SINOPSE: Indiana Jones (Harrisson Ford), famoso arqueólogo, professor e aventureiro, encontra-se em uma nova era, aproximando-se da aposentadoria. Ele luta para se encaixar em um mundo que parece tê-lo superado. Mas quando as garras de um mal muito familiar retornam na forma de um antigo rival, Indiana Jones deve colocar seu chapéu e pegar seu chicote mais uma vez para garantir que um antigo e poderoso artefato não caia nas mãos erradas. Mas, desta vez, ele tem o sangue de uma nova geração para o ajudar nas suas descobertas e na sua luta contra o vilão Jürgen Voller (Mads Mikkelsen). Acompanhado de sua afilhada, Helena Shaw (Phoebe Waller-Bridge), o arqueólogo corre contra o tempo para recuperar o item que pode mudar o curso da história.
Criado por George Lucas e Steven Spielberg, Indiana Jones estreou em 1981, em “Indiana Jones e Os Caçadores da Arca Perdida”.
O seu visual (os inseparáveis chapéu e chicote) e a trilha sonora são ícones do cinema mundial. Desde sua estreia, o personagem se tornou um dos mais famosos da indústria cinematográfica, considerado pelo American Film Institute, como o segundo maior herói de filme de todos os tempos.
A saga de Indiana Jones foi contada ao longo de quatro filmes, e quarenta e dois anos depois de sua estreia, chegou a hora da despedida do herói com “Indiana Jones e a Relíquia do Destino”.
“Indiana Jones e a Relíquia do Destino” começa na época da Segunda Guerra Mundial com nosso arqueólogo aventureiro tentando recuperar um artefato das mãos dos nazistas. O objeto é nada mais nada menos que a Lança do Destino. Mas depois de algumas reviravoltas, Indiana Jones e seu amigo, Basil Shaw (Toby Jones), se deparam com a Anticítera, um mecanismo criado por Arquimedes, que além de prever com exatidão surpreendente posições astronômicas e eclipses, pode localizar fendas temporais.
Quando a Lança do Destino foi mostrada, achei que a aventura final de Indiana Jones seria para buscar o terceiro artefato cristão mais conhecido. Na minha opinião, seria perfeito, já que nosso arqueólogo já encontrou a Arca da Aliança e o Santo Graal. Além disso, dos filmes da franquia, os que mostraram objetos sagrados do Cristianismo, foram os mais interessantes.
Falando ainda do início de “Indiana Jones e a Relíquia do Destino”, vemos o incrível trabalho do CGI em rejusvenecer Harrisson Ford. A técnica conhecida como maquiagem digital, que vimos em filmes como “O Irlandês”, aqui teve um salto de qualidade técnica gigantesco, e recria o ator como nas aventuras iniciais de Indiana Jones. O processo para rejuvenescer Harrisson Ford levou três anos de desenvolvimento e envolveu mais de cem profissionais da área de efeitos especiais.
Gostei de ver um Dr. Jones perto da aposentadoria. Aqui, vi uma brincadeira muito legal por parte dos responsáveis pelo longa-metragem, já que nos primeiros filmes, suas aulas eram lotadas de alunos e principalmente alunas apaixonadas, e sempre muito solicitado por todos. Nesse quinto filme, vemos Indiana Jones lecionando para uma sala com poucos alunos e sem a tietagem, tanto durante quanto após suas aulas. Sua despedida é melancólica e clichê: os demais professores comemorando com um bolo e entregando uma lembrancinha.
Com um Indiana Jones sendo retratado com a mesma idade de Harrisson Ford (81 anos), o diretor James Mangold teve o cuidado em apresentar as cenas de ação do arqueólogo condizentes com a condição física de uma pessoa octagenária. Então, tirando a sequência inicial, onde vemos um Indiana Jones, quarenta anos mais jovem, não temos nosso herói saltando e aprontando de forma serelepe como nos filmes anteriores.
