SINOPSE: O mago Roderick Burgess (Charles Dance) tenta capturar a Morte (Kirby Howell-Baptiste) para que traga seu filho falecido de volta, no entanto, acaba prendendo seu irmão mais novo Morpheus (Tom Sturridge), o Rei dos Sonhos. Temendo por sua segurança, o mago o mantém preso em uma cela de vidro por décadas. Após sua fuga, Morpheus, também conhecido apenas como Sonho ou Sandman, parte em busca de seus poderosos objetos perdidos. Ele está determinado a trazer de volta a ordem para seu Reino e fará o que for preciso para restaurar seu mundo, agora deteriorado depois de sua ausência. Morpheus faz parte de uma família conhecida como Os Perpétuos, um grupo de criaturas imortais que controlam vários aspectos do universo. Além de Morpheus, estão entre os membros A Morte, O Destino, A Destruição, O Desejo, O Desespero e O Delírio.

De todas as séries lançadas e que ainda vão estrear até o final de 2022 na Netflix, “Sandman” com certeza é a mais ambiciosa de todas. Inicialmente a história de Morpheus e os Perpétuos tinha como destino as telonas, mas acabou como uma produção seriada, o que se mostrou uma decisão acertadíssima devido à grandiosidade e complexidade que a obra máxima de Neil Gaiman possui.

A primeira coisa que preciso falar é a respeito de um comentário sobre “Sandman”, que dizia que era “adaptar o inadaptável”. Talvez como filme, a história de Morpheus se mostrasse mais difícil de ser contada devido ao tempo menor de exibição, mas tanto como longa-metragem quanto como série, “Sandman” se mostrou “mais fácil” de ser adaptada do que se imaginava. Essa “facilidade” deve-se ao empenho e dedicação da equipe técnica envolvida que se debruçou no material original e trouxe a essência de “Sandman” na produção seriada da Netflix.

Não vou adentrar muito na história de “Sandman” pois li pouco do material original. Mas pelo que conheço e pesquisei, a série se manteve bastante fiel, com algumas mudanças realizadas, que no geral, não alteraram ou interferiram pouco no que vemos nas hqs.

Não vou adentrar muito na história de “Sandman” pois li pouco do material original. Mas pelo que conheço e pesquisei, a série se manteve bastante fiel, com algumas mudanças realizadas, que no geral, não alteraram ou interferiram pouco no que vemos nas hqs.

A mudança mais marcante na minha opinião, é a respeito da personalidade de Morpheus. Lendo um pouco sobre o personagem, o Mestre do Sonhar me pareceu um pouco mais frio, mais vingativo até. E para ressaltar essa mudança, destaco o castigo dado ao filho do mago que o prendeu, que nos quadrinhos é muito pior do que visto na série.

Mas como disse, a essência da hq está em “Sandman”, e por mais que a Netflix tenha suavizado sua personalidade em alguns aspectos, alguns comportamentos mostram que o Perpétuo não tolera ser enganado e tem um código muito rígido de conduta.

“Sandman” cria com sucesso o tom onírico e fantasioso que o material original possui. Sonhar, reino de Morpheus, é adaptado de forma a trazer a sensação de que estamos em mundo onde os sonhos vivem. Da mesma forma, que quando acompanhamos Morpheus ao inferno, sentimos todo o desespero e falta de esperança que o reino comandado por Lúcifer transmite.

Aliás, o ponto mais esperado é a ida de Morpheus ao inferno e seu duelo para recuperar seu elmo. O confronto para recuperar o artefato onírico tem uma mudança que me agradou muito, colocando o Mestre do Sonhar frente a frente com o próprio Lúcifer.

E por falar no Arcanjo Caído, a escolha de Gwendoline Christie para interpretá-lo foi sensacional. Aliado a um bom roteiro, a atriz consegue transmitir toda a imponência do ser mais poderoso do universo, abaixo somente de Deus, bem como a malícia e o perigo que é estar na presença dele. E não é somente Gwendoline Christie que dá show, pois todo casting, com algumas poucas exceções, foi muito bem escalado e desempenham seus papéis bem acima da média.

