SINOPSE: Mais de duas décadas após os acontecimentos de “O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final”, um novo e um modificado exterminador (Gabriel Luna) é enviado do futuro para matar Dani Ramos (Natalia Reyes). Grace (Mackenzie Davis), uma humana aperfeiçoada, Sarah Connor (Linda Hamilton) e Carl (Arnold Schwarzenegger), vão tentar proteger Dani, que é a chave para a sobrevivência da humanidade.
Na década de 1980, víamos o início de uma escalada vertiginosa da informática e robótica ao redor do mundo, nos mais variados setores. O medo das pessoas nessa época eram se tornarem obsoletos. Nos anos 1950 e 1960, a fobia era a respeito da bomba atômica. Nessas duas épocas, o cinema traduziu esse temor em filmes que marcaram nossa história.
James Cameron, nos anos 1980, já era um antenado nas inovações tecnológicas, e leu muito sobre uma tal de “IA”. Então teve uma ideia para um filme, onde as máquinas se tornariam sencientes e que os humanos precisavam ser exterminados. Apesar de ser mais uma história onde a cria supera o criador, James Cameron deu vida a uma franquia cinematográfica de teor distópico e apocalíptico, que se tornaria referência mundo afora.
James Cameron possui uma genialidade capaz de criar histórias avassaladoras e torná-las reais nas telonas, mas também de destruí-las. Algumas de suas produções são tão grandiosas, que inviabilizaram franquias inteiras. “Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final” é tão absurdamente sensacional, que todo longa-metragem dentro desse universo que veio depois dele, é invariavelmente taxado de ruim ou mediano (situação exatamente igual com “Aliens: O Resgate”, pois depois que Cameron o dirigiu e o produziu, nenhum outro filme da franquia foi bem avaliado).
Quando analiso os demais filmes lançados logo na sequência de “Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final”, vejo uma injustiça, pois a comparação com essa obra-prima é desleal. “O Exterminador do Futuro 3 – A Rebelião das Máquinas” narra a história do despertar da Skynet, mas por ser um filme mais contido, não foi sucesso. “O Exterminador do Futuro: A Salvação” abriria a franquia para um novo rumo: contar essa história logo após o Armagedon Nuclear imposto pelas máquinas, mas a história é um pouco confusa e temos que engolir Sam Worthington, que na época era uma estrela em ascensão em Hollywood. E “O Exterminador do Futuro: Gênesis”, foi mais uma tentativa frustrada de reiniciar toda a franquia, mas porque antes do filme estrear, já sabíamos TUDO o que aconteceria (algo semelhante acontece com “Batman vs. Superman: A Origem da Justiça“).
Todos as três produções cinematográficas citadas acima padeceram por serem comparadas com o vanguardista primeiro longa-metragem, e principalmente com “Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final”. Afinal, ficou em nossa cabeça, o sentimento que a franquia podia muito mais.
“O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio” já começa com combate entre REV-9 e Grace. Esse novo filme da franquia vai seguir esse tom até o final, com ótimas cenas de ação. Meu confronto preferido é o embate final entre Grace, Sarah e Carl contra REV-9. Divertida e cheia de adrenalina, foi como ver uma gameplay do chefão final contra uma equipe de gamers. Posso dizer que todas as cenas de ação são ótimas, com exceção da parte do avião, que achei desnecessária.
Os personagens, são extremamente genéricos. Sarah Connor e Carl são meros fan services, Dani Ramos é a salvadora mais sem-sal de toda a franquia, e apesar do esforço de Gabriel Luna, seu REV-9 é uma mistura de T-1000 e Venom. O único destaque é Grace , vivida por Mackenzie Davis, que realmente é interessante e empolga o espectador.
Esse novo filme da franquia tem um objetivo bem claro: ele é mais que uma continuação, mas um reboot da história. A começar pela nova ameaça, que aqui é representada pelo REV-9. O personagem vivido por Gabriel Luna, é um exterminador enviado por uma nova Inteligência Artificial. O próprio destino de Carl, vivido Arnold Schwarzenegger, mostra que o ciclo que começou com “O Exterminador do Futuro” de 1984, se encerra em “O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio”.
Em entrevistas, James Cameron e o diretor Tim Miller disseram que os filmes após “Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final”, seriam desconsiderados. Se formos analisar pela narrativa da história, podemos concordar, mas algumas coisas dos longas-metragens menos badalados foram utilizados. O maior exemplo é a personagem Grace, que sendo uma humana aprimorada, me lembrou bastante o personagem de Sam Worthington em “O Exterminador do Futuro: A Salvação”. Ambos têm semelhanças muito grandes apesar das origens narrativas diferentes.
“O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio” é tão genérico quanto os demais filmes que vieram depois de “Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final”. Se a bilheteria ajudar, deveremos ter sequências, que já foram planejadas por James Cameron. Mas acho que essas novas produções cinematográficas só vão dar certo se a narrativa seguir um novo caminho.
Vale a pena assistir “O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio”? Se você está esperando um filme que honre o que foi feito nos dois primeiros longas-metragens, a resposta é não. Agora, se você for ao cinema com o único objetivo de se divertir, então vale a pena assistir “O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio”.
Ficha Técnica:
Título Original: Terminator: Dark Fate
Título no Brasil: O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio
Gênero: Ação / Ficção Científica
Duração: 128 minutos
Direção: Tim Miller
Produção: James Cameron, David Ellison
Roteiro: David S. Goyer, Justin Rhodes, Billy Ray
Elenco: Linda Hamilton, Arnold Schwarzenegger, Mackenzie Davis, Gabriel Luna, Natalia Reyes
Companhia(s) produtora(s): 20th Century Fox, Skydance Media, Lightstorm Entertainment, Tencent Pictures
Distribuição: Paramount Pictures