SINOPSE: Em seu vigésimo sexto aniversário, Dana e seu marido estão de mudança para um novo apartamento. Em meio a pilhas de livros e caixas abertas, ela começa a se sentir tonta e cai de joelhos, nauseada. Então, o mundo se despedaça. Dana repentinamente se encontra à beira de uma floresta, próxima a um rio. Uma criança está se afogando e ela corre para salvá-la. Mas, assim que arrasta o menino para fora da água, vê-se diante do cano de uma antiga espingarda. Em um piscar de olhos, ela está de volta a seu novo apartamento, completamente encharcada. É a experiência mais aterrorizante de sua vida… até acontecer de novo. E de novo. Quanto mais tempo passa no século XIX, numa Maryland pré-Guerra Civil – um lugar perigoso para uma mulher negra –, mais consciente Dana fica de que sua vida pode acabar antes mesmo de ter começado.

A literatura de ficção científica possui grandes nomes: Isaac Asimov, Arthur C. Clarke, Philip K. Dick, Ray Bradbury, N. K. Jemisin, Margaret Atwood, e por aí vai. E nesse rol, temos Octavia E. Butler, conhecida como a grande dama da ficção científica. “Kindred” é o primeiro livro da escritora lançado aqui no Brasil.

Uma das grandes características da escritora é utilizar a ficção científica para falar de temas sociais, e em “Kindred” são o preconceito e a escravidão. A história do livro mostra a protagonista viajando no tempo, e indo parar na época escravagista dos Estados Unidos. Várias outras obras, ficcionais ou não, já abordaram esse assunto, mas o que achei muito interessante e original em “Kindred”, foi abordar como o ser-humano se adapta às situações, mesmo as mais degradantes. Dana, nossa protagonista, é uma mulher do século XX acostumada às liberdades conquistadas de sua época, que ao se ver em um ambiente onde ela é vista como escrava, vai se acostumando a esse novo “status”, ao ponto de chamar a fazenda e o passado onde ela se encontra de “casa”.

O lado ficção científica de “Kindred” fica restrito às viagens no tempo que Dana realiza. Ou seja, esse aspecto da obra é só o gatilho para a história que a escritora quer contar. E confesso, que esperava um pouco mais  de ficção científica nesse livro.

Quanto ao ritmo narrativo de “Kindred”, pode lê-lo sem medo. A escritora tem uma escrita fluída, sem preâmbulos, indo direto ao cerne do que quer apresentar. As explicações e descrições são as mais simples possíveis, o que deve agradar os leitores que gostam de histórias mais diretas. Já os personagens, achei-os medíocres, no sentido que são bem construídos e desenvolvidos, mas que desempenham suas funções de forma competente, sem nenhum grande aspecto ou característica que chame a atenção.

“Kindred” apesar da sua relevância, é uma obra competente. E por tudo que li e ouvi a respeito, esperava mais, o que me causou uma certa frustração. Por abordar questões sociais importantes, Octavia E. Butler e seus livros precisam ser publicados aqui no Brasil.

“Kindred” como livro de ficção científica deixou a desejar, mas como uma obra que aborda de forma simples assuntos como preconceito e escravidão, é excelente. Se fosse dar uma nota, “Kindred” levaria nota 7, para passar de ano, heheehehehehehe.

Apesar de tudo, vale a pena ler “Kindred”? Sim, vale a pena!

    

Ficha Técnica:

Título Original: Kindred

Título no Brasil: Kindred: Laços de Sangue

Autor: Octavia E. Butler

Tradutora: Carolina Caires Coelho

Capa: Dura

Número de páginas: 448

Editora: Morro Branco

Idioma: Português
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Publicado por Marcelo Santos

Quase biólogo, formado em Administração. Maníaco desde criança por filmes e séries. Leitor assíduo de obras de ficção, terror, fantasia e policial.

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