Adaptar as sequências de ação para a idade retratada do personagem é coerente, mas senti falta daquela adrenalina que as cenas dos filmes iniciais passavam. O que quero dizer, é que “Indiana Jones e a Relíquia do Destino” não transmite tão bem aquela sensação de aventura que me acostumei a ver quando assistia a um longa-metragem de Indiana Jones.
Essa sensação mais morna de aventura se estende na busca de um dos pedaços da Anticítera. Indiana Jones também entra em tumbas e cavernas, mas não senti novamente a ansiedade e adrenalina em encontrar outros artefatos como a Arca da Aliança ou o Santo Graal.
Mas se falta esse sentimento de aventura e adrenalina, o filme trabalha muito bem a situação em que se encontra Indiana Jones: perdido e buscando uma razão para a sua vida. Esses sentimentos se dão tanto por razões profissionais quanto pessoais: seu filho (interpretado por Shia LaBeouf em “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal”) morreu na guerra. Essa perda faz com que Indiana Jones se separe de Marion (Karen Allen).
Nesse ponto, é preciso reconhecer o talento de James Mangold trabalhar esse tipo de história, pois como em “Logan”, sentimos o peso do luto que Indiana Jones carrega. E essa camada emocional que o herói apresenta nesse filme, o humaniza.
Posso até estar falando besteira agora, mas “Indiana Jones e a Relíquia do Destino” é filme mais Indiana Jones da franquia.
Falo isso, porque tudo nesse longa-metragem está genérico: o vilão, a companheira, a busca pela relíquia, servindo apenas para desenvolver a última aventura final do arqueólogo.
E por falar em genérico, o elenco contratado possui atuações bem apagadas e medianas. Mesmo Mads Mikkelsen, faz o vilão convencional, que existe somente para movimentar a trama. Phoebe Waller-Bridge que é um nome que tem chamado atenção desde “Fleabag”, não convence como a parceira de aventura de Indiana Jones. Ao término do filme, ouvi algumas pessoas dizendo que o chapéu e o chicote seriam dela em futuros filmes da franquia. Eu digo que como Shia LaBeouf, a atriz não tem e menor chance de assumir o legado de Indiana Jones.
E aqui fica minha opinião: “Indiana Jones e a Relíquia do Destino” é despedida de Harrisson Ford do papel de Indiana Jones. E como o arqueólogo e o ator se confundem, muito se fala que o personagem será aposentado. Mas, nas devidas proporções, a franquia é valiosa e lucrativa. Logo, acredito que Hollywood deva colocar Indiana Jones na geladeira por um tempo, e em algum momento realizar um reboot.
Dito isso, será necessário um ator carismático e que consiga aguentar o peso do personagem. E se a “aposentadoria” de Indiana Jones não for muito longa, Chris Pratt é o cara para assumir o chapéu e o chicote.
O quinto e último filme de Harrisson Ford como Indiana Jones não chega perto do auge da franquia, mas é uma despedida digna e emocionante de um dos personagens que marcaram minha infância.
Dito tudo isso, só posso dizer que vale a pena assistir “Indiana Jones e a Relíquia do Destino”. E termino essa resenha
Ficha Técnica:
Título Original: Indiana Jones and the Dial of Destiny
Título no Brasil: Indiana Jones e a Relíquia do Destino
Gênero: Ação
Duração: 154 minutos
Diretor: James Mangold
Produção: Kathleen Kennedy, Frank Marshall, Simon Emanuel
Roteiro: Jez Butterworth, John-Henry Butterworth, David Koepp, James Mangold
Elenco: Harrison Ford, Phoebe Waller-Bridge, Mads Mikkelsen, Thomas Kretschmann, Boyd Holbrook, Toby Jones, Shaunette Renée Wilson, Antonio Banderas, John Rhys-Davies, Ethann Isidore, Karen Allen, Olivier Richters, Mark Killeen, Nasser Memarzia, Martin McDougall, Alaa Safi as Aziz Rahim
Companhias Produtoras: Walt Disney Pictures, Lucasfilm Ltd.
Distribuição: Walt Disney Studios