SINOPSE: Seis meses após a batalha de Kattegat, Bjorn (Alexander Ludwig) agora é rei  precisa lidar com as responsabilidades da realeza. Lagertha (Katheryn Winnick) decide enterrar sua espada e voltar à vida simples de fazendeira. Ivar (Alex Høgh Andersen) viajando pela Rota da Seda acaba sendo capturado pelos russos e cai nas mãos do príncipe Oleg, o Profeta (Danila Kozlovsky), governante cruel e imprevisível de Kiev.

 

“O Ragnarok chegou!”

Assim começava a chamada para “Vikings” na FOX Premium. E em 30 de dezembro de 2020, o Ragnarok chegou para a série que contou a saga de Ragnar Lothbrok e sua família de vikings lendários.

A expectativa em cima do desfecho de “Vikings” era imensa, uma vez que ela rompeu completamente a quarta parede da TV e se tornou um fenômeno mundial. Cortes de cabelo e barbas, tatuagens de runas e símbolos nórdicos, roupas, bebidas, comidas e jargões. Foi  graças a série que a cultura viking acabou sendo consumida de forma nunca vista nos nossos tempos.

Mas além dessa revolução cultural, “Vikings” trouxe personagens de grande empatia e carisma que criaram uma forte relação conosco. Então é lógico que queríamos saber, com grande ansiedade e expectativa, o destino de Bjorn, Ivar, Lagertha, Ubbe (Jordan Patrick Smith) e Hvitserk (Marco Ilsø).

Como prometido pelo criador da série, Michael Hirst, a sexta temporada de “Vikings” encerraria a história da mulher da vida de Ragnar e seus descendentes. Então aviso, que se ainda não assistiu a series finale de “Vikings”, pare de ler essa resenha agora.

E já que a sexta temporada é para encerrar a história da família Lothbrok, vou falar do destino do seus integrantes, de acordo com minha opinião, por ordem de importância.

Vamos começar por Hvitserk. A sexta temporada começa mostrando o segundo filho de Ragnar e Aslaug atormentado por visões de sua amante assassinada Thora. Em uma overdose por alucinógenos, Hvitserk acaba tendo visões: em uma delas, ele vê Ivar de forma monstruosa e o ataca. Mas quando consegue recobrar um pouco da consciência, percebe que matou uma das pessoas mais importantes de toda a Noruega. Seu destino faz referência ao que estudiosos da história dos vikings chama de os “vira-casacas de Odin”.

Já Ubbe, resolve navegar junto com Othere (Ray Stevenson) e Kjetill (Adam Copeland) para a Islândia para descobrir o que aconteceu com Floki (Gustaf Skarsgård). De lá o filho mais velho de Ragnar e Aslaug parte em uma jornada para um local de praias douradas, imensas árvores e um solo fértil. Depois de dias e dias à deriva no mar, ele chega a terra prometida, um local que séculos depois Cristóvão Colombo também desembarcaria: a América.

Essa história de Ubbe faz referência a Erik, o Vermelho; um viking que realmente existiu e que segundo relatos históricos era um comerciante e explorador norueguês que no final do século X, estabeleceu o primeiro assentamento europeu na Groenlândia e veio à América.

De todas as despedidas, nenhuma é mais emocionante que a da maior Donzela de Lanças de “Vikings”. Lagertha, com certeza, é a personagem que mais cresce em todas as temporadas, e sua despedida além de triste é revoltante, por ser morta por engano.

Lagertha resolve voltar a ser fazendeira, após ajudar Bjorn a retomar Kattegat. Mas a sua vida pacífica acaba sendo adiada pois ela precisa ajudar os camponeses a lidar com vikings renegados.

E aqui dou minha opinião particular: Lagertha, juntamente com Ellen Ripley (Sigourney Weaver), se tornou o ícone do feminismo no cinema e na televisão. Uma mulher que sempre foi subestimada, mas que ao invés de ficar reclamando da situação, resolveu lutar por seus direitos.

Mãe, amante, guerreira, rainha. Lagertha conseguiu do seu jeito, ser maior para “Vikings” que o próprio Ragnar.