E por falar no Arcanjo Caído, a escolha de Gwendoline Christie para interpretá-lo foi sensacional. Aliado a um bom roteiro, a atriz consegue transmitir toda a imponência do ser mais poderoso do universo, abaixo somente de Deus, bem como a malícia e o perigo que é estar na presença dele. E não é somente Gwendoline Christie que dá show, pois todo casting, com algumas poucas exceções, foi muito bem escalado e desempenham seus papéis bem acima da média.

Porém precisamos falar de Tom Sturridge, que interpreta Morpheus na série. Não é somente a caracterização que está bem fiel ao que vemos no material original, mas todo o trabalho do ator para dar vida ao comportamento e maneirismos do personagem. Tirando o biquinho, tudo no Mestre do Sonhar está perfeito, principalmente a voz que ele criou especificamente para Morpheus na série.

O roteiro é outro ponto que é preciso destacar, traduzindo tanto as complexidades existentes em uma história que fala de onirismo como as nuances e detalhes das relações humanas. E quando falamos de relações humanas, falamos de sentimentos “Sandman” explora muito bem os sentimentos, tais como: felicidade, tristeza, apreensão, raiva, frustração, esperança, amor.

Os sentimentos estão tão presentes na série que o melhor episódio dessa temporada é “O Som das Asas Dela” que mostra a relação de um homem imortal e Morpheus através dos séculos. Subvertendo o conceito de que a imortalidade traz infelicidade, vemos o verdadeiro significado da amizade em uma história emocionante.

Mesmo com incríveis 484 milhões de horas exibidas, de figurar por semanas no Top 10 da plataforma, dos elogios por parte da crítica, dos fãs e de pessoas com nenhum ou pouco contato com as hqs, “Sandman” demorou para ser renovada pela Netflix, mais pelos custos de produção (estima-se que cada episódio foi orçado em US$ 15 milhões).

Mas para o alívio e alegria de quem gostou, “Sandman” deve adaptar o arco “Estação das Brumas” onde Morpheus retorna ao Inferno para libertar sua ex-amante Nada, apenas para descobrir que Lúcifer abandonou suas responsabilidades, como parte de um plano para conquistar o Sonhar. Além disso, devemos finalmente conhecer os demais Perpétuos. Isso fica mais claro com o que é dito no teaser de renovação da série: “Agora é hora de voltar ao trabalho. Há um jantar em família esperando, afinal. E Lúcifer aguarda Morpheus retornar ao inferno”. Tudo isso, só aumente minha ansiedade e empolgação para o que está por vir na segunda temporada.

“Sandman” consegue ser tão ambiciosa e humana quanto o material original de Neil Gaiman. A grande aposta de 2022 da Netflix se mostrou um tiro certeiro e entra no catálogo não tão grande das produções de qualidade da plataforma de streaming.

Dito tudo isso, é claro que vale, mas vale muito a pena assistir a primeira temporada de “Sandman”!

Ficha Técnica:

Título Original: The Sandman

Título no Brasil: Sandman

Gênero: Drama, Fantasia

Temporadas:

Episódios: 11

Criadores: Allan Heinberg

Produtores: Allan Heinberg, David S. Goyer, Neil Gaiman, Mike Barker

Diretores: Mike Barker, Jamie Childs, Mairzee Almas, Andrés Baiz, Coralie Fargeat, Louise Hooper, Hisko Hulsing

Elenco: Tom Sturridge, Gwendoline Christie, Vivienne Acheampong, Boyd Holbrook, Charles Dance, Asim Chaudhry, Sanjeev Bhaskar, Kirby Howell-Baptiste, Mason Alexander Park, Donna Preston, Jenna Coleman, Niamh Walsh, Joely Richardson, David Thewlis, Kyo Ra, Stephen Fry, Razane Jammal, Sandra James Young, Patton Oswalt

Companhias Produtoras: 21 PurePop Inc., The Blank Corporation, Phantom Four, DC Entertainment, Warner Bros. Television

Transmissão: Netflix

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Publicado por Marcelo Santos

Quase biólogo, formado em Administração. Maníaco desde criança por filmes e séries. Leitor assíduo de obras de ficção, terror, fantasia e policial.

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