SINOPSE: Quatro anos se passaram após os eventos de “Halloween Kills. Michael Myers (Nick Castle e James Jude Courtney) nunca mais foi visto e uma onda de terror paira sobre a cidade. Laurie (Jamie Lee Curtis) agora vive com sua neta Allyson (Andi Matichak). Depois de permitir que a sombra de Michael pairasse ao longo de sua existência por décadas, ela finalmente decidiu se libertar do medo e da raiva e se voltar para a vida. Mas, quando Corey Cunningham (Rohan Campbell) encontra algo nos esgotos de Haddonfield, a violência e o assassinato retornam à cidade, forçando Laurie a lidar com Myers, de uma vez por todas.
Em 2018, David Gordon Green e a Blumhouse Productions juntavam-se a John Carpenter para revitalizar “Halloween”, uma das franquias slashers mais icônicas do cinema de terror.
Aclamado pela crítica e pelos cinéfilos em geral, “Halloween” de 2018, garantiu mais dois filmes que visavam encerrar à altura e de forma definitiva o embate entre Laurie Strode e Michael Myers. Porém,”Halloween Kills” enveredou por alguns caminhos que tiraram bastante do brilho e da comoção do primeiro filme criando algumas dúvidas a respeito do último longa-metragem da trilogia.
Por ser muito fã da franquia, ainda mais depois de “Halloween”, minhas expectativas com o desfecho da história de Michael Myers e Laurie Strode era muito grande e saí da sala de cinema com um sentimento dúbio de erros que poderiam ser evitados e missão cumprida.
“Halloween Ends” inicia com a morte acidental de um garoto pelas mãos de Corey. Acompanhando sua vida após esse trágico incidente, vemos que Corey é uma verdadeira bomba-relógio: vítima do preconceito e acusações de uma cidade cercada pelo medo, pelo bullying sofrido e por pais opressivos. Então, em um confronto com outros adolescentes, Corey cai de um viaduto e é arrastado para os esgotos, onde fica frente a frente com Michael Myers.
Porém, quando Corey está para ser morto, algo acontece e ele vê sua vida passar diante de seus olhos (ou foi Michael Myers que viu as lembranças do adolescente?): sai o garoto tímido, amuado e conformado e entra uma pessoa radical, violenta e assassina.
Aqui faço duas análises, sendo a primeira que Corey ao encontrar Michael Myers libera todo seu potencial assassino, se tornando um misto de discípulo e sucessor, levantando uma questão: somos predispostos a cometer atos violentos ou o meio inserido nos molda em pessoas assassinas? Apesar que também podemos dizer, segundo a franquia, que ambas as situações existem, pois enquanto Corey parece ser um assassino moldado pelo meio em que vive, Michael Myers nasceu mal, pois na produção de 1978, ele mata sua irmã sem motivo aparente.
O segundo ponto é se Corey viu sua vida antes de morrer ou se Myers quem viu as lembranças pelos olhos do adolescente? Se foi Michael, temos então um reforço do seu lado “sobrenatural”. Esse conceito de que o Bogeyman é algo mais que um simples homem, é reforçado por sua fraqueza que vai sumindo à medida que vai matando, algo mencionado e mostrado em “Halloween Kills”.
“Halloween Ends” faz uma crítica social ao abordar a jornada de Corey, mas ao contrário do que foi feito em “Halloween Kills”, nesse filme ela se encaixa no contexto da trama. O problema é que o tema social proposto ocupa praticamente toda a narrativa do longa-metragem, deixando o que queremos ver para os minutos finais.
“Halloween Ends” é o capítulo final entre Laurie Strode e Michael Myers. Logo, esperava (até pelo que foi mostrado nós materiais promocionais) que esse ponto fosse o ponto central da trama. Mas não foi isso que vi assistindo ao filme.
Michael Myers se torna mais uma sombra de mau agouro e medo na cidade, deixando os habitantes desconfiados e ariscos, vendo perigos em cada sombra. E a consequência dessa paranoia é mostrada nos minutos iniciais do filme. Esse aspecto eu gostei, mas fiquei um pouco frustrado por não ter mais Michael Myers fisicamente. Talvez, os responsáveis pelo filme quiseram equilibrar mais a trilogia, já que “Halloween Kills” justifica seu nome, com Bogeyman matando geral.
O confronto esperado e definitivo acontece nos minutos finais do filme em uma sequência curta, na minha opinião, mas bastante intensa. Achei que o desfecho desse combate resultaria na morte tanto de Michael Myers e Laurie Strode, algo que seria incrível e corajoso. Porém…
O final de “Halloween Ends” é uma espécie de exorcismo para os habitantes de Haddonfield. O desfecho de Michael Myers em “Halloween Kills” fecha as portas definitivamente nessa linha narrativa encabeçada por David Gordon Green. Porém, não acredito que esse tenha sido o fim definitivo dele, seja nas telonas ou nas telinhas, afinal a franquia “Halloween” tem uma base grande e rentável de fãs.
Como disse no começo, “Halloween Kills” encerra de forma satisfatória e até corajosa a história de Michael Myers, mas também deixa um gostinho de frustração já que o embate final entre ele e Laurie Strode poderia ter sido maior.
Se você é fã da franquia e assistiu aos dois primeiros filmes dessa nova trilogia, então vale a pena assistir “Halloween Kills”!
Ficha Técnica:
Título Original: Halloween Ends
Título no Brasil: Halloween Ends
Gênero: Terror Slasher
Duração: 111 minutos
Diretor: David Gordon Green
Produção: Malek Akkad, Jason Blum, Bill Block
Roteiro: Paul Brad Logan, Chris Bernier, Danny McBride, David Gordon Green
Elenco: Jamie Lee Curtis, Nick Castle, James Jude Courtney, Andi Matichak, Will Patton, Rohan Campbell, Kyle Richards, Jesse C. Boyd, Joanne Baron, Rick Moose, Michael Barbieri
Companhias Produtoras: Miramax, Blumhouse Productions, Trancas International Films, Rough House Pictures
Distribuição: Universal Pictures