SINOPSE: O filme traz a perspectiva de soldados e aviadores (americanos e japoneses) que lutaram bravamente durante a Batalha de Midway, no Oceano Pacífico em junho de 1942. Através de mensagens codificadas, a Marinha Americana conseguiu identificar a localização e o horário dos ataques previstos pela Marinha Imperial Japonesa. Até hoje a disputa é considerada pelos historiadores como um dos pontos mais relevantes para o fim da Segunda Guerra Mundial.
Filmes de guerra fazem parte da história do cinema, desde a criação do cinematógrafo até os dias atuais. Durante a Segunda Guerra Mundial, os cinemas, tanto dos Aliados quanto do Eixo, passavam cenas de batalhas reais, para inspirarem a população a apoiarem seus respectivos lados. Depois o cinema começou a produzir filmes, fossem eles baseados em fatos reais ou não. “Apocalipse Now”, “Platoon”, “Os Doze Condenados”, e o melhor de todos, “O Resgate do Soldado Ryan”, são alguns exemplos dessa extensa lista.
“Midway” (que aqui no Brasil ganhou o subtítulo “Batalha em Alto-Mar”), narra os eventos do exército estadunidense e japonês, após o massacre em Pearl Harbor até a batalha de Midway, em um tom bastante didático, o que me agradou bastante. É interessante ver as decisões tomadas e as estratégias estabelecidas pelos dois exércitos.
O filme me surpreendeu por não ser um filme estadunidense demais, ao dar a importância devida ao Império Japonês e seu exército. Ao mesmo tempo que vemos as falhas e acertos dos EUA, também conhecemos quais as decisões corretas e erradas do Japão nesse período que o filme detalha. A principal mensagem que “Midway” passa, é que o exército que possui a maior determinação e erra menos, vencerá a guerra. O exército japonês era muito mais preparado belicamente que o do Tio Sam, mas perdeu a batalha de Midway por tomar decisões erradas e de certa forma, querer menos.
As batalhas marítimas do filme são muito boas. O CGI é muito bem utilizado e o espectador quase se sente inserido totalmente nos combates. Esse “quase” deve-se ao fato que se o CGI está impecável, os efeitos sonoros não ajudam a dar a sensação de profundidade, de peso às batalhas. Filmes como “Midway” precisam ter a mesma proporção de excelência de efeitos visuais e sonoros.
Mas se falta peso aos combates de “Midway”, o diretor Roland Emmerich conseguiu trazer a tensão que esse tipo de combate possuía. As cenas em que os aviões torpedeiros dos EUA mergulham a mais de quatro mil pés para destruírem os navios japoneses são sensacionais e carregadas de suspense e aflição. São longos segundos onde essas máquinas voadoras dos EUA estão sendo atacadas por uma intensa artilharia antiaérea e aviões japoneses na retaguarda atirando, para resultar no abate delas ou simplesmente errar os alvos. Eu ficava muito puto quando isso acontecia, chegando a dizer: “Porra, errou de novo?”, depois da segunda ou terceira falha dos estadunidenses em destruir os navios japoneses. Mas depois analisando, vi como o diretor se preocupou em mostrar o quanto devia ser difícil uma batalha desse tipo.
O elenco de “Midway” tem Ed Skrein, Patrick Wilson, Woody Harrelson, Luke Evans, Aaron Eckhart, Mandy Moore e Dennis Quaid, e outros; em atuações competentes, não havendo nenhuma que roube a cena. E achei isso muito bom, pois mesmo tendo atores famosos e premiados, eles são ferramentas para a história a ser contada. Destacaria negativamente Ed Skrein, que interpreta Dick Best, pois achei forçado sua personalidade e sua “extrema” perícia, uma vez que ele é herói da história.
Com tantos filmes de guerra que foram e serão produzidos por Hollywood, “Midway” é mediando, e não deve ser lembrado no futuro pelo espectador quando temos verdadeiras obras-primas para ocupar nossa memória. “Midway” serve como uma porta de entrada, para pessoas que queiram saber mais sobre as batalhas do Pacífico na Segunda Guerra Mundial, pelo seu tom didático.
“Midway: Batalha em Alto-Mar” é nosso destaque de novembro de 2019!
Ficha Técnica:
Título Original: Midway
Título no Brasil: Midway: Batalha em Alto-Mar
Gênero: Ação, Histórico, Guerra
Duração: 139 minutos
Direção: Roland Emmerich
Produção: Roland Emmerich, Harald Kloser
Roteiro: Wes Tooke
Elenco: Ed Skrein, Patrick Wilson, Luke Evans, Aaron Eckhart, Nick Jonas, Mandy Moore, Dennis Quaid, Tadanobu Asano, Woody Harrelson
Companhia(s) produtora(s): Centropolis Entertainment, Starlight Culture, Entertainment Group, Street Entertainment, Shanghai Ruyi Entertainment, Summit Entertainment
Distribuição: Lionsgate
