SINOPSE: Após a morte de seu pai, Henrique V (Timothée Chalamet) é coroado rei, obrigado a comandar a Inglaterra. O governante precisa amadurecer rapidamente para manter o país consideravelmente seguro durante a Guerra dos 100 Anos, contra a França.

 Um dos períodos mais turbulentos e interessantes da História, com certeza é Guerra dos 100 Anos, e que já inspirou vários filmes, séries e livros. George R. R. Martin já declarou que “As Crônicas do Gelo e Fogo” é fortemente influenciada por esse evento histórico.

“O Rei”, filme original da Netflix, se baseia na história de uma das mais importantes figuras históricas da Inglaterra: Henrique V. Sua importância foi tão grande, que William Shakespeare escreveu uma peça de teatro baseada nesse rei inglês.

O filme começa mostrando um jovem Henrique de Monmouth (Timothée Chalamet), Duque da Cornualha e Príncipe de Gales, vivendo longe da côrte, na mais pura esbórnia. Ao lado dele temos se fiel amigo e veterano de guerra Falstaff (Joel Edgerton). Após a morte de seu pai, Henrique IV (Ben Mendelsohn), o jovem se torna Henrique V e precisa unir a Inglaterra que está dividida e em meio a uma guerra civil entre as Casas.

O filme ignora ou altera alguns acontecimentos importantes da vida de Henrique V, como a flechada que ele tomou no rosto. Na batalha contra Henry Percy, Henrique é alvejado na face e que quase o mata, e no filme esse fato não é mostrado, além de parecer que a batalha contra esse insurgente à Coroa, acontece quase que próximo a morte de Henrique IV, mas foi em 1408 (o pai de Henrique V morreu em 1413). Além disso “O Rei” mostra um jovem inexperiente nos assuntos da corte e da realeza, o que não é bem verdade, já que ele administrava Gales (ou seja, seu título de Príncipe de Gales não era somente figurativo).

Mas deixando de lado algumas inconsistências históricas, “O Rei” é conduzido de forma competente. O filme possui um roteiro bem escrito e a história flui muito bem. O mesmo pode ser dito da fotografia, que consegue captar bem os cenários e a ambientação da Inglaterra e da França do século XV.

As atuações são burocráticas e servem à história do filme. Não há grandes destaques, com exceção de Robert Pattinson que interpreta Luís, Duque de Guyenne e filho do rei da França. O ator aparece pouco, mas sua interpretação se destaca muito dos demais atores, dando vida à um Duque Luís afetado e perigoso. Se você tem dúvidas do talento de Robert Pattinson, talvez seja hora de rever seus conceitos.

Henrique V é figura importante em uma das batalhas mais importantes da Guerra dos 100 Anos: Azincourt. Esse confronto juntamente com Crécy, são exemplos bem-sucedidos de estratégia militar por parte do ingleses, e fracasso e humilhação para os franceses. Acredito que “O Rei” não tenha tido um orçamento médio (entre US$60 a US$120 milhões), mas mesmo assim o filme captou bem o caos que a batalha de Azincourt gerou para os dois lados, e na medida do possível sua grandeza.

Senti falta de uma importância maior dos arqueiros ingleses, que eram a verdadeira força das tropas inglesas na Guerra dos 100 Anos. Tanto Crécy como Azincourt são analisadas até hoje por estudiosos da guerra, historiadores e escritores, entre eles o fenomenal Bernard Cornwell. A trilogia “A Busca do Graal” e “Azincourt”, obras escritas pelo autor inglês, consegue traduzir de forma visceral e fluida essas duas batalhas, bem como a  importância do arqueiro inglês.

Não vou mentir que esperava mais de “O Rei”, mas a sensação ao terminar de vê-lo é a de dever cumprido. O filme é competente. alepm de uma boa porta de entrada para quem quer saber mais sobre esse período tão conturbado e interessante da História.

Vale a pena assistir “O Rei”.

Ficha Técnica:

Título Original: The King

Título no Brasil: O Rei

Gênero: Ficção Histórica

Duração: 140 minutos

Direção: David Michôd

Produção: Joel Edgerton, Dede Gardner, Jeremy Kleiner, David Michôd, Liz Watts, Brad Pitt

Roteiro: Joel Edgerton, David Michôd

Elenco: Timothée Chalamet, Robert Pattinson, Joel Edgerton, Ben Mendelsohn, Lily-Rose Deep, Dean-Charles Chapman, Sean Harris, Thomasin McKenzie

Companhia(s) produtora(s): Plan B, Netflix

Distribuição: Netflix

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Publicado por Marcelo Santos

Quase biólogo, formado em Administração. Maníaco desde criança por filmes e séries. Leitor assíduo de obras de ficção, terror, fantasia e policial.

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