Já Bjorn, assume o trono de Kattegat, e percebe como seu pai, o quão pesado e enfadonho é colocar a coroa na cabeça. Toda sua jornada, para se provar um homem maior que Ragnar e merecedor do seu respeito e admiração, se conclui de forma épica.

“É impossível”. Essa fala de Ivar resume bem toda a jornada de Bjorn Ironside, ao vê-lo montado no cavalo, de espada em punho e indo em direção ao vasto exército russo. O primogênito de Ragnar (não de sangue, mas de alma e coração), conseguiu se tornar maior que seu pai.

Ivar, como Ragnar disse, consegue se tornar o maior viking da história. Conhecido e temido no quatros cantos da Terra conhecida, o Desossado se mostra o mais apto a grandiosidade da família Lothbrok.

Influenciando diretamente império russo, Ivar volta a Kattegat e percebe, que como seu pai, não tem o menor interesse em ser rei, mas sim em explorar e guerrear. Dessa forma, como algo prenunciado desde a quarta temporada, O Desossado volta a Inglaterra para enfrentar seu amigo e oponente Alfred (Ferdia Walsh-Peelo), rei de Wessex.

E é nesse momento, que Ivar mostra mais uma vez porque é tão temido e respeitado, ao planejar e executar estratégias com o objetivo de humilhar e massacrar o exército inglês. E em um dos momentos mais legais de “Vikings”, vemos o Desossado no meio do campo de batalha se movimentando, como se estivesse controlando sua guarda pessoal, dando a ele um certo ar sobrenatural.

Apesar da qualidade técnica e narrativa, é necessário dizer que a sexta temporada de “Vikings” tem seus problemas, a começar por uma verdadeira “encheção de linguiça” em vários momentos. Com 20 episódios, foi preciso criar algumas subtramas desnecessárias como o plano maquiavélico de Ingrid para se tornar rainha de Kattegat ou esticar histórias como a de Ivar na Rússia.

Mas essas “encheções de linguinça”, não são exclusividades da sexta temporada. Desde que “Vikings” passou a ter  20 episódios, passamos a conviver com esse problema narrativo.

Além disso, a longa pausa entre as duas partes da sexta temporada, foram outra decisão desnecessária. Podem dizer que foi por causa do Covid, mas esse recesso não se justifica quando percebemos que a temporada final já tinha boa parte filmada.

E em uma temporada que se embasou no embate entre Bjorn e Ivar, os dois filhos mais conhecidos e lendários de Ragnar Lothbrok, O Desossado venceu e perdeu ao mesmo tempo.

Posso dizer que “Vikings” entrega um final digno e merecedor da grandeza que a série se tornou. Com decisões narrativas ousadas, Michael Hisrt quis mostrar que o desfecho da família Lothbrok seria cheio de surpresas. Dito isso, meu veredicto não poderia ser outro: vale muito pena assistir a sexta temporada de “Vikings”!

Ficha Técnica:

Título Original: Vikings

Título no Brasil: Vikings

Gênero: Ficção Histórica, Aventura

Temporada:

Episódios: 20

Criador: Michael Hirst

Produtores: Michael Hirst, Morgan O’Sullivan, Sheila Hockin, Sherry Marsh, Alan Gasmer, James Flynn, John Weber, Steve Wakefield, Keith Thompson, Sanne Wohlenberg

Elenco: Katheryn Winnick, Alexander Ludwig, Alex Høgh Andersen, Marco Ilsø, Jordan Patrick Smith, Danila Kozlovsky, John Kavanagh, Peter Franzén, Eric Johnson, Georgia Hirst, Ragga Ragnars, Ray Stevenson, Gustaf Skarsgård, Jasper Pääkkönen, Adam Copeland, Lucy Martin, Andrei Claude, Lenn Kudrjawizki, Oran Glynn O’Donovan, Steven Berkoff, Alicia Agneson, Ferdia Walsh-Peelo, Róisín Murphy

Companhias Produtoras: Shaw Media, Corus Entertainment, Octagon Films, Take 5 Productions, MGM Television

Transmissão: Amazon Prime Video (EUA), FOX Premium / Netflix (Brasil)

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Publicado por Marcelo Santos

Quase biólogo, formado em Administração. Maníaco desde criança por filmes e séries. Leitor assíduo de obras de ficção, terror, fantasia e policial.

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