SINOPSE: Natasha Romanoff (Scarlett Johansson) após os eventos de Guerra Civil, precisa se esconder do governo norte-americano devido a sua aliança com o time do Capitão América. Em determinado momento, ela precisa confrontar partes de sua história quando surge uma conspiração perigosa ligada ao seu passado. Perseguida por uma força que não irá parar até derrotá-la, Natasha terá que lidar com sua antiga vida de espiã, e reencontrar membros de sua família que deixou para trás antes de se tornar parte dos Vingadores.
Assim como eu, muitos ficaram se perguntando o que viria no MCU após “Vingadores: Ultimato”. Anúncios foram feitos e o Covid chegou para adiar a fase 4 do MCU nos cinemas e assim, aumentar ainda mais a ansiedade de quem queria ver o que Kevin Feige e a Marvel Studios preparavam para nós.
Mas enfim o Corona Vírus deu uma trégua, e com isso chegou às telonas “Viúva Negra, um filme esperado por muitos, mas que não faz parte da fase 4 do MCU, por se passar logo após “Capitão América: Guerra Civil”.
Com a promessa por parte dos produtores que “Viúva Negra” teria o tom visto em “Capitão América 2: O Soldado Invernal”, me preparei para ver um filme mais sério, que me lembrasse “Jason Bourne” tanto na trama quando nas cenas de ação. Mas a verdade é que o filme-sólo de Natasha Romanoff flerta com esses elementos, mas segue a fórmula mágica da Marvel.
O filme começa com uma pegada muito “Jason Bourne”, com Natasha fugindo do general Ross. Se escondendo no interior da Noruega, ela tem ajuda de Rick Mason (O-T Fagbenle) que lhe arruma identidades falsas e um local para morar. Aliás a trama envolvendo a Sala Vermelha e as viúvas negras lembram muito o projeto Treadstone que transformaram David Webb em Jason Bourne.
Mas em algum momento, os produtores e o roteirista decidiram que “Viúva Negra” precisava ter um tom mais leve e colocam o famoso humor do MCU no filme. Quando isso acontece, fiquei um pouco decepcionado.
Com relação às cenas de ação, admito que “Viúva Negra” tem um começo avassalador, com uma sequência de perseguiu de carros nas ruas de Budapeste que mais um vez me arremeteram a “Jason Bourne”.
A luta inicial entre Natasha e sua irmã, Yelena Belova (Florence Pugh), é muito bem filmada e coreografada, bem como as sequências entre Natasha e o Treinador. Porém, em determinado momento percebi que não veria as sequências de lutas “sujas” e com cortes rápidos de câmeras como em “Capitão América 2: O Soldado Invernal”. E mais uma vez, fiquei com aquela sensação de decepção.
Aliás, aqui fica minha opinião pessoal ao que fizeram a respeito de Natasha Romanoff nas sequências de ação. Ela se estabaca no chão depois de cair três andares, capota um carro em altíssima velocidade, apanha do Treinador e de várias Viúvas Negras, entre outras situações que deixariam qualquer pessoa mesmo que altamente treinada, arrebentada. Mas não, nossa protagonista dá umas mancadinhas, perde o fôlego e está firme e forte. O quero dizer é que as cabeças pensantes por trás do filme poderiam ter feito um filme mais sério e pé no chão, mas preferiram dar quase que habilidades e resistências sobre-humanas, algo que Natasha não possui.
E antes que alguém me critique por querer demais, vou dar mais uma vez o exemplo de Jason Bourne, que é altamente treinado e resistente, mas fica todo lascado ao final de suas peripécias que também envolvem cair de lugares altos, bater e capotar carros em alta velocidade e apanhar pra caraio.
Mas é uma opinião minha querer ter visto um filme do MCU de espionagem mais “sujo” e pé no chão. E apesar disso, não quer dizer que “Viúva Negra” é ruim.
