SINOPSE: Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) acredita que enfim venceu. Minutos depois de deixar o assassino queimando, Laurie vai direto para o hospital com ferimentos graves. Mas quando Michael consegue escapar da armadilha, um verdadeiro banho de sangue se inicia. Enquanto Laurie se prepara mais uma vez para se defender, a cidade de Haddonfield resolve caçar Michael e acabar de uma vez por todas com ele, garantindo o retorno de um Halloween tranquilo e paz na cidade.
Antes de começar essa resenha, vou dizer que em nenhum momento vou utilizar o subtítulo lixo que o Brasil acrescentou ao nome do filme.
Em 2018, o diretor David Gordon Green e a Blumhouse Productions revitazavam uma das franquias de terror mais conhecidas do cinema. “Halloween” se tornou um sucesso de bilheteria e foi aclamado pela crítica e pelos cinéfilos.
Com tamanho sucesso, David Gordon Green anunciava que “Halloween” seria uma trilogia. Porém, com a pandemia de Covid, essas sequências foram jogadas no limbo devido a incerteza de quando os cinemas seriam reabertos. Com isso, a expectativa e a ansiedade para ver “Halloween Kills” e “Halloween Ends” só aumentaram.
Mas em 2021, o Covid começou a ser vencido, e os cinemas foram reabertos e finalmente “Halloween Kills” estreou. Eu particularmente estava empolgadisdimo e ansioso para ver esse longa-metragem pois “Halloween” foi na minha opinião, foi o melhor filme de terror de 2018.
De todos os slashers do cinema, Michael Myers é meu preferido e a forma como ele ressurgiu em 2018 só aumentou minha vontade de vê-lo novamente em ação. Além disso, “Halloween Kills” tem uma premissa interessante e original: o Boogeyman seria caçado pela população de Haddonfield.
Essa ideia de caçar Michael Myers me empolgou demais pois na minha cabeça isso daria muita, mas muita merda. E é o que acontece! Sempre que um grupo de cidadãos enfurecidos se encontravam com o ele, o resultado era um só: um monte de corpos e Myers em pé.
Mas o diretor e os roteiristas utilizaram a ideia de Myers se tornando a “presa” para fazer uma crítica social, o que me irritou muito. Em determinado momento de “Halloween Kills”, toda a cidade está contaminada pelo ódio e pelo senso de fazer justiça com as próprias mãos e matam a pessoa errada.
Com diálogos que visam alertar os perigos e consequências de liberar a raiva e frustração que as pessoas possuem e que são alimentadas constantemente, “Halloween Kills” perde completamente sua identidade.. E como disse, isso me irritou, pois fui para ver um filme slasher e não a porra de uma história de crítica social.
Com relação à violência, “Halloween Kills” é bem diferente do primeiro filme. No longa-metragem de 2018, a violência não é tão escancarada, com o diretor alternando entre atos explícitos e sugestões como a parte que Michael Myers abre as mãos e deixa cair vários dentes ensanguentados, nos fazendo imaginar como ele os arrancou de sua vítima.
Em “Halloween Kills” não há espaço para sugestão e imaginação, pois a violência é gráfica e explícita. O objetivo disso é óbvio: mostrar que Michael é uma máquina de matar já que, nas palavras do policial Frank Hawkins (Will Patton), Myers é uma criança de 6 anos em um corpo com a força de um urso e com uma mente de um psicopata. A cena inicial e que está nos trailers (que é a mais violenta do filme na minha opinião), já mostra que veremos um banho de sangue ao longo do filme, com Myers chacinando de forma brutal vários bombeiros.
“Halloween Kills” resolve dar respostas para alguns dos mistérios que desde 1978 cercam Michael Myers. Então a partir daqui, se não quiser spoiler, pule os parágrafos em itálico e o vídeo intitulado “Halloween Kills (2021) II Ending Scene II”.
