SINOPSE: Após assassinar o chefe da máfia Santino D’Antonio (Riccardo Scamarcio) no Hotel Continental, John Wick (Keanu Reeves) passa a ser perseguido pelos membros da Alta Cúpula sob a recompensa de U$14 milhões. Agora, ele precisa unir forças com antigos parceiros que o ajudaram no passado enquanto luta por sua sobrevivência.

Quando escolho ir ao cinema, independentemente do gênero do filme (terror, ação, super-heróis, drama, épico etc.), meu principal objetivo é o entretenimento. No dicionário, entretenimento significa qualquer ação, evento ou atividade com o fim de divertir e suscitar o interesse de uma audiência. Todas as produções cinematográficas tem como objetivo, além da geração de lucro, o de entreter sua platéia (apesar de nem todas conseguirem, nem divertir e nem fazer dinheiro). “John Wick 3: Parabellum” consegue não somente entreter seus espectadores, mas  eleva-lo a décima potência.

“John Wick” é uma franquia que começou de forma despretensiosa, e atualmente é uma das mais lucrativas e divertidas do cinema. O primeiro filme do Baba Yaga, custou míseros US$ 20 milhões e arrecadou US$ 88 milhões. Essa bilheteria é impressionante, pois sua história não trazia novidade nenhuma: um ex-assassino, que depois ter seu cachorrinho morto, volta à ativa, matando geral, seja com tiros e bombas, ou espancando os azarados que cruzavam seu caminho até a morte. E apesar de não ser muito bom, o primeiro longa-metragem do que se tornaria a franquia cinematográfica “John Wick”, mostrava uma receita básica dos filmes de ação dos anos 1980, com uma roupagem mais moderna. “John Wick” trazia a diversão para o cinema, no seu modo mais simples.

Com o orçamento de US$ 40 milhões, o segundo filme da franquia manteve a receita de sucesso, mas com um orçamento de US$40 milhões (o dobro em relação ao primeiro “John Wick”), a pancadaria, o tiroteio e as explosões, se tornaram maiores, mais estilosas e melhores. Além disso, o diretor e produtor Chad Stahelski, começou a mostrar mais sobre o submundo que nosso anti-herói teve que retornar. Então, passamos a conhecer mais sobre o Hotel Continental, a Alta Cúpula, o Bowery, e mais. O sucesso do segundo longa-metragem foi imediato, e rendeu US$ 171,5 milhões nas bilheterias.

Sendo um sucesso de crítica, e principalmente de bilheteria, a Lionsgate deu sinal verde para a produção de “John Wick 3: Parabellum”. Então o diretor e produtor Chad Stahelski pegou o tabuleiro armado no filme anterior, e o trabalhou da forma mais explosiva e interessante que sua imaginação permitiu.

Em “John Wick 3: Parabellum”, vamos nos aprofundar mais no submundo dos assassinos, ao vermos um pouco do funcionamento e das regras da Alta Cúpula, representada pela Juíza (Asia Kate Dillon). Ficamos sabendo também sobre a origem das moedas utilizadas nas transações dos integrantes dessa organização. Mas a novidade mais interessante desse terceiro longa-metragem é a figura do Ancião ou “Aquele que está acima da Alta Cúpula” (Saïd Taghmaoui), que é uma alusão direta a Hassan ibn Sabbah, o criador da Ordem dos Assassinos, uma seita fundada no século XI . Ao misturar ficção com elementos históricos, Chad Stahelski torna a mitologia existente na franquia “John Wick” muito mais rica e instigante.

Mas é claro que o elemento principal dessa franquia são suas cenas de ação, e em “John Wick 3: Parabellum”, elas estão maiores e melhores que as apresentadas nas sequências anteriores. A forma de filmar continua excelente com cortes rápidos de cena e boas escolhas dos ângulos. As coregrafias de combate são executadas de forma impecável, seja nas lutas corpo a corpo que misturam os movimentos dos filmes de artes marciais orientais com o estilo sujo das lutas de rua, seja na trocação estilosa de bala. Prepare-se para os vinte minutos mais alucinantes do cinema em 2019, com direito a uma briga de facas insana e a John Wick em um cavalo sendo perseguido por motos. A pancadaria e o tiroteio seguem nesse ritmo durante os 131 minutos de duração do longa-metragem.

O elenco apresenta boas atuações, resultado de um roteiro bem escrito e uma direção segura. É bom rever o ator Mark Dacascos, que interpreta Zero, um ninja assassino com um senso de humor estranho e fã de John Wick. Também veremos Yayan Ruhian e Cecep Arif Rahman, atores marciais indonésios que interpretam”sub-chefes” em uma luta épica com o Baba Yaga.  E temos Hally Berry, interpretando Sofia, uma espécie de “amiga” de Wick, que protagoniza uma das cenas de ação mais legais do filme.

Mas é Keanu Reeves quem merece os aplausos. Sem a ajuda de dublês, todas as sequências de ação são executadas perfeitamente por ele. O ator que já é um praticante de artes marciais, graças ao seu papel em “Matrix”, treina extensivamente para dar a maior veracidade possível às cenas de combate. A franquia “John Wick” não seria este sucesso todo, se não fosse esse comprometimento do nosso eterno “Neo”, em dar vida a “John Wick”, da forma mais real possível.

Abaixo você pode ver um vídeo mostrando Keanu Reeves treinando tiro e o manuseio de armas para o filme.

https://www.youtube.com/watch?v=KVjEF3YwNpg

Com uma bilheteria de US$327 milhões, “John Wick 3: Parabellum” abriu caminho para um quarto filme, com estreia em 21/05/2021 (mesmo dia De “Matrix 4”!). Mas além dessa nova sequência, Chad Stahelski e a Lionsgate devem ampliar a franquia, com um longa-metragem protagonizado por uma mulher, e o canal Starz está produzindo “The Continental”, que tinha filmagens programadas para começar ainda em 2019. “John Wick” ainda está longe do seu ponto de saturação, com muita história para ser contada, muito tiroteio e muita pancadaria.  Como sempre falo: Longa vida a John Wick!

“John Wick 3: Parabellum” é o  nosso destaque de maio de 2019!

 

Ficha Técnica:

Título Original: John Wick: Chapter 3 – Parabellum

Título no Brasil: John Wick 3: Parabellum

Gênero: Ação

Duração: 131 minutos

Direção: Chad Stahelski

Produção: Basil Iwanyk, Erica Lee, Joby Harold, David Leitch, Chad Stahelski, Jeff G. Waxman

Roteiro: Derek Kolstad, Shay Hatten, Chris Collins, Marc Abrams

Elenco: Keanu Reeves, Ian McShane, Mark Dacascos, Laurence Fishburne, Asia Kate Dillon, Halle Berry, Lance ReddicK, Anjelica Huston, Saïd Taghmaoui, Jerome Flynn, Randall Duk Kim, Jason Mantzoukas, Robin Lord Taylor

Companhia(s) produtora(s): Summit Entertainment, Thunder Road Pictures, 87Eleven Productions

Distribuição: Lionsgate

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Publicado por Marcelo Santos

Quase biólogo, formado em Administração. Maníaco desde criança por filmes e séries. Leitor assíduo de obras de ficção, terror, fantasia e policial.

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