SINOPSE: Steven Grant (Oscar Isaac), é um homem simples, gentil e simpático que trabalha em uma loja de presentes, mas que sofre com constantes “apagões” e tem memórias que parecem ser de uma vida que não é a sua. Em um determinado momento, Grant descobre possuir uma Desordem Dissociativa de Identidade e, por isso, “compartilha” o próprio corpo com Marc Spector, um mercenário que também é o implacável avatar de Khonshu, o deus egípcio da Lua. À medida que os inimigos de Marc também interferem na rotina de Grant, ele precisa aprender a lidar e a se relacionar com seu alter ego. Com outros motivos em jogo, os dois devem navegar entre suas identidades complexas em meio a uma batalha mortal travada entre os poderosos deuses do Egito.
Desde que a Marvel Studios anunciou que faria séries, pouquíssimas produções realmente me hyparam a querer assisti-las, sendo elas “Wandavision” (clique aqui para saber o que achamos) e “What If…?” (estou devendo a resenha). Ainda bem que as expectativas que criei em cima das duas séries foram atendidas.
Após a primeira leva de séries, a Marvel Studios anunciou uma produção prometendo assim como “Wandavision”, entregar uma produção diferente do que estamos acostumados a ver no MCU. E desde o anúncio, passando pelos materiais promocionais e notícias liberados, fiquei muito empolgado em assisti-la.
Dois são os motivos para explicar minha empolgação em querer assistir “Cavaleiro da Lua”: a instabilidade do personagem e a escalação de Oscar Isaac para interpretar o protagonista da série.
Nosso protagonista sofre de DDI (Desordem Dissociativa de Identidade), o que explica a sua instabilidade. No começo da série vemos o dia a dia de Steven Grant, uma pessoa simples que trabalha na loja de souvenirs do museu. Em determinados momentos, Steve sofre apagões e quando acorda, geralmente está coberto de sangue. Depois descobrimos que o motivo desse apagão é devido ao controle do corpo por outra personalidade: o mercenário Mark Spector.
As personalidades que habitam o corpo são completamente diferentes. Steve é gentil, inteligente e inseguro, enquanto Marc é o oposto. Enquanto Grant usa seus conhecimentos para resolver os problemas, Spector usa suas habilidades em combate. Essa ambiguidade é tão grande que até a vestimenta do Cavaleiro da Lua é diferente dependendo de quem está no controle.
Então descobrimos que em uma missão no Egito, Marc Spector é traído e encontra-se à beira da morte, e acaba fazendo um pacto com Khonshu, para não morrer. Em troca , aceita se tornar o avatar do deus egípcio da Lua e aplicar a sua justiça contra os que praticam o mal.
Essa instabilidade causada por duas personalidades tão diferentes é muito bem trabalhada, pois a todo momento vemos Steve e Marc disputando o controle do corpo que dividem.
E em um dos episódios mais marcantes e emotivos nessa e em qualquer outra série que já vi, descobrimos a razão da existência de Marc e Steve. Tragédia, luto, culpa e rejeição explicam a existência desses dois personagens. E a revelação de qual é a personalidade verdadeira e qual foi criada é um verdadeiro soco no estômago e me deixou com os olhos marejados.
Em determinando momento torcemos por Steven Grant e em outros por Marc Spector, pois ambos os personagens são cativantes e instigantes. E dito isso, que entro no segundo motivo que me levou a ficar empolgado em assistir “Cavaleiro da Lua”.
Muitos filmes e séries já abordaram a DDI, porém poucas produções foram bem-sucedidas. E a razão disso, é o ator ou atriz escalado para interpretar personagem tão complexo. James McAvoy fez um trabalho incrível em “Fragmentado” e “Vidro”.
Para dar vida a um personagem tão complexo, a Marvel trouxe Oscar Isaac, um dos atores mais carismáticos e talentosos da atualidade. E ele não decepcionou. Pelo contrário, o que ele faz em “Cavaleiro da Lua” supera qualquer previsão, pois se Steven Grant e Marc Spector são tão diferentes é por causa de Oscar Isaac.
Não estamos falando apenas da forma de falar (Steve com seu sotaque inglês e Marc com seu dialeto estadunidense), mas nos maneirismos e até na postura de cada um. Grant parece um rato assustado, sempre encolhido e com seus movimentos contidos; Spector é expansivo e seguro, como esperado de um mercenário letal.
Quem lê o que estou escrevendo, pode achar que o que Oscar Isaac faz não é nada demais, porém ao assistir as atuações do ator, percebemos como ele se preparou para dar vida a personalidades tão diferentes. Oscar Isaac é talento puro em suas interpretações e não é nenhuma surpresa a Marvel Studios indicar o ator para concorrer ao Emmy de Melhor Ator.
Então, até pela incrível interpretação e presença de Oscar Isaac é que concordo com o que li em um site especializado: “Cavaleiro da Lua sem Cavaleiro da Lua, e não me importei com isso”. O avatar de Khonshu aparece muito pouco vestido como tal. E se em outras produções do MCU isso me incomodou (afinal se o super-herói tem máscara, capacete ou algo cobrindo o rosto, por que ele fica toda aparecendo toda hora sem?), aqui o talento de Oscar Isaac suplantou esse meu sentimento.
Porém, o uniforme de Cavaleiro da Lua que Marc Spector veste é muito legal, mantendo a fidelidade do que vemos nos quadrinhos mas acrescentando detalhes muito interessantes. Quando Spector se transforma no avatar de Khonshu, vemos espécies de ataduras envolvendo seu corpo. O resultado é um dos uniformes mais tops do MCU.
Vale destacar antes de terminar essa resenha a ambiguidade de Khonshu, pois ao mesmo tempo que ele tenta impedir os devaneios insanos de outra divindade (algo parecido com o que vemos em “Minority Report”), parece que ele busca realizar seus próprios desejos, o que explicaria seu banimento do panteão egípcio.
Planejada para ser uma minissérie, “Cavaleiro da Lua” termina com a resolução de um mistério que tanto Steve como Marc não são capazes de explicar, e que se caso houver uma renovação, seria um ponto de partida bem interessante para uma segunda temporada. Além disso, é necessário explicar qual a conexão dessa produção no universo compartilhado do MCU.
Torço para que “Cavaleiro da Lua” tenha uma segunda temporada e que sua indicação e de Oscar Isaac aos prêmios seja aceita, pois a minissérie do MCU é uma mistura perfeita dos gêneros de super-heróis e drama.
Dito tudo isso, vale a pena assistir “Cavaleiro da Lua”!
Ficha Técnica:
Título Original: Moon Knight
Título no Brasil: Cavaleiro da Lua
Gênero: Ação, Super-Herói
Temporadas: 1ª
Episódios: 6
Criadores: Jeremy Slater
Produtor: Kevin Feige, Louis D’Esposito, Victoria Alonso, Brad Winderbaum, Grant Curtis
Oscar Isaac, Mohamed Diab, Jeremy Slater, Peter Cameron
Diretores: Mohamed Diab, Aaron Moorhead, Justin Benson
Elenco: Oscar Isaac, May Calamawy, Karim El Hakim, F. Murray Abraham, Ethan Hawke, Ann Akinjirin, David Ganly, Khalid Abdalla, Gaspard Ulliel, Antonia Salib, Fernanda Andrade, Rey Lucas, Sofia Danu, Saba Mubarak
Companhias Produtoras: Marvel Studios
Transmissão: Disney+