SINOPSE: Uma antiga profecia esconde a última esperança de um povo… E a ruína de outro. Ele está chegando. A profecia nos avisou que, com o eclipse, viria o Arauto da Destruição, tingindo os campos de vermelho. Ele já destruiu o Reino dos Elfos com seu exército de monstros. Só existe uma coisa que pode detê-lo, mas ninguém sabe o que é. Passei minha vida toda estudando a profecia. Todos nós dedicamos cada minuto a tentar decifrá-la, em busca de uma arma, de uma esperança. Mas a última barreira caiu e ele está chegando. A sombra da morte cobrirá nossos reinos, a menos que alguém responda à pergunta que nos atormenta desde o início. O que é a Flecha de Fogo?

O mercado literário brasileiro vive uma crise editorial e comercial, mas nenhum gênero sofre mais com essa crise que o de fantasia, resultando em editoras que abandonaram obras de sucesso mundial ou não apostarem em livros de autores consagrados. Dessa forma, quem é fã de literatura fantástica precisa recorrer aos escritores nacionais. E como em qualquer outro país, o Brasil não está isento de títulos e histórias ruins. Mas dentre os vários autores brasileiros, um chama a atenção: Leonel Caldela.

Leonel Caldela é autor da Trilogia da “Tormenta”, a série de romances no maior cenário de RPG nacional, além de vários outros livros como “A Lenda de Ruff Ghanor”, sendo considerado como um dos maiores nomes atual da literatura fantástica nacional. Confesso que não conhecia nada do escritor, mas quando vi que seria lançado “A Flecha de Fogo”, que se passa no mesmo cenário de “Tormenta”, fiquei muito interessado em lê-lo.

A trama é contada pelo ponto de vista de Corben, um jovem astrólogo que é feito prisioneiro primeiro por Avran Darholt, líder da Ordem do Último Escudo e depois pela bruxa Gradda e Maryx Corta-Sangue, uma guerreira hobgoblin muito famosa.

“A Flecha de Fogo” é uma obra de alta fantasia com direito a todos os tipos de personagens que esse subgênero possui: paladinos, magos, elfos, anões, necromantes, e por aí vai. E no centro de toda a história está Thwor Ironfist, líder do império goblinóide chamado Aliança Negra, que é inspirado em Gengis Khan e no Império Mongol, como relatado pelo próprio autor. Mas não se engane, o livro possui passagens bem violentas típicas de dark fantasy e grimdark Fantasy. Ou seja, “A Flecha de Fogo” consegue agradar a todos.

Fiquei impressionado com a escrita de Leonel Caldela. O autor brasileiro constrói muito bem seus personagens, dando a cada um deles suas próprias personalidades, com destaque para Thwor Ironfist, Avran Darholt, a bruxa Gradda e Maryx Corta-Sangue. Vale a pena ressaltar também as reviravoltas inteligentes e as batalhas muito bem desenvolvidas e ricas em detalhes. Lendo essas partes do livro, entendi porquê o escritor nacional Eduardo Spohr o chama de “Bernard Cornwell brasileiro”. “A Flecha de Fogo” parece com um jogo de videogame ou uma partida de RPG, pois a cada página lida, vamos percebendo que a história vai ganhando em escala. O que começa com uma luta entre humanos e goblins, acaba com deuses e um meteoro. Aliás o combate final posso definir como titânico.

“A Flecha de Fogo” possui um ritmo narrativo muito bom, o que torna a leitura agradável, cativante e divertida. No começo você até assusta com o tamanho do livro, mas quando percebe, já o devorou. E um detalhe importante: é uma história contada em volume único. Vale destacar também, o trabalho gráfico fantástico que a editora Jambô fez em “A Flecha de Fogo”, que vai desde o papel escolhido até as artes e diagramação. O livro é um daqueles que além de ter uma história muito boa é muito bonito.

Para aqueles que reclamam que o mercado literário brasileiro está cagando para o gênero de fantasia, dê uma chance para Leonel Caldela. Dito isso, só posso afirmar que vale a pena ler “A Flecha de Fogo”!

Ficha Técnica:

Título no Brasil: A Flecha de Fogo

Autor: Leonel Caldela

Capa: Comum

Número de páginas: 736

Editora: Jambô

Idioma: Português

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Publicado por Marcelo Santos

Quase biólogo, formado em Administração. Maníaco desde criança por filmes e séries. Leitor assíduo de obras de ficção, terror, fantasia e policial.

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