O primeiro ponto positivo é ver Scarlett Johansson de volta ao papel de Natasha Romanoff. A atriz consegue dar o peso e o drama necessário à história da espiã mais mortal que a Sala Vermelha já criou. De todos os papéis de destaque que a atriz tem ao longo de sua carreira, a Viúva Negra é como uma segunda pele para ela.
Vale destacar também a presença do Treinador em “Viúva Negra”. Vê-lo imitando os movimentos do Capitão América, Pantera Negra e da própria Natasha é muito legal, fora seu visual que está muito foda!
E finalmente a Marvel um vilão que é vilão de verdade. O General Dreykov (Ray Winstone) é ruim no sentido literal da palavra. Manipulador, frio, calculista e com uma total falta de empatia pela vida humana, ele é capaz de tudo para satisfazer seu desejo pessoal por poder absoluto. Como diria o Patolino: “Dreykov, você é desprezível!”
Mas é Yelena Belova, vivida por Florence Pugh, o ponto alto de “Viúva Negra”. As melhores cenas são dela, sejam elas de humor ou dramáticas. É muito divertido vê-la zoando a pose que Natasha sempre faz, bem como é emocionante quando confronta sua “família” ao dizer que para ela tudo foi real. Carismática e dona de um humor ácido, Yelena veio para ficar.
Rachel Weisz é uma participação mais que especial, com uma personagem que tem certa importância para a trama, mas que se não existisse não comprometeria o desenvolvimento do filme. Porém se existe alguém que não faz diferença nenhuma em “Viúva Negra”, esse seria o Guardião Vermelho (David Harbour). O personagem não consegue nem ser engraçado, função para a qual ele existe no filme.
A morte de Natasha Romanoff em “Vingadores: Ultimato” deixou um buraco nos corações dos fãs, pois o Marvel e Scarlett Johansson transformaram uma personagem classe D nos quadrinhos em uma figura carismática e imponente. E por esse motivo, engrosso o coro ao dizer que “Viúva Negra” é um filme que demorou até demais para ter sido feito, porém é uma despedida incrível e merecida ao que Natasha Romanoff representa ao MCU.
Mas agora que o multiverso foi finalmente apresentado no MCU, não descartaria uma volta da personagem. Porém, esse retorno se mostra difícil com o imbrolio judicial envolvendo Scarlett Johansson e a Marvel.
Por outro lado, o legado de Natasha Romanoff está bem representado no papel de Yelena Belova. Como disse, a personagem veio para ficar. A cena pós-crédito de “Viúva Negra” comprova isso e faz ligação direta com “Falcão e o Soldado Invernal” e a vindoura série do Gavião Arqueiro.
Gostaria que o MCU tivesse ousado mais e visto em “Viúva Negra” um filme de espionagem mais “sujo” e sério. Com lampejos do tom narrativo de “Capitão América 2: O Soldado Invernal” e “Jason Bourne”, o filme preferiu seguir a fórmula mágica e vencedora que a tornou o Marvel Studios em uma potência cinematográfica.
Isso não quer dizer que o longa-metragem não é legal. Pelo contrário, “Viúva Negra” é divertido, mas acaba ficando naquela linha mediana de filmes do MCU, como “Homem-Formiga” e o “Thor”.
Pela diversão proporcionada, digo que vale a pena assistir “Viúva Negra”.
Ficha Técnica:
Título Original: Black Widow
Título no Brasil: Viúva Negra
Gênero: Ação, Super-Herói
Duração: 133 minutos
Direção: Cate Shortland
Produção: Kevin Feige, Scarlett Johansson, Victoria Alonso, Brad Winderbaum
Roteiro: Eric Pearson,
Elenco: Scarlett Johansson, Florence Pugh, David Harbour, O-T Fagbenle, Olga Kurylenko, William Hurt, Ray Winstone, Rachel Weisz
Companhias Produtoras: Marvel Studios
Distribuição: Walt Disney Studios Motion Pictures