SINOPSE: Emily (Alexis Bledel) consegue fugir para o Canadá com o bebê de June (Elisabeth Moss), e tenta reconstruir sua vida como refugiada com o apoio de Moira (Samira Wiley) e Luke (O. T. Fagbenle). O casamento dos Waterford se torna conturbado e Serena (Yvonne Strahovski) começa a questionar a si mesma se o modo de vida em Gilead realmente vale a pena. June é realocada para servir ao Comandante Lawrence (Bradley Whitford), a mente por trás das ideias de Gilead. June, que passa a se chamar Ofjoseph, tem a oportunidade de fazer com que seu novo comandante se torne seu aliado para poder criar um plano de fuga infalível.

 A série “The Handmaid’s Tale” possui um tom diferente do livro. O livro “O Conto da Aia” possui uma narrativa lenta, mostrando uma Offred resignada com a situação opressiva em que vive. Na série, nossa heroína é muito mais ativa e rebelde em relação ao regime de Gilead. Para fins de ritmo narrativo, a mudança é importante, pois essa agilidade dá uma dinâmica mais condizente para produções televisivas.

Para passar a sensação de opressão presente no livro, a série recorre a cenas fortes e desconfortáveis. Nessa terceira temporada, somos apresentados às Aneladas, aias que perderam totalmente o direito de falar, sendo somente receptáculos de procriação.

A terceira temporada da série mostra um pouco do funcionamento da capital do país estadunidense e as relações de poder existentes, e descobrimos também que as relações do Tio Sam com a comunidade internacional estão deterioradas. Essa exploração da questão política, tanto interna, quanto externa dos Estados Unidos, é algo que vai além do livro, e que me agrada bastante.

A trilha sonora de “The Handmaid’s Tale” é um dos pontos altos. A escolha das músicas casam perfeitamente às situações presentes na tela, principalmente nos momentos de maior emoção. A imersão nessas ocasiões é total.

Mas a terceira temporada de “The Handmaid’s Tale” apresenta algumas incoerências que me incomodaram bastante. A principal delas, é o fato de June ter uma liberdade de expressão e ação não condizente à uma sociedade onde as mulheres são controladas de forma ostensiva. Nossa heroína subversiva, mais que qualquer outra pessoa de Gilead, não deveria ter essa liberdade toda. Todos sabem que ela está tramando algo, do ambicioso Comandante Walterford (Joseph Fiennes) à desconfiada Tia Lydia (Ann Dowd), mas nada é feito. Essa situação me pareceu totalmente deslocada na narrativa apresentada até agora pela série.

A questão da rebelião, tão alardeada nos trailers e pôsteres liberados, não acontecem realmente na terceira temporada de “The Handmaid’s Tale”. Vemos o início dela ao longo dos treze episódios desse ano. E essa pequena enganação, incomodou também.

Mas a terceira temporada apresentou uma ótima surpresa. Finalmente conhecemos a história de “antes de Gilead” de Tia Lydia, algo que esperei desde o 1º ano da série. A sua origem explica esse “amor” pelo status atual da sociedade estadunidense. A personagem continua sendo a melhor de “The Handmaid’s Tale”.

“The Handmaid’s Tale” conseguiu juntamente com “The Man in the High Castle”, ir além dos livros que inspiraram suas produções, o que é muito bom, pois podemos conhecer melhor personagens e situações que estão presentes nas obras literárias, mas não são explorados melhor por decisões autorais ou editoriais.

Renovada para um quarto ano, essa temporada de “The Handmaid’s Tale” mostrou que os EUA distópico criado pela autora Margaret Atwood, ainda pode reservar boas surpresas para nos manter entretido.

Vale a pena assistir “The Handmaid’s Tale”!

Ficha Técnica:

Título Original: The Handmaid’s Tale

Título no Brasil: The Handmaid’s Tale

Gênero: Drama / Distopia

Número de temporadas: 3

Número de episódios: 36

Produção: Margaret Atwood, Elisabeth Moss, Bruce Miller, Warren Littlefield, Reed Morano, Daniel Wilson, Fran Sears, Ilene Chaiken

Elenco: Elisabeth Moss, Joseph Fiennes, Yvonne Strahovski, Alexis Bledel, Madeline Brewer, Ann Dowd, O. T. Fagbenle, Max Minghella, Samira Wiley, Amanda Brugel, Bradley Whitford

Companhia(s) produtora(s): Daniel Wilson Productions, Inc., The Littlefield Company, White Oak Pictures, MGM Television, Hulu Originals

Transmissão: Hulu (EUA), Paramount Channel (Brasil)

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Publicado por Marcelo Santos

Quase biólogo, formado em Administração. Maníaco desde criança por filmes e séries. Leitor assíduo de obras de ficção, terror, fantasia e policial.

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