SINOPSE: Algumas semanas após os eventos de “Vingadores: Ultimato”, Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen) e Visão (Paul Bettany) se esforçam para levar uma vida normal no subúrbio e esconder seus poderes. Mas a dupla de super-heróis logo começa a suspeitar que as coisas não são o que parecem.
Quando a “Saga do Infinito” chegou ao fim, os fãs ficaram ávidos em saber o que viria a seguir. Então, Kevin Feige, o Todo-Poderoso da Marvel Studios, anunciou uma série de filmes para a fase 4 do MCU. Mas como o multiverso existente nos quadrinhos, a Casa de Ideias rompeu as fronteiras das telonas e anunciou que seriam produzidas séries ambientadas nesse universo criado. E como o estalar de dedos de Thanos (blip é o caralho!), esse anúncio estremeceu o mundo do entretenimento!
Várias séries estão sendo produzidas visando aprofundar ainda mais o MCU. E de todas as produções seriadas que foram anunciadas, “WandaVision” era uma das que mais queria assistir.
Logo de cara, “Wandavision” chama atenção pela sua qualidade visual, muito parecida com o que estamos acostumados a ver nos filmes do MCU. Por questões orçamentárias, boa parte das produções seriadas tem aspectos técnicos como fotografia, figurino, CGI e locações mais modestos. Algumas séries como “Game of Thrones”, “Band of Brothers” e “Pacific”, “Lost” se destacam justamente nesses aspectos por terem uma verba de produção maior. “WandaVision” se encaixa nesses exemplos que disse agora, mostrando que a Marvel e Disney não estão economizando.
Mas o que mais impressiona em “WandaVision” é a condução da história, com cada momento encaixado e explorado na medida certa e o maior exemplo disso são os primeiros capítulos da série. Começamos vendo Wanda e Visão vivendo em uma espécie de sitcom dos anos 1960. A partir daí, cada novo episódio é ambientado em uma sitcom de uma década diferente para mostrar a passagem do tempo.
E quando essa abordagem em formato de sitcom começa a enjoar (pelo menos para mim), “WandaVision” muda sua forma de contar a história, ficando parecida como que vimos nos filmes do MCU. Porém essa virada narrativa não é feita de forma abrupta, mas em doses homeopáticas: um helicóptero de brinquedo colorido em uma imagem preto e branco, um apicultor que sai dos esgostos, mensagens estranhas saindo do rádio. Essas dicas e pistas vão ficando mais e mais frequentes a medida que a série se desenvolve, mostrando não só aos habitantes de Westview, mas para Wanda e Visão, que algo está muito errado.
Essa condução narrativa é obra de um planejamento bem realizado e de um roteiro bem escrito. Isso fica mais evidente ainda quando percebemos que nada está sendo mostrado ou explorado ao acaso em”WandaVision”. A vida de Wanda e Visão em formato de sitcom ou a transformação de Wanda em Feiticeira Escarlate é feita sem enrolações ou tramas complexas. Tudo é explicado de forma simples e convincente.
Nesse ponto em particular: a transformação de Wanda em Feiticeira Escarlate, é válido dizer que a Marvel fez uma história alternativa na série, como vem fazendo com vários outros elementos presentes nos quadrinhos, mas sem desrespeitar o que é canônico. Como já disse Kevin “Todo-Poderoso” Feige, o MCU é um universo dentro do multiverso da Casa de Ideias, o que permite liberdade criativa e dessa forma, recontar algumas histórias.
Agora, de todas as produções da Marvel Studios, “WandaVision” é disparada a que mais gerou teorias à respeito do futuro do MCU. E desconfio que a Marvel, pela forma como apresentou os elementos causadores dessas teorias, tinha a intenção de gerar esse processo de futurologia dos fãs.
Para comprovar essa minha afirmação começo falando dos filhos de Wanda e Visão: Tommy e Billy Maximoff ou Célere e Wiccano, interpretados por Jett Klyne e Julian Hilliard, respectivamente. O aparecimento dessas crianças gerou a teoria do aparecimento de um dos demônios mais conhecidos dos quadrinhos da Casa de Ideias: Mephisto. E não só isso, que esse ser infernal seria o grande vilão da Fase 4 do MCU. E a resposta para explicar o porquê dessa teoria ter surgido é que nas HQs, Tommy e Billy Maximoff são pedaços da alma de Mephisto, que a Feiticeira Escarlate utilizou para cria-los (afinal o casal não pode ter filhos já que Visão é um sintozóide).
