SINOPSE: As lendas se enfrentam em uma espetacular batalha, na qual o destino do mundo entrará em jogo! Kong e seus protetores embarcam em uma jornada perigosa para encontrar seu verdadeiro lar. Mas eles não sabiam que estavam no caminho de um Godzilla enfurecido, que está deixando um rastro de destruição pelo planeta. Nesse combate épico, qual dos dois irá se ajoelhar?
Parece que aos poucos, os filmes mais esperados estão voltando para seu lugar de direito: as salas de cinema. E com isso, finalmente voltei para esse local que tanto gosto para assistir nada mais, nada menos, que “Godzilla vs. Kong”.
Desde que o “Monstroverso” foi anunciado, o duelo dos dois kaijus mais conhecidos e amados do cinema era iminente. E a cada novo material promocional ou nova informação liberado, a expectativa só aumentava e o mundo do cinema se dividiu, afinal todos queriam saber quem se ajoelharia no final: o deus ou o rei do monstros? Godzilla ou King Kong?
Começo essa resenha falando do que não gostei em “Godzilla vs. Kong”, que é o núcleo humano do filme. Dividido em dois grupos, o “team Kong” faz bastante sentido para a história e enriquece o contexto do Macacão: a relação da pequena Jia (Kaylee Hottle) com o Titã da Ilha da Caveira, as motivações de Nathan (Alexander Skarsgår e Ilene (Rebecca Hall). Porém, o “team Godzilla” é completamente desnecessário: Bernie (Brian Tyree Henry) que no começo é engraçado, se torna um saco com sua obsessão e sua “maluquice”; Josh (Julian Dennison) é o típico clichê de amigo nerd da mocinha e a Millie Bobby Brown que reprisa Madison, a personagem que não fede e nem cheira desde “Godzilla II: O Rei dos Monstros”.
Aliás, a escalação de Millie Bobby Brown tanto para “Godzilla vs. Kong” como para o segundo filme-solo do Gojira sempre me pareceu apenas uma forma de levar os fãs da atriz para o cinema e lucrar um pouco mais. Tanto ela como os demais integrantes do “team Godzilla” nem deveriam existir, pois não fazem diferença nenhuma para o desenvolvimento da história do longa-metragem. Até a participação deles na luta final dos Titás poderia ter sido feito por outros personagens.
Assistindo a “Godzilla vs. Kong” algo me incomodou bastante, que foi o maior tempo de tela de Kong, quase como se ele fosse o protagonista. Mas depois, pensando melhor, faz todo o sentido o Rei dos Monstros aparecer mais que o Godzilla que teve dois longas-metragens para ser desenvolvido. E a forma como Kong é mostrado nesse filme o diferencia completamente do Deus dos Mosntros.
Kong é apresentado como uma criatura de extrema força, mas com uma consciência maior das pessoas e que está disposto a nos ajudar caso necessário. Godzilla por outro lado, se firma como o kaiju que está interessado em preservar o equilíbrio determinado por ele.
Kong tem a seu favor sua grande inteligência e sua agilidade e apesar da grande rixa, só entra em combate se provocado ou ameaçado. Já Godzilla, apesar de inteligente, é força bruta e resistência, com um instinto de luta irrefreável quando vê outro monstro ameaçando seu reinado.
Kong não se ajoelha a ninguém. Godzilla não aceita ninguém acima dele. Com dois monstros de imensa força e determinação, a única consequência quando os dois se encontram é um combate de proporções titânicas. E se em “Godzilla II: Rei dos Monstros” ficamos um pouco decepcionados com o embate entre King Ghidorah e Gojira, em “Godzilla vs. Kong” cada encontro dos dois Titãs Alfas é algo que só posso definir com a seguinte expressão: “PUTA QUE PARIU! É FODA DEMAIS!”
Kong não arrega e quando se vê em desvantagem, utiliza sua inteligência para igualar as coisas. Godzilla é um verdadeiro rolo-compressor, aguentando golpes e mais golpes dos adversários e liberando toda sua fúria contra eles.
Aliás preciso destacar que nesse filme, ao contrário dos demais, vemos um Godzilla realmente furioso. Em nenhum momento vi aquela feição de ursão tão característica. Pelo contrário, sua expressão é de um ser afim de meter a porrada, com olhos vermelhos (ou azuis, quando ele usa seu bafo atômico).
A luta entre Kong e Godzilla é mostrada com cada monstro ganhando um round e decidindo quem é o verdadeiro Alfa na neguinha. Em TODOS os três embates não conseguia sentar na cadeira direito ou ficar com as mãos paradas tamanha a adrenalina e empolgação que tomou conta de mim. O desfecho dessa pancadaria titânica, que quase me fez ficar em pé no meio do cinema, tem o pé no peito do derrotado estirado no chão; rugidos tanto do perdedor quanto do vencedor e a esnobada do campeão querendo dizer: “Nem vale a pena te matar.”
Mas como não poderia deixar de ser, o grande vilão do filme é apresentado e tanto Kong quanto Godzilla precisam se unir para enfrentá-lo. E nesse caso, a aliança é mais que necessária, já que o vencedor do combate entre o Macacão e o Lagartão, é literalmente usado como vassoura e tem sua cara esfregada no chão, tamanha é a força do oponente.
Mas nenhum desses combates seriam tão empolgantes se não fosse o excelente trabalho de CGI empregado para dar vida aos monstros presentes em “Godzilla vs. Kong”. Algo que foi bastante criticado em “Godzilla II: Rei dos Monstros”, aqui a computação gráfica está impecável. Além disso o senso de proporção e a física utilizada dão a proporção gigantesca que os monstros possuem e a força que eles têm. Aliados a tudo isso, os efeitos sonoros juntamente com a trilha sonora tornam a porradaria em um espetáculo digno dos Titãs mais amados do cinema.
Saí do cinema tentando lembrar qual foi a última vez que saí tão eletrizado, tão empolgado depois de assistir a um filme, e talvez tenha sido em “Godzilla” de 2014, quando o Lagartão dá seu primeiro rugido ou lança seu primeiro bafo atômico.
“Godzilla vs. Kong” dividiu os fãs dessas duas criaturas e dos cinéfilos em “team Kong” e “team Godzilla”. Como só um pode ser o Alfa, alguns ficaram felizes e outros tristes com a conclusão do embate entre eles. Mas independentemente disso, o filme honra o legado desses dois monstros tão amados.
“Godzilla vs. Kong” é titânico e poderoso como seus protagonistas e se estabelece como o Alfa dentre os demais filmes do “Monstroverso”.
E depois de tudo que escrevi nessa resenha, é claro que só posso dizer que vale muito, muito, muito, muito a pena assistir “Godzilla vs. Kong”!
Ficha Técnica:
Título Original: Godzilla vs. Kong
Título no Brasil: Godzilla vs. Kong
Gênero: Aventura, Kaijus
Duração: 113 minutos
Direção: Adam Wingard
Produção: Mary Parent, Alex Garcia, Eric McLeod, Jon Jashni, Thomas Tull, Brian Rogers
Roteiro: Eric Pearson, Max Borenstein
Elenco: Godzilla, King Kong, Alexander Skarsgård, Millie Bobby Brown, Rebecca Hall, Brian Tyree Henry, Shun Oguri, Eiza González, Julian Dennison, Lance Reddick, Kyle Chandler, Demián Bichir, Kaylee Hottle
Companhias Produtoras: Legendary Entertainment
Distribuição: Warner Bros. Pictures