SINOPSE: Determinado a garantir que o sacrifício final do Superman (Henry Cavill) não fosse em vão, Bruce Wayne (Ben Affleck) alinha forças com Diana Prince (Gal Gadot) com planos de recrutar uma equipe de meta-humanos para proteger o mundo de uma ameaça iminente de proporções catastróficas. Mas mesmo unidos, Batman (Affleck), Mulher Maravilha (Gadot), Aquaman (Jason Momoa), Cyborg (Ray Fisher) e Flash (Ezra Miller) podem não serem capazes de salvar o planeta da ambição de um ser de poderes inimagináveis. Os sinos tocaram e agora a Terra está na mira de Darkseid.

Qual a força dos fãs junto a indústria cinematográfica? Essa pergunta pode ser respondida de várias formas, mas no caso de “Liga da Justiça” posso dizer que os anseios deles fizeram com que algo que jamais veria a luz do dia se tornasse realidade. 

Com uma petição que ultrapassou milhões de assinaturas ao redor do planeta, juntamente com os pedidos de atores, produtores, roteiristas e do próprio diretor, a Warner lançou “Liga da Justiça de Zach Snyder”

“Liga da Justiça de Zach Snyder” foi liberado na HBO Max e em várias plataformas para locação em 18 de março de 2021 e se tornou um fenômeno financeiro e de crítica. O filme em apenas dois dias quebrou o recorde de vendas no NOW, com uma performance 140% maior do que o último grande sucesso “Mulher Maravilha 1984”. No Rotten Tomates, o filme começou com 97% de aprovação (um número superior a produções como “Batman Begins” e “Batman: O Cavaleiro das Trevas”) e se estabilizou em 75%.

Ontem assisti a “Liga da Justiça de Zach Snyder” e posso dizer que o filme é tudo que espero de uma história que envolva o grupo mais poderoso de super-heróis de qualquer mídia já criada.

Vou começar falando do tempo de duração de “Liga da Justiça de Zach Snyder”, que gerou alguns comentários e críticas negativas, dizendo que o filme ter 242 minutos era um exagero. Eu digo o contrário: as 4 horas de duração são necessárias pois dão espaço e tempo para aprofundar eventos e personagens que a versão que foi aos cinemas só arranha.

Com essa duração, o “Snyder Cut” desenvolve e dá a devida importância para dois personagens que a versão cinematográfica praticamente relega ao ostracismo: Flash e Ciborgue.

O velocista escarlate da DC continua sendo o alívio cômico da história com seu jeito pateta e idiota, mas vemos um pouco mais de seriedade de sua parte quando as coisas estão feias. Aliás, o Flash é o responsável por salvar a Terra da Unidade e de Darkseid.

Mas é o Ciborgue quem realmente ganha com esse tempo de duração do “Snyder Cut”, passando de uma participação sem importância para um dos papéis mais importantes da história. Toda a jornada do personagem ganha profundidade, mostrando o seu sucesso como jogador de futebol americano, o terrível acidente que mata sua mãe e o mutila e o conflito com seu pai, Silas Stone (Joe Morton).

A história de “Liga da Justiça de Zach Snyder” é bem trabalhada e desenvolvida, com um ritmo narrativo que prende sua atenção durante as 4 horas de duração. Não existem pontas soltas, a não ser aquelas que serviriam de gancho para uma sequência. A frase dita por Lex Luthor (Jesse Eisenberg) no final de “Batman vs. Superman”: “Os sinos foram tocados” é explicado logo no começo do longa-metragem. Até quando é mostrado um pedaço da nave kriptoniana sendo aquecido por um laser de elétrons tem uma razão de estar presente no filme.

Zach Snyder consegue desenvolver todas as tramas que na versão cinematográfica de “Liga da Justiça” ou são mostradas rapidamente ou pior, mal contadas. E o maior exemplo disso é toda a história do Lobo da Estepe (Ciarán Hinds). Toda sua busca pelas caixas maternas se desenvolve na medida e no tempo certo, com os parademônios farejando as pessoas que tiveram contato com elas, com o tio de Darkseid torturando e lutando contra amazonas, atlantes e super-heróis. Além disso, conhecemos um pouco mais dos motivos de Lobo da Estepe para estar atrás desses artefatos que podem criar a Unidade.

Aqui faço um parênteses para falar do visual de Lobo da Estepe, que na “Liga da Justiça de Zach Snyder” o apresenta muito mais alienígena e perigoso, vestindo uma armadura composta de escamas pontiagudas que se movimentam e portando um machado com o qual dilacera e esquarteja os inimigos. A seguir o visual do vilão do “Snyder Cut”, da versão cinematográfica e dos quadrinhos. Tire suas próprias conclusões, mas fica a opinião do ator Ciarán Hinds, que deu a voz ao personagem, expressando sua frustração com o visual e o corte final que reduziu a história do Lobo da Estepe.

