SINOPSE: Denver, 1978: uma série de sequestros estão acontecendo por um serial killer (Ethan Hawke) que tem seu alvo crianças do bairro. Finney (Mason Thames), de 13 anos, acorda em um porão, onde há apenas uma cama e um telefone preto. Quando o aparelho toca, o garoto consegue ouvir a voz das vítimas anteriores do assassino, e elas tentam evitar que o Finney sofra o mesmo destino. Enquanto isso, sua irmã Gwen (Madeleine McGraw) tem sonhos que indicam o lugar onde ele pode estar e corre contra o tempo para tentar ajudar a polícia.
Talvez você conheça Scott Derrickson por dirigir o primeiro “Doutor Estranho”. Mas ele é responsável por filmes de gelar o sangue, como “O Exorcismo de Emily Rose” e “A Entidade”. Essa experiência com terror seria utilizada no segundo filme do Ex-Mestre Supremo, mas diferenças criativas, fez com que Scott Derrickson (que queria um longa-metragem mais assustador) e a Marvel Studios (que preferia algo mais “Marvel”), rompessem os laços.
Livre, Scott Derrickson retornou às raízes e adaptou para as telonas “O Telefone preto”, conto homônimo de Joe Hill, o filho mais famoso de Stephen King. Cercado de expectativas antes da estreia e elogiado posteriormente por público e crítica, o novo longa-metragem de terror do diretor se tornou um dos mais falados positivamente em 2022.
A primeira coisa que é preciso falar a respeito de “O Telefone Preto” é que o terror existente é sutil quando comparado com outros filmes de terror de Scott Derrickson. As crianças mortas que telefonam para Finney pelo telefone preto é utilizado de forma a criar uma tensão e para montar um quebra-cabeças que será desvendado no final do longa-metragem. Ao contrário de “A Entidade” e “O Exorcisma de Emily Rose”, as cenas assustadoras ou jump scares são praticamente inexistentes.
Se não fosse o elemento sobrenatural do telefone preto que existe no porão onde Finney está preso, o filme poderia muito bem ser classificado como um horror psicológico.
“The Grabber” é um assassino serial de crianças que as atormenta com testes ao longo do cárcere, prometendo libertá-los caso se comportem e sigam as regras. A atuação de Ethan Hawke é competente e entrega, mas pelos elogios e críticas positivas, esperava um pouco mais do ator no filme. Mas o que torna “The Grabber” interessante, vamos dizer assim, é sua máscara com várias configurações, que demonstram seu humor e suas intenções. Logo, se temos uma máscara sorridente, seus prisioneiros podem ficar menos preocupado; mas se a feição for carrancuda, as crianças correm sério perigo. Ao contrário de Michael Myers e Jason com suas máscaras icônicas, “The Grabber” inova por trazer esse apetrecho com várias configurações.
Porém, mesmo com Scott Derrickson inovando com sua máscara multifacetada, o diretor homenageia os slashers do cinema, e em especial Michael Myers, quando “The Grabber” se desespera ao ter sua máscara arrancada do rosto.
Como disse, Derrickson não pesa a mão no terror, mas a estética utilizada em outros filmes seus está presente, principalmente nas cenas em que o sobrenatural predomina. O local onde Finney está preso é sujo e escuro, a aparição das crianças mortas é algo que dá a sensação de uma presença incômoda e perturbadora.
O casting é bem escalado, mas é o núcleo-mirim quem se destaca pelo talento, principalmente Mason Thames e Madeleine McGraw que entregam ao espectador todos os sentimentos vividos por eles no filme. A construção inicial de Finney e Gwen ajuda a criar a empatia necessária para nos importarmos com eles.
O Telefone Preto” é um bom retorno de Scott Derrickson e um tapa na cara da Marvel Studios, pois provou que o diretor era capaz de fazer um filme de terror sem ser tão pesado com “A Entidade”.
Com boas doses de tensão, “O Telefone Preto” é um bom representante do horror psicológico e mostra que de todos os gêneros, o terror é o mais versátil do cinema. E por esses motivos, vale a pena assisti-lo!
Ficha Técnica:
Título Original: The Black Phone
Título no Brasil: O Telefone Preto
Gênero: Terror
Duração: 102 minutos
Diretor: Scott Derrickson
Produção: Jason Blum, Scott Derrickson, C. Robert Cargill
Roteiro: Scott Derrickson, C. Robert Cargill
Elenco: Ethan Hawke, Mason Thames, Madeleine McGraw, Jeremy Davies, James Ransone, E. Roger Mitchell, Troy Rudeseal, Miguel Cazarez Mora, Rebecca Clarke, J. Gaven Wilde, Spencer Fitzgerald, Jordan Isaiah White, Brady Ryan
Companhias Produtoras: Blumhouse Productions, Crooked Highway
Distribuição: Universal Pictures