A primeira grande pergunta e a principal é por quê Michael Myers matou sua irmã quando tinha 6 anos e por quê é obcecado em matar Laurie Strode. A resposta apresentada no filme é que ele não tem nenhum motivo para isso. Myers simplesmente, de tempos em tempos, resolve matar as pessoas e azar de quem estiver em seu caminho. E para explicar isso,o policial Frank Hawkins fala que Michael Myers não foi atrás de Laurie no primeiro longa-metragem, mas foi levado à fazenda dela pelo dr. Sartain (Haluk Bilginer).
O outro grande mistério é se Michael Myers é apenas um homem ou algo mais, algo sobrenatural. Essa questão é respondida por Laurie Strode ao dizer que o dr. Loomis (Donald Pleasence) tinha razão: seu irmão é o mal puro e quanto mais ele mata, mais forte ele fica e menos humano a cada nova vida ceifada. Esse pensamento é reforçado ao mostrar, Myers sendo espancado quase até a morte por um grupo de pessoas, e então, caído no chão, gravemente ferido, se levanta, como se nada tivesse acontecido, e mata todos que o surraram.
Se essas explicações serão mantidas, não sei dizer, até porque são essas dúvidas que tornam Michael Myers um slasher tão complexo e interessante.
“Halloween Kills” alterna entre 1978 e 2018. E esse retorno ao final da década de 1970 permitiu a participação especial do icônico dr. Loomis. Mas como isso foi possível se o ator Donald Pleasence já morreu? Se você pensou em CGI se enganou. O contramestre Tom Jones Jr. utilizou uma maquiagem protética e peças de cabelo para dar vida ao médico que compreendeu o que Michael Myers era de verdade.
Além do dr. Loomis, temos o retorno de personagens do filme de 1978 como Tommy Doyle (Anthony Michael Hall) e Lindsay Wallace (Kyle Richards), as crianças que a Laurie Strode cuidou na noite em que foi atacada por Michael Myers . Vale destacar que Kyle Richards retorna ao papel que interpretou há 43 anos atrás.
E como em “Halloween”, de 2018, temos Nick Castle, que foi o primeiro ator a viver Michael Myers, de volta e o dublê James Jude Courtney dando vida ao slasher nos momentos de ação e violência.
“Halloween Kills” é bom mas não possui o mesmo nível do filme de 2018 por causa de algumas decisões criativas como o exagero do uso da violência que tornou algumas mortes dignas de filmes trash, alguns diálogos e cenas que chamaria de contemplativas e a porra da crítica social que o diretor e os roteiristas enfiaram no meio do longa-metragem.
E essa inserção de críticas sociais me preocupa já que David Gordon Green declarou que “Halloween Ends” se passará em 2022 e abordará a pandemia e política estadunidense recente. E meu medo é esquecerem que se trata de um filme de terror com aconteceu em determinado momento de “Halloween Kills”.
Preciso dizer que tinha a expectativa de que “Halloween Kills” seria o melhor filme de terror e do ano, mas pelos motivos citados acima, esse pensamento meio que caiu por terra. Mas o filme acerta na maior parte dos 105 minutos de duração, principalmente por mostrar Michael Myers com uma força assassina imparável.
Depois de tudo que escrevi, meu veredicto é que vale muito a pena assistir “Halloween Kills”!
Ficha Técnica:
Título Original: Halloween Kills: O Terror Continua
Título no Brasil: Halloween Kills
Gênero: Terror
Duração: 105 minutos
Diretor: David Gordon Green
Produção: Malek Akkad, Jason Blum, Bill Block
Roteiro: Scott Teems, Danny McBride, David Gordon Green
Elenco: Jamie Lee Curtis, James Jude Courtney, Nick Castle, Airon Armstrong, Christian Michael Pates, Judy Greer, Andi Matichak, Will Patton, Thomas Mann, Anthony Michael Hall, Robert Longstreet, Tristian Eggerling, Dylan Arnold, Charles Cyphers, Kyle Richards, Nancy Stephens
Companhias Produtoras: Miramax, Blumhouse Productions, Trancas International Pictures, Rough House Productions
Transmissão: Universal Pictures