SINOPSE: Um grupo de terroristas sequestram um avião. Para proteger seu filho e os outros passageiros, Nadja (Peri Baumeister) precisa tomar uma difícil decisão, que é revelar o monstro dentro de si que escondeu por tanto tempo.
De todos os serviços de streaming existentes atualmente, a Netflix tem algo que realmente gosto: a de trazer produções de outros países além do circuito já conhecido pelas pessoas. E o que mais impressiona é que essas produções de nacionalidades diferentes geralmente são muito boas.
Por causa desse histórico, criei uma expectativa grande quando foi anunciado “Céu Vermelho-Sangue”, filme britânico-alemão.
Vou começar falando do material promocional que joga contra a trama de “Céu Vermelho-Sangue”. Os trailers, os pôsteres e imagens liberadas deixam bem claro que Nadja é uma vampira, porém o começo do filme cria um senso de suspense e mistério envolvendo nossa “heroína”, que a mostra indo para os EUA fazer um tratamento experimental para curá-la de uma doença sanguínea estranha.
Entendo que, se a condição vampírica de Nadja não fosse mostrada no material promocional, “Céu Vermelho-Sangue” não chamasse atenção no gigantesco portfólio de produções que a Netflix possui, mas essa revelação antecipada quebra completamente o suspense que os roteiristas e o diretor tentaram criar.
Mas mesmo perdendo um pouco esse suspense inicial que “Céu Vermelho-Sangue” tentou transmitir, o filme lembra muito a sequência de Brad Pitt e Daniella Kertesz no avião comercial em “Guerra Mundial Z”. O sentimento de desespero e claustrofobia é imenso à medida em que o avião onde Nadja e Samuel (Carl Anton Koch) vai sendo tomado por uma verdadeira epidemia vampírica.
Não sei se o diretor e roteirista do filme, Peter Thorwarth, se inspirou em outras obras de terror, mas essa situação de estar preso em um local lotado de criaturas vindas de pesadelos, me lembrou muito também a sequência do avião existente no livro “Noturno” de Guilhermo del Toro e Chuck Hogan e “A Última Travessia” de Mats Strandberg, que se passa em um transatlântico.
Aliás, eu ter citado esses dois livros, não foi só pela similaridade da situação vivida no avião de “Céu Vermelho-Sangue”, mas também pelos vampiros que infestam a aeronave.
Não espere ver em “Céu Vermelho-Sangue” vampiros que brilham no escuro ou criaturas aristocráticas que buscam vingança por ter perdido seu grande amor. Os vampiros nesse filme são brutais e que seguem o único instinto que os consome: beber sangue. O único drama existente é o de Nadja que precisa liberar a predadora violenta e assassina de dentro dela para proteger seu filho dos terroristas e dos outros vampiros.
Esse dilema vivido pela protagonista é muito bem construído, pois a cada vez que ela bebe sangue, mais seu controle sobre esse instinto diminui. Será Nadja capaz de tudo para proteger seu filho, até mesmo a perder totalmente sua racionalidade e consciência?
O que vemos são criaturas bestiais, com olhos negros, dentes pontiagudos e tortos. E nesse ponto, a transformação de Nadja é a que mais impressiona, pois em determinado momento ela está irreconhecível a ponto de seu próprio filho ter medo dela. O trabalho de maquiagem realizado especialmente na atriz Peri Baumeister é incrível e sua aparência, bem como seus modos predatórios, lembram muito “30 Dias de Noite”.
No começo da resenha coloquei a palavra heroína entre aspas para definir a função de Nadja no filme. Isso porque por mais que suas ações sejam para salvar seu filho, o matadouro em que o avião se transforma é culpa dela, o que me trouxe o seguinte pensamento: para salvar quem amamos, tudo é válido?
Como o filme é centrado em Nadja, é claro que o grande destaque é a atriz Peri Baumeister, seja nos diálogos, seja na maquiagem a que ela precisou se submeter, Mas vale destacar a participação especial de Dominic Purcell que interpretou Lincoln Burrows, na excelente série “Prison Break” (pelo menos até a 3ª temporada).
“Céu Vemelho-Sangue” é um filme para quem, como eu, gosta de vampiros sendo mostrados como criaturas bestiais e violentas, sem nenhum sentimento pela sua presa, a não ser o de ver uma bolsa de sangue que precisa ser rasgada e estripada.
Se você gosta de vampiros como os que descrevi até agora, então sim, vale muito a pena assistir “Céu Vermelho-Sangue”!
Ficha Técnica:
Título Original: Blood Red Sky
Título no Brasil: Céu Vermelho-Sangue
Gênero: Terror
Duração: 121 minutos
Direção: Peter Thorwarth
Produção: Christian Becker, Benjamin Munz
Roteiro: Peter Thorwarth, Stefan Holtz
Elenco: Peri Baumeister ,Carl Anton Koch, Kais Setti, Nader Ben-Abdallah, David Hürten como Marvin, Kai Ivo Baulitz, Graham McTavish, Rebecca Dyson-Smith, Roland Møller, Dominic Purcell, Jan Loukota, Alexander Scheer, Chidi Ajufo, Florian Schmidtke, Holger Hage, Jacqueline Macaulay
Companhias Produtoras: Rat Pack Filmproduktion
Distribuição: Netflix