SINOPSE: Gabriel Allon dá a si mesmo e aos agentes do Escritório uma nova e enorme responsabilidade: encontrar Saladin, o cabeça do Estado Islâmico, responsável pelo maior ataque terrorista nos Estados Unidos desde o 11 de Setembro. A missão se torna cada vez mais urgente conforme os israelenses descobrem que um atentado ainda maior está sendo planejado para Londres.

 

Depois de uma leitura ruim (“A Ordem”) e uma experiência muito boa (“A Viúva Negra”), era hora da “neguinha”. Por isso emendei o terceiro livro do Daniel Silva para ler: “A casa de Espiões”.

“A Casa de Espiões” é o 17º livro da série de Gabriel Allon, mas isso não é um grande problema, pois fora alguns spoilers, não é necessário ter lido as obras anteriores, a não ser “A Viúva Negra”, por se tratar de uma sequência direta

A história começa meses após o maior atentado terrorista aos EUA após o 11 de Setembro, quando um ataque em solo inglês mostra que Saladin está de volta. Então começa uma verdadeira caçada humana para impedir que o mais perigoso integrante do Estado Islâmico concretize novamente seus planos.

Mais uma vez vemos o escritor Daniel Silva desenvolvendo com maestria todo o desenrolar da operação conjunta do Escritório, CIA, MI-6 e o serviço de inteligência francês para encontrar a matar Saladin. Como em “A Viúva Negra”, não espere nenhuma grande perseguição de carros ou cenas de ação espetaculares a lá James Bond, pois a história é focada nos bastidores e detalhes do plano para capturar o terrorista mais perigoso desde Osama bin Laden.

Os bastidores dessa história ficam por conta das consequências políticas e departamentais dos países e órgãos de inteligências envolvidos, respectivamente. Existe um respeito muito grande entre Gabriel Allon e os demais chefes desses órgãos de inteligência, mas as alianças entre eles é muito mais uma conveniência para caçar um inimigo em comum do que por amizade.

Mas o grande destaque de “A Casa de Espiões” continua sendo a capacidade de Daniel Silva em construir e narrar as operações criadas para impedir os mentores dos ataques terroristas. A forma que o Escritório financia toda a farsa para atrair Saladin, os detalhes e o cotidiano dos disfarces e da história inventada para os agentes; tudo é muito bem pensado. E ao contrário do que vemos em outras histórias, toda esse engodo leva meses para dar algum resultado para a coalizão dos serviços secretos mundiais.

Com relação ao protagonista, Gabriel Allon agora é chefe do Escritório, mas a caça a Saladin não é somente uma missão do serviço secreto israelense, mas um assunto pessoal, já que no livro anterior o lendário espião foi engabelado completamente e se viu impotente diante do terrorista mais perigoso do mundo.

Esse sentimento de orgulho ferido por parte de Gabriel Allon foi algo que gostei bastante, pois mostra que nosso protagonista não é movido somente pela obrigação do cargo que ocupa, mas também por algo mais mesquinho, mais pessoal, Tanto é verdade, que Allon vai a campo caçar pessoalmente Saladin, algo completamente fora dos padrões para a posição que ele ocupa dentro do Escritório.

Na outra ponta, temos Saladin ainda driblando as mais poderosas agências de contraterrorismo e espionagem, orquestrando ataques pelo mundo. A sinopse oficial o apelida de “Moriarty” de Allon, e essa alcunha lhe cai muito bem, pois nem os mais experientes agentes ou a mais sofisticada tecnologia de monitoramento e espionagem parecem capazes de pará-lo. E esse aspecto do personagem é reforçado pelo fato do escritor Daniel Silva nunca revelar como Saladin consegue os insumos ou como invade as fronteiras de países altamente vigiados, como a Inglaterra, onde cada passo seu é monitorado por milhões de câmeras (somente em Londres são 1,2 milhão).

Do meio para o final do livro, Saladin prova mais uma vez porque é o terrorista mais perigoso do mundo criado por Daniel Silva, ao elevar exponencialmente a ameaça aos países ocidentais, em um plano que lembra bastante o filme “A Soma de Todos os Medos” e um grave acidente radiológico ocorrido em Goiânia.

Depois de ler 3 livros seguidos de Daniel Silva e passar um mês inteiro consumindo de suas histórias, posso dizer com certeza que “A Ordem” é um ponto negativo fora da curva da bibliografia do escritor. “A Casa de Espiões” mantém o ritmo envolvente e muito pé no chão iniciado em “A Viúva Negra”, e se mostra um desfecho digno do embate entre Gabriel Allon e Saladin

Ficou curioso para saber como se iniciou o embate entre o lendário Gabriel Allon e seu nêmesis, Saladin? Então clique aqui e conheça um pouco mais sobre “A Viúva Negra”.
Um assassinato dentro da paredes do Vaticano e um plano que pode mudar o rumo da Igreja Católica e da história dos judeus. Quer saber mais? Então clique aqui e saiba mais sobre “A Ordem”.

Daniel Silva me arrebanhou para o seu gigante clube de pessoas que admiram suas obras e sua escrita. Tanto é verdade que já adquiri mais dois livros seus: “A Outra Mulher” e “A Herdeira”. Mas essas leituras ficarão para um outro dia.

Com isso tudo dito, só posso afirmar que vale muito a pena ler “A Casa de Espiões”.

Ficha Técnica:

Título Original: House of Spies

Título no Brasil: A Casa de Espiões

Autor: Daniel Silva

Tradutor: Laura Folgueira

Capa: Comum

Número de páginas: 512

Editora: HarperCollins

Idioma: Português

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Publicado por Marcelo Santos

Quase biólogo, formado em Administração. Maníaco desde criança por filmes e séries. Leitor assíduo de obras de ficção, terror, fantasia e policial.

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