Baseada na produção televisiva israelense “Prisoners of War”, criada por Gideon Raff, em 2011 estreava “Homeland”, série estadunidense de suspense e espionagem, desenvolvida por Howard Gordon e Alex Gansa, com um plot instigante:

“Nicholas Brody (Damian Lewis) é um soldado estadunidense resgatado após passar oito anos em cativeiro no Iraque. Repatriado, ele é recebido como herói pela família, amigos e pelo governo. Contra todos que o exaltam, a agente da CIA Carrie Mathison (Claire Danes), que passou vários anos no Afeganistão, acredita que o herói é, na verdade, um espião do inimigo preparando o próximo ataque terrorista em solo dos EUA.”

Apesar de já terem se passado 10 anos, em 2011 os estúdios e emissoras de tv estadunidense ainda produziam conteúdo (fictícios ou não) referentes ao 11 de setembro e suas consequências, mas “Homeland” inovou ao trazer uma história onde a possibilidade de um novo ataque terrorista dentro dos EUA possa vir da pessoa menos improvável: um sargento da marinha totalmente patriota ao seu país.

Medo, suspeitas e incertezas foram alguns dos elementos que moveram o jogo de gato e rato entre Nicholas Brody e Carrie Mathison. Com um excelente roteiro, “Homeland” brincou com nossos sentimentos, instigando e prendendo a atenção dos espectadores durante três temporadas, nos fazendo ter certeza absoluta sobre o caráter e intenções dos protagonistas, só para desconstruir tudo e nos jogar novamente em um poço de dúvidas.

Mas além de história bem construída, devemos nos render ao elenco de “Homeland” e em especial aos talentosíssimos Claire Danes e Damian Lewis. Os dois atores elevaram seus personagens que já eram bem delineados pelo ótimo roteiro e conseguiram torna-los quase reais. Esse talento todo rendeu a Damien Lewis o Emmy de Melhor Ator em Série Dramática em 2012 e o Globo de Ouro na mesma categoria em 2013. Já Claire Danes abocanhou o Emmy e O Globo de Ouro de Melhor Atriz em Série Dramática em 2012 e 2013.

“Homeland ganhou o Emmy de Melhor Série Dramática em 2012 e o Globo de Ouro em 2012 e 2013. A crítica especializada avaliou de forma extremamente positiva a série (o Metacritic atribuiu uma classificação de 92 em 100 para a primeira temporada, 96 em 100 para a segunda e 77 em 100), e teve uma ótima e constante audiência (uma média de 1,7 milhão de espectadores ao longo dos três primeiros anos da série).

Com tantos prêmios e aclamada por crítica e audiência, “Homeland” que deveria terminar na terceira temporada em um final catártico, foi renovada. E é justamente esse final catártico que se mostrou um problema: como seguir com a série sem Nicholas Brody? E apesar da quarta temporada ser a mais fraca, justamente por essa importante ausência, “Homeland” se reinventou completamente, trazendo uma trama completamente diferente dos anos anteriores e focada em Carrie Mathison. A partir desse ponto a palavra que descreveria “Homeland” seria reinvenção.

Passando por Afeganistão (quarto ano), Alemanha (quinto ano), Estados Unidos (sexta e sétima temporada) e de volta ao Afeganistão (series finale), “Homeland” apresentava agora Claire Mathison enfrentando novas ameaças externas e internas aos estadunidenses e que revelou o grande vilão da série a partir da quinta temporada: a Rússia. A mistura de espionagem e drama pessoal dos personagens com cenas e situações de ação, acabou dando uma nova dinâmica à série e se mostrou uma fórmula vencedora que manteve um base estável de espectadores.

Vale destacar também que a partir da quarta temporada, “Homeland” mistura à suas tramas assuntos atuais como as mortes de inocentes por ataques de drones, terrorismo na Europa e o processo de paz no Afeganistão (esse último tratado na temporada final e que estava acontecendo realmente esse ano).

E para encerrar essa resenha devo dizer que os personagens de apoio são tão bons quanto os principais, muitas vezes roubando o papel do protagonista. Dentre todos que passaram por esses oito anos de “Homeland”, destaco três personagens secundários: Saul Berenson (Mandy Patinkin), mentor de Carrie e um integrante importante da CIA, que sempre ficou entre proteger a protagonista e cumprir suas obrigações com os EUA; Peter Quinn (Rupert Friend), agente da CIA responsável por missões obscuras, que consegue sua redenção após um ataque terrorista;  e Max Piotrowski (Maury Sterling), especialista em tecnologia e vigilância, que trabalha e ajuda Carrie tanto no trabalho como na vida pessoal.

Com roteiros que sempre trouxeram ótimas histórias, personagens marcantes e carismáticos, um elenco talentosíssimo e uma capacidade única de inovar e se reinventar; “Homeland” mostrou como uma série pode ter vida longa sem perder o ritmo. “Homeland”começou de forma fenomenal e apesar de ter sofrido pequenos deslizes no sentido narrativo, chegou a sua series finale com uma qualidade absurdamente alta.

“Homeland” é a melhor série de espionagem que já vi, e por esse motivo vale a pena ser assistida!

 

Ficha Técnica:

Título Original: Homeland

Título no Brasil: Homeland

Gênero: Drama, Espionagem, Suspense

Temporadas: 8

Número de episódios: 96

Produção: Alex Gansa, Howard Gordon, Gideon Raff, Michael Cuesta, Avi Nir, Ran Telem, Henry Bromell, Alexander Cary, Chip Johannessen, Meredith Stiehm, Lesli Linka Glatter, Patrick Harbinson, Michael Klick, Claire Danes, Ron Nyswaner, Debora Cahn

Elenco: Claire Danes, Damian Lewis, Morena Baccarin, David Harewood, Diego Klattenhoff, Jackson Pace, Morgan Saylor, Mandy Patinkin, Jamey Sheridan, David Marciano, Navid Negahban, Rupert Friend, Sarita Choudhury, Tracy Letts, F. Murray Abraham, Nazanin Boniadi, Laila Robins, Sebastian Koch, Miranda Otto, Alexander Fehling, Sarah Sokolovic, Elizabeth Marvel, Maury Sterling, Linus Roache, Jake Weber, Morgan Spector, Costa Ronin, Nimrat Kaur, Numan Acar

Companhia(s) produtora(s): Showtime Networks, Teakwood Lane Productions, Cherry Pie Productions, Keshet Broadcasting, Fox 21 Television Studios, Studio Babelsberg

Transmissão: Showtime (EUA) / Fox Premium e Globoplay (Brasil)

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Publicado por Marcelo Santos

Quase biólogo, formado em Administração. Maníaco desde criança por filmes e séries. Leitor assíduo de obras de ficção, terror, fantasia e policial.

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