The Last of Us (abreviado para TLoU) é uma franquia de jogos eletrônicos de ação-aventura e survival horror exclusiva da PlayStation, criada por Neil Druckmann, amplamente aclamada pela crítica e pelo público, com todos os títulos lançados tendo grande sucesso.
Depois do sucesso avassalador de “The Last of Us”, crítica e gamers aguardavam desesperadamente pela sequência. Os números comprovam essa ansiedade toda, pois “The Last of Us 2” em seus primeiros três dias de lançamento, vendeu mais de 4 milhões de cópias em todo o mundo, tornando-se o exclusivo de PlayStation 4 mais rapidamente vendido, superando os números de lançamento de Spider-Man (3,3 milhões) e God of War (3,1 milhões) no mesmo período de tempo (e nem estamos falando na quantidade vendida na pré-venda). E mesmo recebendo algumas opiniões negativas devido a algumas decisões narrativas, a grande maioria do público (comigo incluso nesse grupo) e da crítica reverenciou a história (no Metacritic o jogo tem uma avaliação de 94/100 e no IGN, 10/10). E é sobre a história de “TLoU 2” que vamos falar nessa resenha, por isso se não quiser tomar spoilers, pare agora.
The Last of Us 2
“The Last of Us 2” se passa cinco anos após os eventos do primeiro título, com Joel e Ellie morando no assentamento de Tommy em Jackson, Wyoming. Ao mesmo tempo que acompanhamos Ellie fazendo ronda com Dina, seu interesse amoroso; seguimos Abby, uma garota misteriosa que junto com seus amigos, estão à procura de Joel.
Abby encontra Joel e Tommy em meio a um ataque de uma horda de infectados. Em um fuga desesperada acabam se refugiando em um hotel nas montanhas. Mas chegando nesse local, Joel e Tommy são dominados e começam a ser torturados por essa garota misteriosa e seus amigos.
Ellie parte em busca de Joel e explorando um hotel nas montanhas, entra na sala onde ele está sendo espancado. Totalmente dominada, Ellie vê Abby pegar um taco de golfe e percebendo o que está por vir, implora para que a garota misteriosa pare.
Mas Abby, sem se importar com o choro e apelos de Ellie, MATA Joel!
E é dessa forma que começa “The Last of Us 2”.
A morte de Joel foi motivo de críticas por partes de alguns fãs, mas esse fato póstumo além de ser o catalisador, define o tom da narrativa. “The Last of Us 2” é uma história de vingança e de toda as consequências esse sentimento traz.E a menos que você seja uma gárgula de pedra, “The Last of Us 2” te emocionará. Logo no início, Joel toca e canta “Future Days” para Ellie, dando aquele “quentinho no coração”, para depois vermos sua morte brutal diante dos olhos da garota.
Admito que a partir desse ponto, senti muito falta da dinâmica de Ellie com Joel, algo impossível ser substituído.
Porém, essa ausência é proposital, pois sentimos de forma mais profunda toda a dor e raiva que Ellie sente, e assim entendemos essa sede de sangue por parte dela.
No desenrolar dessa jornada de vingança, vemos alguns flashbacks que aprofundam ainda mais a relação de pai e filha que se criou entre Joel e Ellie, como a emocionante cena da cápsula espacial, o que torna a morte de Joel em algo ainda mais doloroso.
Em um desses flashbacks, finalmente acontece o que todos temiam desde o final do primeiro “The Last of Us”: Ellie descobre, em uma cena de partir o coração, toda a verdade sobre seu resgate dos Vaga-Lumes. Guarde essa cena, pois ela faz muito sentido para o desfecho de “TLoU 2”.
Logo após a morte de Joel, passamos a acompanhar Ellie na sua jornada por vingança, matando com extremamente frieza e violência todos aqueles que participaram do assassinato de papa Joel, inclusive uma mulher grávida (mesmo que acidentalmente).
Então em determinado momento temos Abby, totalmente transtornada, cara a cara com Ellie; e do nada, passamos a acompanhar a algoz de Joel.
