SINOPSE: Nessa sequência aterrorizante do massacre feito por Leatherface há 50 anos, Melody, sua irmã adolescente Lila e seus amigos Dante e Ruth vão para a remota cidade de Harlow, Texas, para iniciar um novo empreendimento comercial. O sonho logo se transforma em um pesadelo quando eles acidentalmente perturbam a casa de Leatherface.

Slasher é um subgênero de filmes de terror quase sempre envolvendo um assassino em série com uma máscara ou fantasia que vai matando vítimas e mais vítimas ao longo do filme. Muitos consideram “Psicose” a primeira produção slasher do cinema, mas esse subgênero ganhou força e notoriedade em 1974, com “O Massacre da Serra Elétrica”.

Esse subgênero perdeu espaço por volta dos anos 2000,  principalmente por causa de produções horrorosas que manchavam o legado sangrento de personagens como Jason Voorhees e Michael Myers.

Porém em 2018, o diretor David Gordon Green, trazia de volta aos holofotes Michael Myers, a maior criação de John Carpenter, e colocava o cinema slasher de volta ao lugar que não deveria ter saído. Devido ao grande sucesso de crítica e bilheteria de “Halloween” de 2018, outros estúdios viram a chance de lucrar muito com o retorno desses assassinos mascarados.

E dessa forma chegamos ao “Massacre da Serra Elétrica: O Retorno de Leatherface” produzido pela Legendary Pictures e Netflix. Utilizando vários elementos vistos em “Halloween” de 2018, o diretor David Blue Garcia, produtores e roteiristas resolveram ignorar todas os longas-metragens bostas produzidos após o lançamento do primeiro filme. “O Retorno de Leatherface” é uma sequência direta da obra cinematográfica de 1974

Além disso, a fórmula utilizada em “Halloween” de 2018 é repetida em trazer a única sobrevivente de Leatherface de volta. Sally Hardesty (Olwen Fouéré) é uma mulher atormentada pelo trauma vivido na década de 1970 e aguarda pacientemente o retorno do caçula da família Sawyer, treinando e se armando até os dentes para matá-lo. Além disso o diretor em declarações disse que se a atriz Marilyn Burns e Gunnar Hansen não tivessem falecidos, estariam em “O Retorno de Leatherface” interpretando os papéis que eram seus no filme de 1974.

O início de “O Retorno de Leatherface” não me agradou muito pois os responsáveis quiseram abordar alguns assuntos como por exemplo: a gentrificação e o porte de armas. Não sou contra a exploração dessas e outras questões em filmes, muito pelo contrário, mas quando querem colocar tais debates acima daquilo que uma produção slasher é, aí me incomoda. Tal abordagem fez com que “Halloween Kills” fosse do meu franco favorito a filme de terror de 2021 para um mísero terceiro lugar.

Mas essa abordagem politizada no início do filme serve a um propósito: os adolescentes esclarecidos e cultos são um saco, ou como diz Ruth (Nell Hudson), a respeito deles mesmos: “somos idealistas chatos”. Chatos e desrespeitosos como a primeira cena de “O Retorno de Leatherface” deixa claro: os quatro jovens param para abastecer quando Richter (Moe Dunford), um típico texano chega ao posto, com uma arma na cintura, sem nem notar a presença deles. Então a “mocinha” do longa-metragem, Melody (Sarah Yarkin), manda do nada: “a arma deve ser para compensar o tamanho de outra coisa”.

Essa postura dos jovens causa uma fatalidade envolvendo Ginny McCumber (Alice Krige), a dona da casa onde Leatherface (Mark Burnham) vive, sendo o estopim para que ele volte a caçar e assassinar. Vi aqui uma espécie de quebra de uma das regras dos filmes slasher, pois geralmente os assassinos mascarados simplesmente matam por estarmos no lugar e na hora errados. 

A partir daí, vemos o que queremos em filme slasher: um banho de sangue. E nesse ponto a mão do produtor Fede Álvarez pesa, que dirigiu o melhor remake já feito de um filme de terror: “Evil Dead”. E quem lembra dessa releitura sabe do que estou falando.

Leatherface é uma máquina violenta e assassina, mas ao contrário do que dá a entender no longa-metragem de 1974, nosso slasher é consciente de tudo o que está fazendo e dotado de uma inteligência mortal.

A melhor cena de “O Retorno de Leatherface” é a sequência do ônibus onde nosso assassino mascarado transforma o veículo em um abatedouro humano, com direito e litros e litros de sangue, como um bom filme slasher deve ter. Aliás nessa parte, vi uma crítica social construtiva, quando o caçula Sawyer de posse de sua serra elétrica para diante de suas vítimas e eles começam a filmá-lo para cancelá-lo nas redes sociais.

Não há muito mais o que falar sobre esse longa-metragem a não ser que se você não levar muito a sério esse retorno do caçula Sawyer e curtir o clima de filme B de terror das décadas de 1970 e 1980, então digo sem medo que vale a pena assistir “O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno de Leatherface”.

Ficha Técnica:

Título Original: Texas Chainsaw Massacre

Título no Brasil: O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno de Leatherface

Gênero: Terror

Duração: 83 minutos

Diretor: David Blue Garcia

Produção: Fede Álvarez, Herbert W. Gains, Kim Henkel, Ian Henkel, Pat Cassidy

Roteiro: Chris Thomas Devlin

Elenco: Sarah Yarkin, Elsie Fisher, Mark Burnham, Moe Dunford, Nell Hudson, Jessica Allain, Olwen Fouéré, Jacob Latimore, Alice Krige, Sam Douglas, William Hope, Jolyon Coy

Companhias Produtoras: Legendary Pictures, Exurbia Films, Bad Hombre

Transmissão: Netflix

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Publicado por Marcelo Santos

Quase biólogo, formado em Administração. Maníaco desde criança por filmes e séries. Leitor assíduo de obras de ficção, terror, fantasia e policial.

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