Mas o que mais me agradou no “Snyder Cut” é que o filme se aproxima muito das histórias que vi nas animações da DC da Liga da Justiça: uma trama simples e muita ação e porradaria da melhor qualidade.

Em termos de história, vou comparar “Liga da Justiça de Zach Snyder” com “Batman vs. Superman”, que tinha uma trama complexa e chata. Toda as artimanhas e sucessões de eventos para colocar o Cavaleiro das Trevas contra o Homem de Aço são completamente desnecessárias, pois para esses dois saírem no braço não precisa muito. No “Snyder Cut” existe uma ameaça de outro universo que somente a união dos meta-humanos mais poderosos da Terra é a solução. Por ser simples e direto, o diretor e roteiristas puderam utilizar o tempo e tela para desenvolver outros elementos que só engradecem o contexto.

E o que posso falar das cenas de ação e de porradaria, a não que são FODAS DEMAIS! Com aquela característica que somente Zach Snyder tem em conduzir essas sequências, vemos em toda a sua grandiosidade e brutalidade o embate de seres com poderes e recursos além do alcance dos pobres mortais. Todas, sem exceção, são excelentes e empolgantes.

O final do filme é dividido em duas partes. O combate final contra o Lobo da Estepe não tem aquela baboseira que envolve parademônios e medo. O pau entre ele e a Liga da Justiça come solto e quando o Superman, surge de uniforme preto e diz: “Não me impressionei.”, me fez ficar em pé e soltar um sonoro “Puta que pariu!”. Então após a derrota do Lobo da Estepe, vemos um tubo de explosão onde temos de um lado a Liga da Justiça e do outro Darkseid (Ray Porter), Desaad (Peter Guinness) e Vovó Bondade. E quando a câmera mostra a encarada entre Darkseid e Superman soltei: “Eita porra, esses dois vão sair no braço!”.

A segunda parte do final de “Liga da Justiça de Zach Snyder” é um epílogo, onde vemos Batman e alguns heróis e vilões em uma Terra completamente destruída, tentando executar um plano final para reverter a situação. Nessa sequência temos o Superman, que surge para matar essa última resistência. Por algum motivo, que envolve a morte de Lois Lane (Amy Adams), o Homem de Aço parece ter se tornado aliado de Darkseid e a principal arma de Apokolips na conquista de nosso planeta.

“Liga da Justiça de Zach Snyder” deixa vários ganchos e pontas para serem explorados em uma segundo filme do super-grupo da DC e possíveis outras produções. Porém, em declarações do próprio Zach Snyder e do presidente da WarnerMedia Studios, Ann Sarnoff, o “Snyderverso” não deve seguir adiante . Mas em Hollywood, tudo é uma questão de dinheiro, e se o “Snyder Cut” for um grande sucesso de arrecadação, podemos ter sim, um “Liga da Justiça 2 de Zach Snyder”.

Se “Liga da Justiça de Zach Snyder” tivesse sido lançado nos cinemas ao invés do filme que vimos em 2017, digo que facilmente teria alcançado e superado o tão sonhado bilhão de dólares. 

O “Snyder Cut” apresenta tudo que esperava de um filme que envolve os super-heróis mais poderosos dos quadrinhos. Empolgante e divertido, “Liga da Justiça de Zach Snyder” tem ares de um aventura épica e vale muito, muito, muito, muito a pena assistir e meu lado nerd teima em dizer que é o Melhor Filme, até o momento, de 2021!

 

Ficha Técnica:

Título Original: Zack Snyder’s Justice League

Título no Brasil: Liga da Justiça de Zach Snyder

Gênero: Super-Heróis

Duração: 242 minutos

Direção: Zack Snyder

Produção: Deborah Snyder, Charles Roven

Roteiro: Chris Terrio, Zack Snyder, Will Beall

Elenco: Ben Affleck, Henry Cavill, Amy Adams, Gal Gadot, Ray Fisher, Jason Momoa, Ezra Miller, Willem Dafoe, Jesse Eisenberg, Jeremy Irons, Diane Lane, Connie Nielsen, JK Simmons, Ciarán Hinds, Zheng Kai, Amber Heard, Joe Morton, Lisa Loven Kongsli, Karen Bryson, Kiersey Clemons, Ray Porter, Peter Guinness, Harry Lennix, Jared Leto

Companhias Produtoras: Warner Bros. Pictures, DC Films, Atlas Entertainment, The Stone Quarry

Distribuição: HBO Max

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Publicado por Marcelo Santos

Quase biólogo, formado em Administração. Maníaco desde criança por filmes e séries. Leitor assíduo de obras de ficção, terror, fantasia e policial.

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