Minha reação quando isso aconteceu foi: “Que porra é essa? Não quero saber da história dessa lazarenta?” Mas essa mudança de protagonista. se mostrou a mais inteligente decisão narrativa de toda a história de “The Last of Us 2”.
Ao acompanharmos Abby, descobrimos o motivo que a levou a matar Joel: o médico que iria extrair a cura do corpo de Ellie no final de “The Last of Us” era seu pai.
Ao vermos a história pelo ponto de vista de Abby, percebemos que ela e Ellie são muito parecidas.
E quanto mais acompanhamos Abby, principalmente quando passa a cuidar de Lev, fica impossível não simpatizar e torcer por ela também. Então, quando Abby descobre que seus amigos foram mortos por Ellie, voltamos para o momento onde as duas estão cara a cara.
Nesse momento minha reação era: “Fudeu, porque agora uma das duas vai morrer e não quero que isso aconteça!”
“The Last of Us 2” é muito mais visceral que o primeiro jogo, com uma carga dramática muito forte. Fiquei feliz nos momentos alegres e devastados nos momentos tristes.
Ellie e Abby são vítimas de um ciclo interminável de vingança e violência que surge devido a perdas irreparáveis. São personagens muito bem construídas, altamente complexas e com muitas camadas e sentimentos. Odiei e amei, ri e chorei junto com elas.
Mas uma ótima história precisa ter uma trilha sonora à altura, e as músicas compostas por Gustavo Santaolalla para “The Last of U 2” são extraordinárias, combinando com perfeição assustadora com cada sequência que vemos. São notas, acordes e harmonias que realçam cada sentimento que “TLoU 2” quer transmitir, batendo com força no nosso coração.
As sequências de ação e terror em “The Last of Us 2” estão muito mais frenéticas, muito mais assustadoras e muito mais violentas quando comparadas ao primeiro título. No momento em que precisei fugir de hordas de infectados ou lutar contra o Rei dos Ratos, não consegui ficar sentado, tamanho era o nervosismo.
O final de “The Last of Us 2” é um dos mais emocionantes que já vi em qualquer história de qualquer mídia (cinema, série, game, livro, etc.), e mostra porque para Ellie era impossível não seguir o caminho da vingança, mesmo sabendo que perderia tudo e todos.
Octávio Neto do “Ei Games” impressionado disse: “Não sei o que dizer… Como que isso mexeu com minha cabeça desse jeito?”. O gametuber Alan Koza falou aos prantos: “Nossa… Tô feliz que acabou”.
As citações acima são exemplos de como é difícil explicar o que senti ao jogar “The Last of Us 2”. Não consigo achar palavras para explicar como essa história mexeu comigo. O que posso dizer é que me emocionei muito jogando “TLoU 2” e me emocionei muito escrevendo essa resenha.
Cercado de expectativas devido ao sucesso do primeiro título da franquia, digo com toda convicção que “The Last of Us 2” é MUITO MELHOR que “The Last of Us”! E não só isso: “The Last of Us 2”é uma das MELHORES e MAIS EMOCIONANTES histórias que já vi em qualquer mídia existente.
Encerro essa resenha com o clipe da música “Wayfaring Stranger” de Johnny Cash, interpretada pelos atores Ashley Johnson e Troy Baker (Ellie e Joel, respectivamente), tocada nos pós-créditos de “The Last of Us 2”.
Ficha Técnica:
Título Original: The Last of Us 2
Título no Brasil: The Last of Us 2
Gênero: Ação-Aventura, Survival Horror
Criador: Neil Druckmann
Diretores: Neil Druckmann, Anthony Newman, Kurt Margenau
Projetista: Emilia Schatz, Richard Cambier
Programadores: Travis McIntosh, Christian Gyrling
Elenco: Ashley Johnson, Laura Bailey, Troy Baker, Jeffrey Pierce, Shannon Woodward, Stephen Chang, Chelsea Tavares, Ashly Burch, Patrick Fugit, Ian Alexander, Victoria Grace, Derek Phillips, Jeffrey Wright,
Compositor: Gustavo Santaolalla
Desenvolvedora: Naughty Dog