SINOPSE: os “The Boys” se tornam fugitivos procurados, com Butcher acusado do assassinato de Stillwell. Escondidos, Hughie, Leitinho, Francês e Kimiko descobrem que um terrorista superpoderoso com habilidades telecinéticas está à solta. Eles tentam informar Raynor, mas ela é morta por um assassino desconhecido. Enquanto isso, o poder de Capitão Pátria sobre a Vought é desafiado quando o CEO Stan Edgar faz com que a super-heroína Tempesta se junte aos Sete sem seu conhecimento. Quando Capitão Pátria não consegue intimidar Edgar, ele retorna à casa de Becca para ver Ryan. Profundo se junta à Igreja do Coletivo na tentativa de reconquistar seu lugar nos Sete.
Canais de TV e plataformas de streaming buscam sempre produzir algo que se torne o carro-chefe do seu portfólio. A Netflix parece apostar alto em “The Witcher” para assumir esse posto, enquanto a HBO ainda busca o herdeiro para sentar-se no Trono de Ferro de sua programação. A Amazon com “The Boys” pode ter encontrado sua “cereja do bolo”.
Séries que abusam da violência gráfica e situações escatológicas não são novidades, e para provar isso, temos “Preacher” da AMC e “Ash vs. Evil Dead” da Starz (guarde essas séries, pois vamos falar delas ao longo dessa resenha). Mas enquanto essas produções foram perdendo audiência, “The Boys” formou um casamento perfeito com a Amazon Prime Video, e consequentemente com os espectadores. Talvez, a liberdade criativa dada pela Amazon aos produtores seja o grande trunfo para o sucesso de “The Boys” (mas esse é um GRANDE TALVEZ, pois a AMC e Starz são canais de TV por assinatura, onde a liberdade para abordar determinados assuntos é maior que a TV aberta).
Por causa do excesso e de como a violência é demonstrada, “The Boys” não é uma série para crianças. Se você achou a primeira temporada violenta, prepare-se pois o segundo ano da série tem muito mais sangue, tripas, sangue, esquartejamento e sangue (quanto sangue hein). E apesar que até acho que os produtores dão uma aliviada nesse ponto (pois nos quadrinhos é bem pior (ou melhor, no meu caso), “The Boys” segue com grande fidelidade o tom das HQs.
E apesar da presença constante da violência em “The Boys”, quase sempre ela vem de mãos dadas com a comédia. E esse humor ácido sulfúrico e negro com piche, com certeza vem da mente nada saudável de Seth Rogen, produtor e roteirista de “Festa da Salsicha” e “Preacher”. Logo as bizarrices que vemos nessas duas produções, estão presentes em “The Boys”. E se você ficou abismado com a morte de Translúcido (com a explosão de uma bomba enfiada no orifício corrugado, uma vez que ele era indestrutível por fora), saiba que a segunda temporada tem de tudo, como o atropelamento e empalamento de uma baleia com um barco e a já icônica e engraçadíssima cena envolvendo o Linguiça do Amor (que só perde o título de sequência mais bizarra de todos os tempos em uma série para a guerra de esperma (ao som de A-Ha) em “Ash vs. Evil Dead”).
Quanto aos personagens, vemos a evolução da instabilidade de Homelander (Antony Starr), se tornando cada vez mais uma ameaça não só para Butcher e Cia., mas para os Sete e a própria Vought. Acredito que a liberação de toda essa insanidade e violência que ele tem dentro de si será mostrada mais para o final da série. Gostei de ver Black Noir (Nathan Mitchell ) em ação, pois na primeira temporada ele quase não apareceu. E se a série for seguir os quadrinhos (o que não acredito) então a versão deturpada do Batman vai dar muita dor de cabeça para Homelander. E a introdução de Stormfront (Aya Cash) aprofundou a mitologia existente em “The Boys”, mostrando que o composto V foi criado com um objetivo ainda menos nobre do que sabíamos.
Já do lado dos “The Boys”, foi bom ver mais da Kimiko (Karen Fukuhara) que no primeiro ano foi uma presença tímida. Butcher (Karl Urban) continua sendo um dos destaques com seu jeito FDP de ser. Mas o meu personagem favorito continua sendo o Francês (Tomer Capon), pois além de ser o mais engraçado do grupo antagonista aos Sete, ele representa bem a essência dos “The Boys”: desajustados perigosos que formam uma família mais desajustadas ainda com o objetivo nobre de descer a porrada nos super-heróis.
E por falar em porrada, finalmente vimos um super-herói tomar um cacete na série. mesmo demorando um pouco, valeu a pena, pois a cena de porradaria que envolve Stormfront, Queen Maeve (Dominique McElligott), Starlight (Erin Moriarty) e Kimiko é muito boa!
Em um entrevista recente, Erik Kripke disse que “The Boys” deve se encerrar na quinta temporada. Se esse planejamento se confirmar e a Amazon manter a liberdade criativa dada aos produtores, espero que a série continue com sua violência e suas bizarrices, e que se aproxime mais de alguns arcos da HQ, como os The Boys tomando V para sentar a porrada nos super-heróis e o plano de Homelander de conquista mundial.
Enquanto tem produções por aí com 15, 20 capítulos que não vejo a hora de acabar, fiquei bem triste quando assisti o último episódio da segunda temporada de “The Boys”, pois fazia tempo que não me divertia tanto assistindo uma série. Agora o jeito é esperar pela terceira temporada.
Mas é bom dizer que essa série não é para qualquer público. Porém se você gostou de “Preacher” e “Ash vs. Evil Dead”, pode assistir “The Boys” que é satisfação e diversão garantida.
“The Boys” é a série de super-heróis mais surtada que já assisti, e por esse motivo que digo que vale muito a pena assisti-la!
Ficha Técnica:
Título Original: The Boys
Título no Brasil: The Boys
Gênero: Super-Herói, Humor Ácido
Temporada: 2ª
Episódios: 8
Criador: Eric Kripke
Produtores: Eric Kripke, Seth Rogen, Evan Goldberg, James Weaver, Neal H. Moritz, Pavun Shetty, Ori Marmur, Dan Trachtenberg, Ken F. Levin, Jason Netter
Elenco: Karl Urban, Jack Quaid, Antony Starr, Erin Moriarty, Dominique McElligott, Jessie T. Usher, Laz Alonso, Chace Crawford, Tomer Kapon, Karen Fukuhara, Nathan Mitchell, Elisabeth Shue, Colby Minifie, Aya Cash
Companhias Produtoras: Sony Pictures Television, Amazon Studios, Kripke Enterprises, Point Grey Pictures, Original Film, Kickstart Entertainment, KFL Nightsky Productions
Transmissão: Amazon Prime Video