SINOPSE: Hanna (Esme Creed-Miles) é uma garota de 15 anos que vive com Erik (Joel Kinnaman), o único homem que ela conheceu como pai, em uma parte remota de uma floresta na Polônia. Tudo muda quando ela precisa fugir da perseguição implacável Marissa Wiegler (Mireille Enos), uma agente da CIA que age por conta própria e que está envolvida na verdade por trás de quem Hanna é.
Depois de procrastinar muito, assisti as duas temporadas de “Hanna”, produção original da Amazon Prime Video baseada no filme homônimo de 2011, o que me fez reassistir ao longa-metragem para poder fazer essa resenha.
A primeira temporada de “Hanna” adapta com fidelidade quase perfeita o filme de 2011, demonstrando respeito com o material original. Mas como a série possui mais tempo de exibição, foi necessário incluir algumas situações novas ou esticar as existentes no longa-metragem, que no final me pareceram “encheção de linguiça” para justificar a quantidade de episódios. Um exemplo disso é quando em um determinado momento, Hanna se apaixona e transa com Anton (Gamba Cole), “crush” não correspondido de sua amiga Sophie (Rhianne Barreto), o que azeda a relação entre as amigas. Então elas brigam, ficam de mal e fazem as pazes, da mesma forma apressada e rasa com que você leu “elas brigam, ficam de mal e fazem as pazes”.
Já que Hanna é uma pessoa que fez parte da UTRAX, um programa secreto de aprimoramento, era de se esperar combates intensos quando ela estivesse envolvida, mas o que se vê são sequências e cortes de câmeras esquisitos: vemos Hanna começando a dar porrada, aí foca para alguém embasbacado fazendo “oooohhhh!!!” enquanto o pau come, e só volta com Hanna já finalizando o cara. A coreografia de luta também me pareceu mal trabalhada, não conseguindo passar a sensação de que nossa protagonista é uma assassina aperfeiçoada e treinada. A única sequência realmente boa é quando Erik Heller invade um hotel em busca de Marisa Wiegler.
Como disse, a primeira temporada de “Hanna” é muito fiel ao filme de 2011, que é uma história mais focada na descoberta do mundo por parte da protagonista do que pelas sequências de ação. Mas vi aqui uma chance desperdiçada de explorar mais a fundo a recém-descoberta adolescência de Hanna e trazer uma porradaria digna da expectativa que se cria em torno da protagonista.
Então assisti a segunda temporada e ficou nítida a evolução narrativa, que me fez, em alguns momentos, ter a sensação de estar assistindo a séries diferentes. Ao focar no programa UTRAX e nas conspirações e segredos dentro da CIA, “Hanna” ganhou finalmente ares de uma história de espionagem. Ao mostrar a nova etapa da UTRAX, até as questões que envolvem os anseios da adolescência são mais bem explorados, pois vemos como nossa protagonista e as demais meninas iguais à ela precisam lidar com essas questões e se manter fiel a diretriz do programa que as criou: elas são assassinas aperfeiçoadas à serviço dos Estados Unidos.
Desde o primeiro episódio da primeira temporada, tinha a sensação de que “Hanna” estava em stand by, que não explorava todo o potencial que a história possui, e apesar de pequenos deslizes narrativos, finalmente decola nos episódios finais da segunda temporada. Ao ser encomendada a morte de uma pessoa que pode expor a UTRAX, a série assume totalmente que é uma produção de espionagem, com muita conspiração, segredos sujos e finalmente, sequências de ação bem feitas.
Não posso encerrar essa resenha, sem falar do trio de atores que interpretam os protagonistas. A atriz Esme Creed-Miles cresce ao longo da história e no final da segunda temporada mostra toda a força e intensidade que Hanna precisa ter. Não é o melhor trabalho de Joel Kinnaman, pois Erik Heller se parece com outros papéis que interpretou, mas seu carisma é inegável. Mas é Mireille Enos que dá um show ao entregar uma anti-herói que sempre te deixa na dúvida se está agindo com altruísmo ou em benefício próprio.
A série, que foi renovada para mais um ano, tem um caminho promissor se continuar fiel ao caminho aberto no final da segunda temporada, com Hanna e Marissa Wiegler agora partindo em busca dos Pioneiros da UTRAX.
No conjunto das temporadas, vale a pena assistir Hanna!
Ficha Técnica:
Título Original: Hanna
Título no Brasil: Hanna
Gênero: Ação, Drama
Temporadas: 2
Número de episódios: 16
Produção: David Farr, Hugh Warren, JoAnn Alfano, Tom Coan, Andrew Woodhead, Tim Bevan, Eric Fellner, Marty Adelstein, Becky Clements, Scott Nemes
Elenco: Esme Creed-Miles, Mireille Enos, Joel Kinnaman, Noah Taylor, Dermot Mulroney, Khalid Abdalla, Justin Salinger, Andy Nyman, Anthony Welsh, Yasmin Monet, Rhianne Barreto, Stefan Rudoph, Katharina, Peter Ferdinando, Benno Fürmann, Joanna Kulig
Companhia(s) produtora(s): NBCUniversal International Studios, Working Title Television, Focus Features, Amazon Studios
Transmissão: Amazon Prime Video