SINOPSE: A mais terrível previsão de cientistas de todo o mundo se concretiza: o aquecimento global eleva o nível dos oceanos, submergindo a cidade de Nova York. Os habitantes da metrópole, no entanto, conseguem se adaptar, e a Grande Maçã segue tão viva e fervilhante como sempre, ainda que de formas inteiramente distintas das de antes. Cada rua é agora um canal; cada arranha-céu, uma ilha. Por meio dos olhos – e dos destinos – de diversos moradores de um prédio da antiga Madison Square, Kim Stanley Robinson nos mostra como uma das maiores cidades do mundo se transformaria após uma catástrofe climática dessa magnitude, no limite entre a utopia e a distopia. Não seria apenas a cidade a mudar: a humanidade jamais seria a mesma.
Quando soube sobre “Nova York 2140”, fiquei empolgado. Mas essa empolgação caiu bastante pois não achava que seria lançado no Brasil, e como meu inglês é sofrível, as chances de lê-lo eram praticamente nulas. Mas eis que a editora Planeta Minotauro anunciou o lançamento dessa obra do escritor Kim Stanley Robinson. Não perdi tempo: comprei e furei minha fila gigantesca de leitura para apreciar esse livro.
“Nova York 2140” mostra que os “pulsos”, como são chamadas as elevações do nível dos oceanos é consequência da incessante busca do lucro pelas grandes corporações. O escritor Kim Stanley Robinson utiliza a ficção científica para falar de uma situação atual, e cria um cenário que muitos ambientalistas preveem. A Nova York alagada é muito bem construída no livro, com as avenidas e ruas virando canais por onde o tráfego navega, grandes prédios se tornando habitats coletivos e as gigantescas torres de mais de 300 andares.
Com um cenário tão vívido, “Nova York 2140” tinha tudo para ser um ótima leitura, mas o escritor desenvolve uma obra literária com páginas muito densas, como diria “um certo cidadão”. A trama que se desenvolve através de vários personagens, é detalhada demais. Em alguns casos a história apresenta um ritmo narrativo ágil, como é caso de Roberto e Sthepan, dois garotos de 12 anos, conhecidos como ratos d’água, e de Vlad, o síndico da Torre Met. Mas o problema é que 80% do livro é arrastada, principalmente quando Kim Stanley Robinson quer explicar nos seus mínimos detalhes, o funcionamento do mercado financeiro.
Outro problema que vi em “Nova York 2140”, é o excesso de citações a cada início de capítulo, algumas ocupando quase que uma página inteira, com as mais variadas informações falando sobre a cidade de Nova York. Se no começo eu lia essa citações, do meio para a frente eu simplesmente pulava. E não se preocupe em pular essas partes, elas não vão interferir no entendimento da trama.
Minha opinião é que “Nova York 2140” é o livro certo para quem gosta de muitas informações para contextualizar a trama, mas não vai agradar quem gosta de histórias mais diretas e enxutas. Me encaixo na segunda opção, e por isso terminei a leitura bem decepcionado, pois tinha expectativas de uma excelente leitura com “Nova York 2140”.
![]() | Ficha Técnica: Título Original: New York 2140 Título no Brasil: Nova York 2140 Autor: Kim Stanley Robinson Tradutora: Marcia Blasques Capa: Comum Número de páginas: 496 Editora: Planeta Minotauro Idioma: Português |