“Livros São Um Mundo Com Mundos Dentro”
SINOPSE: No meio da noite, em uma casa no subúrbio de Minneapolis, um grupo de invasores assassina os pais de Luke e sequestra silenciosamente o menino de doze anos. Quando acorda, ele está no Instituto, em um quarto que parece muito o dele, exceto pelo fato de que não tem janela. E do lado de fora tem outras portas, e atrás delas, outras crianças com talentos especiais, que chegaram àquele lugar do mesmo jeito que Luke. O grupo formado por ele, Kalisha, Nick, George, Iris e o caçula, Avery Dixon, de apenas dez anos, está na Parte da Frente. Outros jovens, Luke descobre, foram levados para a Parte de Trás e nunca mais vistos. Nessa instituição sinistra, a equipe se dedica impiedosamente a extrair dessas crianças toda a força de seus poderes paranormais. Não existem escrúpulos. Conforme cada nova vítima vai desaparecendo para a Parte de Trás, Luke fica mais e mais desesperado para escapar e procurar ajuda. Mas até hoje ninguém nunca conseguiu fugir do Instituto.
Stephen King (que gosto de chamar de “Mestre”) é uma verdadeira máquina de escrever. São mais de 50 romances e centenas de contos ao longo de seus 72 anos de vida. Somente em 2019, serão três livros novos. “O Instituto” é o segundo lançamento do ano, e nessa obra, o “Mestre”, mistura várias histórias já escritas por ele. Nesse novo livro vemos com muita clareza, influências de duas outras obras escritas pelo Mestre King: “A Incendiária” (não lido ainda) e “It: A Coisa”.
O grupo de crianças formado por Luke, Kalisha, Nick, George, Iris e Avery e relação de amizade que se constrói entre eles, lembra muito o Clube dos Otários de “It: A Coisa”, com um algo a mais. E se tem algo que o autor consegue, é criar personagens infantis e adolescentes muito carismáticos, sendo impossível não sentir as mesmas emoções que os jovens protagonistas de “O Instituto”. O “algo a mais” que acabei de comentar é que faz lembrar bastante o livro “A Incendiária”. As crianças e adolescentes sequestrados possuem TP ou TC, habilidades paranormais que o Instituto utiliza para salvar o mundo.
Aliás, minha opinião é que “O Instituto” e “A Incendiária” podem existir na mesma realidade. A sinopse de “A Incendiária” diz que os poderes dados aos pais da protagonista, vieram de experimentos realizados por uma organização chamada a “Oficina”. Em “O Instituto”, a organização que dá nome ao livro, descobrimos que ela existe desde o final da Segunda Guerra Mundial. Ou seja, organizações secretas que fazem experiências similares. Será que podemos ver um crossover em breve, como o que aconteceu com a trilogia “Mr. Mercedes” e “Outsider”?
É impossível fazer qualquer resenha de uma obra do Mestre King e não elogiar sua escrita. A sua capacidade em descrever situações cotidianas dos personagens e aos poucos inserir elementos fantásticos, é uma habilidade única do autor. Mesmo a rotina atípica do Instituto e de seus residentes é mostrada de forma a parecer algo comum, e assim nos inserir na história de forma orgânica. Um dos alicerces de um livro de sucesso, é a capacidade dos escritores em nos conectar com os personagens. E isso, Stephen King faz de forma ímpar e incomparável.
O próprio autor já disse que ele é verborrágico, e com isso muitos de seus livros possuem as famosas “barrigas”, que são trechos na história que não haveria necessidade de serem tão extensas. “O Instituto” é um livro enxuto, quando comparado com outras obras do “Mestre”, mas na parte que relata a fuga de Luke, achei desnecessariamente longa demais. Toda a situação poderia ter sido passada ao leitor em uma quantidade menor de páginas.
Sou um fã assumido pelas obras de Stephen King, mas não deixo de criticá-lo quando algo em suas obras me desagradam. Afinal, esse é o trabalho do fã. Os últimos livros do “Mestre” achei medianos para bons, e como exemplo cito “Outsider”. Mas “O Instituto” é muito redondo, e não é sem motivos que a crítica especializada e os leitores fiéis estão dizendo que esse livro relembra bastante a melhor fase do autor.
Stephen King ganhou no meio literário de o título de “Mestre do Horror”. E esse título é merecido, pois não conheço nenhum outro autor que consegue fazer o que ele faz. Gosto de dizer que o “Mestre”, é um contador de histórias cotidianas onde o mal e o sobrenatural estão presentes, e que de vez em quando, cruzam nossos caminhos. “O Instituto” prova que Stephen King consegue escrever histórias de horror sem criaturas sobrenaturais e maus ancestrais.
Vale MUITO A PENA ler “O Instituto”!
![]() | Ficha Técnica: Título Original: The Institute: A Novel Título no Brasil: O Instituto Autor: Stephen King Tradutora: Regiane Winarski Capa: Comum Número de páginas: 544 Editora: Suma Idioma: Português |
---|