SINOPSE: Após vivenciar uma tragédia pessoal, Dani (Florence Pugh) vai com o namorado Christian (Jack Reynor) e um grupo de amigos até a Suécia para participar de um festival local de verão. Mas, ao invés das férias tranquilas com a qual todos sonhavam, o grupo vai se deparar com rituais bizarros de uma adoração pagã.

O estúdio norte-americano A24 parece ter uma característica em suas produções cinematográficas: o de fazer filmes fora da caixa, trazer histórias inovadoras. como exemplo dessa característica temos “A Bruxa” (que considerei o melhor filme de terror de 2016), “Moonlight” (ganhador do Oscar de Melhor Filme em 2017), “The Lighthouse” (com previsão de estreia esse ano), e “Hereditário” de Ari Aster, considerado por muitos, o melhor filme de terror de 2018.

“Hereditário” veio com uma proposta onde o suspense e a tensão eram os fatores principais. Aliado a esses fatores, temos as atuações espetaculares de Milly Shapiro, totalmente irreconhecível no papel da pequena Matilda Wormwood (como esquecer daquele barulho que ela faz com a boca), e Toni Colette, o filme simplesmente te prende na cadeira, e te deixa em um estado constante de apreensão. E seria minha escolha para melhor filme de terror de 2018, se não fosse aqueles 15 minutos finais.

Esse ano estreou o novo filme do diretor Ari Aster: “Midsommar” (me recuso a escrever essa porcaria de subtítulo que o Brasil deu). E claro, pelo trailer e por ter visto “Hereditário”, já esperava muita tensão e suspense, mas fiquei apreensivo com o que o diretor iria apresentar no final desta sua nova empreitada cinematográfica. Mas vamos falar desse assunto depois.

Ao terminar de assistir “Midsommar”, fiquei confuso em classificá-lo como um filme de terror. Existem algumas cenas bem fortes, típicas de filme “gore”, como o salto de duas pessoas de um penhasco e uma “águia sangrenta” (quem assiste “Vikings”, sabe do que estou falando). Mas fora cenas como essas que mencionei, o filme poderia muito mais estar no gênero suspense, apesar que essa classificação também não seria correta.

Essa indefinição em classificar “Midsommar” é na minha opinião, a principal característica do filme. Eu definiria esse filme de “estranho”, e essa estranheza é algo bom.

Se você assistiu “Hereditário” e o achou tenso, prepare-se, pois em “Midsommar” o diretor Ari Aster sobe o nível de tensão. A trilha sonora e a narrativa, são alguns dos elementos trabalhados para que você fique em um verdadeiro estado de angústia à medida que a história vai se desenrolando. A própria duração do filme, que penso ter sido algo premeditado, é um fator que lhe coloca nessa situação.

Ao final do filme você sai aliviado, por ter saído dessa tortura, e ao mesmo satisfeito, pois pouquíssimos filmes de terror trabalham tão bem a tensão e angústia nos espectadores, que é primordial para o subgênero de terror psicológico.

O filme brinca muito com sua percepção de realidade, seja pelas situações dúbias que nossos protagonistas estão inseridos, seja pelos efeitos especiais. Com exemplo, em um determinado momento do filme, nossa protagonista está usando uma coroa de flores, onde uma rosa parece ter um buraco no meio, abrindo e fechando, e depois temos duas flores fazendo a mesma coisa, que me fez pensar: “Mas que porra é essa?”.

E então chegamos ao final do filme, e as minhas preocupações dispararam. E apesar do clímax de “Midsommar” parecer muito com o de “O Sacrifício” com Nicolas Cage, é o desfecho certo para a história. Não há surpresas sobrenaturais, e sim o encerramento de 10 dias de um culto pagão enraizado na cultura sueca antiga, onde nossos protagonistas são vítimas de algo que já vem acontecendo há bastante tempo.

“Midsommar” confirma o talento do diretor Ari Aster em trazer histórias tensas como poucos. É um filme estranho? Sim, e que provavelmente não deve agradar a todos que gostam de terror, por ser uma obra muito diferente do que estamos acostumados a ver.

“Midsommar” é estranho, mas é MUITO BOM!

 

Ficha Técnica:

Título Original: Midsommar

Título no Brasil: Midsommar – O Mal Não Espera a Noite

Gênero: Terror

Duração: 147 minutos

Direção: Ari Aster

Produção: Lars Knudsen

Roteiro: Ari Aster

Elenco: Florence Pugh, Jack Reynor, William Jackson Harper, Will Poulter

Companhia(s) produtora(s): A24, Parts & Labor, B-Reel Films

Distribuição: A24

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Publicado por Marcelo Santos

Quase biólogo, formado em Administração. Maníaco desde criança por filmes e séries. Leitor assíduo de obras de ficção, terror, fantasia e policial.

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