Pandora entre os Na’vi e os humanos, Jake Sully (Sam Worthington) vive pacificamente com sua família e sua tribo. No entanto, quando uma antiga ameaça ressurge, eles devem sair de casa e explorar as regiões de Pandora, indo para o mar e fazendo pactos com outros Na’vi da região. Mesmo com uma guerra em curso, Jake e Ney’tiri terão que fazer de tudo para ficarem juntos e cuidar da família e de sua tribo.

Em dezembro de 2018 presenciei algo que nunca tinha visto em nenhuma outra sessão de cinema que fui. O filme era “Vingadores: Guerra Infinita”: Thanos de posse de todas as joias do infinito estala seus dedos e metade da população do universo deixa de existir. Quando vemos as pessoas e os herói se desfazendo até sumir por completo um silêncio se abateu na sala de exibição. Ninguém falava nada, perplexos com o que estava assistindo.

Em dezembro de 2022, novamente o silêncio se abateu na sala de exibição. O filme é “Avatar: O Caminho da Água”. Os créditos subiam e como em “Vingadores: Guerra Infinita”, nenhum comentário, nenhuma conversa acontecia. Mas se no filme da Marvel Studios o sentimento era de perplexidade e espanto, em “Avatar 2” a sensação que pairava entre as pessoas era a de encantamento.

Geralmente não começo minhas resenhas dessa forma pois meio que estou adiantando o que achei do filme, porém “Avatar: Caminho da Água” deixou as pessoas na sala de cimema encantadas: olhos brilhando (muitos por chorarem baldes) e sorrisos nos lábios. E essa reação incomum me impressionou demais.

Mas o quê “Avatar: O Caminho da Água” possui para ter causado tal reação dos espectadores?

Primeiramente, preciso dizer que “Avatar 2” é o mais clichê possível. Mesmo com todo aparato técnico existente no filme que US$ 250 milhões de orçamento podem oferecer, é a típica história do bem contra o mal. Os Na’vi, raça originária de Pandora vive pacificamente depois da luta contra os humanos e em harmonia com a natureza do planeta. Os homens por outro lado, retornam mais violentos e destrutivos do que nunca, dispostos a colonizar e destruir Pandora para atender seus desejos mesquinhos.

Essa premissa é a mesma do primeiro filme, que fora o 3D de verdade (todos os demais longas-metragens depois dele foram convertidos, sendo “Avatar” o único filmado com essa tecnologia), nada de novo me foi apresentado em termos narrativos.

Porém “Avatar: Caminho da Água” de alguma forma fisgou minha atenção desde o primeiro minuto e foi me encantando mais e mais durante sua exibição. E aqui acho que o mérito é o talento de James Cameron em pegar histórias e transformá-las em espetáculos. Como um paralelo com a franquia Avatar, posso citar outro trabalho do diretor: “Exterminador do Futuro”. O primeiro filme tem uma premissa básica que de alguma forma se transforma em algo mais fascinante no segundo longa-metragem. E novamente, reforço que não estou falando da evolução tecnológica existente entre os filmes, mas somente da narrativa.

Mas claro que é impossível falar de “Avatar: Caminho da Água” e não comentar sobre o CGI empregado e o que vi nesse filme é algo fenomenal.

Os Na’vi estão perfeitos no que diz respeito à modelagem visual. Expressões faciais estão de um realismo tal que os sentimentos expressados por esses seres assustam tamanho o realismo. E a captura de movimentos dos atores e atrizes utilizadas para dar vida ao Na’vi é impecável e prova disso é a fluidez com que eles andam, sentam, deitam, nadam.

Pesquisando para fazer essa resenha, descobri que James Cameron fez gravações debaixo d’água para as cenas submarinas. E isso reforça minha admiração pelo trabalho realizado departamento de CGI pois até mesmo nessas sequências vemos como os movimentos e ações doa Na’vi está sensacional.

Mas não são só os efeitos especiais que encantam em “Avatar: Caminho da Água”. O roteiro, apesar de clichê, como já disse, é bem escrito, no sentido de que ele entrega o que precisa a quem está assistindo ao filme.

As questões ambientais, a discussão do quanto o homem destrói a natureza em prol do avanço da sociedade são pontos fortes da narrativa. E isso fica bem claro quando é explicado porque os humanos caçarem os tulkuns. Mas o roteiro também aborda de forma eficiente os dramas familiares dos personagens. Todas essas situações e outras mais são desenvolvidas de forma simples, mas que atingem o objetivo esperado.

A trilha sonora completa o cenário de “Avatar: Caminho da Água”. O compositor Simon Franglen traz melodias que casam perfeitamente com as situações mostradas na telona, tornando esse filme em um ótimo espetáculo audiovisual. E para quem gosta de The Weeknd, o cantor e compositor canadense gravou a música ‘Nothing Is Lost’ para o filme.

“Avatar: Caminho da Água” pode ser comparado à escola de samba Imperatriz Leopoldinense na década de 1990 com seus desfiles tecnicamente perfeitos. Existe uma perfeição técnica em “Avatar 2”, oriundo da obsessão de James Cameron por esse aspecto, mas ao contrário da agremiação carioca, o filme possui um componente emocional muito forte que encanta os espectador.

Dito tudo isso, só posso dizer que vale muito a pena assistir a “Avatar: Caminho da Água”!

Ficha Técnica:

Título Original: Avatar: The Way of Water

Título no Brasil: Avatar: O Caminho da Água

Gênero: Fantasia, Ficção-Científica, Ação

Duração: 190 minutos

Diretor: James Cameron

Produção: James Cameron, Jon Landau

Roteiro: James Cameron, Rick Jaffa, Amanda Silver

Elenco: Sam Worthington, Zoe Saldaña, Sigourney Weaver, Stephen Lang, Kate Winslet, Cliff Curtis, Joel David Moore, CCH Pounder, Edie Falco, Brendan Cowell, Jemaine Clement, James Flatters, Britain Dalton, Chloe Coleman, Trinity Jo-Li Bliss, Jack Champion, Bailey Bass, Filip Geljo, Duane Evans Jr., Giovanni Ribisi, Dileep Rao, Matt Gerald

Companhias Produtoras: 20th Century Studios, Lightstorm Entertainment

Distribuição: Walt Disney Studios

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Publicado por Marcelo Santos

Quase biólogo, formado em Administração. Maníaco desde criança por filmes e séries. Leitor assíduo de obras de ficção, terror, fantasia e policial.

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