Mas foi com o aparecimento de Pietro, que congestionou a internet, com uma tsunami de comentários e reações dos fãs e espectadores em geral. O motivo é óbvio: era o início dos Filhos do Átomo, dos mutantes mais famosos dos quadrinhos no MCU. O irmão morto de Wanda em “WandaVision” é interpretado por Evan Peters, que interpretava o Mercúrio nos filmes dos X-Men da falecida FOX.
Se essas teorias se tornam realidade e se trarão consequências para o MCU? Quem assistiu sabe a resposta e quem não viu “WandaVision” ainda, veja e descubra.
Mas alguns caminhos na história se concretizam e são explicados, como disse, de forma simples e convincente. Wanda que se torna a Feiticeira Escarlate, deve ser uma espécie de ameaça que o Doutor Estranho deverá enfrentar em “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura”. Isso porque a protagonista de “WandaVision”, está de posse do Darkhold, um livro escrito por Chthon, que chegou a dominar a Terra em seus primórdios como o Deus do Caos. Esse tomo de feitiços malditos serve como um portal para a alma desse Deus Ancestral, que acaba por corromper quem o lê.
Sabia que uma das inspirações para “WandaVision” foi “Dinastia M”, a HQ que trouxe e traz consequências até hoje para os X-Men e os mutantes da Marvel?
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O final de “WandaVision” segue os moldes dos filmes do Marvel Studios, com Wanda tendo que enfrentar Agatha Harkness (Kathryn Hahn) e o Visão enfrentando o Visão Branco. Mas enquanto a versão albina do sintozóide deve ter alguma importância para o futuro do MCU, Agatha serve como “vilão acessório” como Kaecilius (Mads Mikkelsen) de “Doutor Estranho” e Barão Zemo (Daniel Brühl) de “Capitão América: Guerra Civil”. Esse recurso narrativo das produções da Marvel Studios serve como ponte para algo maior na história. Na série, Agatha serve para explicar os poderes de manipulação da realidade de Wanda e para apresentá-la como a Feiticeira Escarlate, que de acordo com o Darkhold é a Manipuladora da Magia do Caos, uma feiticeira mais poderosa que o próprio Mago Supremo.
Minha opinião é que “WandaVision” apresentou uma forma diferente e interessante de se fazer produções que envolvem super-heróis, mas não acho que mereça colocá-la, como vi em alguns artigos e comentários da crítica especializada, em um patamar onde temos “Família Soprano”, “Band of Brothers”, “Lost”, “Game of Thrones” e outras que realmente revolucionaram a forma de se fazer séries de TV e streaming.
“WandaVision” é um belíssimo começo para essa nova linha de produções que a Marvel Studios quer seguir. Como disse no começo, era uma das séries anunciadas que mais queria assistir e admito que fiquei empolgado para ver “Falcão e Soldado Invernal” e “Loki” (essa é bem mais ou menos). Essa produção reforça o que já sabíamos desde 2008, quando foi lançado o primeiro filme do “Homem de Ferro”: que a Marvel Studios é uma excelente e uma das melhores contadoras de histórias dos cinemas e agora, da TV e do streaming.
Expectativas atendidas e superadas. Empolgado e feliz. Vale muito a pena assistir “WandaVision”!
Ficha Técnica:
Título Original: WandaVision
Título no Brasil: WandaVision
Gênero: Drama, Sitcom, Mistério, Romance, Super-herói
Temporadas: 1
Episódios: 9
Criador: Jac Schaeffer
Produtores: Chuck Hayward, Kevin Feige, Louis D’Esposito, Victoria Alonso, Matt Shakman, Jac Schaeffer
Diretor: Matt Shakman
Elenco: Elizabeth Olsen, Paul Bettany, Debra Jo Rupp, Fred Melamed, Kathryn Hahn, Teyonah Parris, Randall Park, Kat Dennings, Evan Peters
Companhias Produtoras: Marvel Studios
Transmissão: Disney+