SINOPSE: O Céu da Meia-Noite acompanha Augustine (George Clooney), um solitário cientista no Ártico que tenta impedir que Sully (Felicity Jones) e seus colegas astronautas voltem para casa em meio a uma misteriosa catástrofe mundial.
“O Céu da Meia-Noite” é mais um dentre as centenas de lançamentos que a Netflix disponibiliza em seu catálogo todos os meses. Porém, devido a premissa e aos atores envolvidos, acabei me interessando pelo filme e assistindo-o.
O longa-metragem possui dois mistérios: a catástrofe global e a pequena Íris (Caoilinn Springall).
Pouco é falado sobre a catástrofe, a não ser que é algo atmosférico e irreversível, que causará a extinção da vida. Os polos do planeta são os únicos locais que ainda possuem ar respirável.
Já a silenciosa Íris surge, algumas semanas após o início da catástrofe planetária, na estação científica onde o dr. Augustine Lofthouse (George Clooney) se encontrava sozinho. O mistério que Íris é e o motivo para o silêncio dela vão ser revelados no final de “O Céu da Meia-Noite” em um plot twist até que bem trabalhado.
“O Céu da Meia-Noite” é desenvolvido em volta de dois núcleos de personagens: o que tem Augustine e Íris e dos tripulantes da nave espacial Aether. Ambas as narrativas são fluidas, mas trabalham elementos já explorados em outras histórias do gênero.
A história de Augustine e Íris não poderia ser mais clichê. O início conturbado e cheio de desconfiança por parte do dr. Lofthouse, que não sabe lidar com uma criança. Momentos divertidos como uma guerra de ervilhas. O desespero dele por se perder de Íris em uma tempestade de neve. Todas essas situações já foram exploradas à exaustão em temáticas parecidas: a de um homem mais velho e solitário que encontra uma criança, e a partir daí, cria-se um sentimento de companheirismo, de família entre eles.
Já a tripulação da Aether, precisa encarar, além do isolamento e a falta de comunicação com a Terra, problemas como a desvio da rota segura de retorno ao nosso planeta e chuvas de meteoros que assolam a nave. Com isso, vemos mais uma vez “O Céu da Meia-Noite” explorando situações corriqueiras de outras histórias de exploração espacial para desenvolver sua narrativa.
Vi o indício de uma trama interessante quando a tripulação da Aether precisa decidir se pousam na Terra ou retornam para K-23, uma lua habitável de Júpiter. Nesse momento, vemos o início de uma cisão na equipe da nave espacial, protagonizada pelo piloto Mitchell (Kyle Chandler) e o Comandante Tom Adewole (David Oyelowo). Porém, uma situação que poderia trazer uma dinâmica interessante para a narrativa, acabou sendo resolvida muito rapidamente.
Falando dos aspectos técnicos, “O Céu da Meia-Noite” é um filme bem ajeitadinho. A fotografia está bem trabalhada e as locações externas do núcleo ártico impressionam. O casting do filme tem excelentes nomes, além de George Clooney, como Felicity Jones e Kyle Chandler. Porém não espere nenhuma grande atuação por parte deles, pois o roteiro meio que nivelou todos os atores por baixo.
Dos aspectos técnicos, o que fica fora da curva, é o roteiro. Como disse, a história é cheia de clichês, mas o objetivos deles é criar o cenário e os personagens somente, e não para serem elementos de destaque. O destaque do roteiro fica em narrar uma trama que fala de isolamento, da dificuldade em conciliar trabalho e família, de momentos perdidos e redenção.
Vendo alguns comentários, concordo com um em especial que diz que “O Céu da Meia-Noite” é uma história que utiliza velhas fórmulas para falar de sentimentos e redenção.
Quando assisti ao longa-metragem, admito que tinha uma expectativa de algo um pouco melhor. Mas depois percebi que “O Céu da Meia-Noite” não tem a pretensão de ser um filme que se destacaria da centenas de outros que abordam os mesmos temas.
Se você estiver procurando um filme despretensioso e leve para esse Natal, então sim, vale a pena assistir “O Céu da Meia-Noite”.
Ficha Técnica:
Título Original: The Midnight Sky
Título no Brasil: O Céu da Meia-Noite
Gênero: Ficção Científica, Drama
Duração: 122 minutos
Direção: George Clooney
Produção: Grant Heslov, George Clooney, Keith Redmon, Bard Dorros, Cliff Roberts
Roteiro: Mark L. Smith
Elenco: George Clooney, Ethan Peck, Felicity Jones, David Oyelowo, Tiffany Boone, Demián Bichir, Kyle Chandler, Caoilinn Springall, Sophie Rundle, Tim Russ, Miriam Shor
Companhias Produtoras: Smokehouse Pictures, Anonymous Content
Distribuição: Netflix