SINOPSE: O ano é 1994. Presos na Terra desde a década anterior, os Autobots, liderados por Optimus Prime (Peter Cullen), buscam uma forma de retornar ao seu planeta natal, Cybertron. É quando Elena (Dominique Fishback), a estagiária de um museu, ativa sem querer uma chave de transdobra, que pode levar os Transformers de volta para casa. Mas a ativação desse instrumento também chamou a atenção de Scourge (Peter Dinklage) e dos Terrorcons, que querem libertar seu mestre, Unicron (Colman Domingo), um ser gigantesco que devora mundos. Agora, o líder Transformer precisa se unir à Optimus Primal (Ron Perlman), o líder dos Maximals, e aos humanos Noah (Anthony Ramos) e Elena e impedir que Unicron devore a Terra.
Em 1984, a Hasbro lançava uma linha de brinquedos que consistia em robôs que se transformavam em veículos, armas e outros objetos. Chamados de Autobots e Decepticons, nascia nesse momento, os Transformers.
A popularidade e o sucesso foram instantâneos e logo a Hasbro expandiu os Transformers para os quadrinhos (em parceria com a Marvel) e desenho animado. Então, em 2007, a Hasbro em parceria com a Paramount, lançava seu primeiro filme live-action dos Transformers. Dirigido por Michael Bay, o resultado foi um sucesso (US$ 710 milhões em bilheteria para um orçamento de US$ 150 milhões).
Mas após uma ótima primeira trilogia cinematográfica, as coisas começaram a desandar, com filmes com linhas narrativas e sequências de ação cada vez mais confusas. E após “Transformers: O Último Cavaleiro”, que teve a pior recepção e o menor retorno financeiro, a Hasbro decidiu pelo reboot da série cinematográfica.
Então, em 2018, chegava aos cinemas “Bumblebee”, trazendo uma história mais simples e visuais mais limpos e próximos do que os Transformers tinham na década de 1980. Apesar do retorno financeiro modesto, a Hasbro e a Paramount gostaram da recepção do público.
Esse ano chegou às telonas “Transformers: O Despertar das Feras”, segundo filme dessa nova linha temporal cinematográfica e com uma narrativa bem simples: os Autobots estão presos na Terra e buscam uma forma de voltar a Cybertron. Quando descobrem uma chave de transdobra espacial, eles precisam decidir em retornar ao lar ou defender nosso planeta de uma das maiores ameaças do Universo.
Gostei bastante dessa simplificação narrativa, pois quando comparo esse filme com “Transformers: O Último Cavaleiro”, chego a conclusão de que “menos é mais”.
Aqui deixo uma ressalva: gosto demais da primeira trilogia de filmes de Michael Bay, inclusive “Transformers: A Vingança dos Derrotados” (que recria a morte de Optimus “Fodão” Prime, mostrada no filme animado de 1986). Minha opinião é que Hollywood viu o retorno financeiro e deu carta branca ao diretor e sem um “freio”, Michael Bay quis colocar tudo que vinha em sua cabeça.
Essa simplificação em “Transformers: O Despertar das Feras” se estende também ao visual dos robôs. Apesar de alguns designs apresentados por Michael Bay serem muito mais legais, gostei muito de ver os Autobots como os vi na minha infância, tanto no desenho animado como nos quadrinhos da década de 1980. Mesmos os Maximals, que são mais avançados que o grupo liderado por Optimus “Fodão” Prime, possuem um design sofisticado, mas clean.
Outra coisa que gostei foram as transformações, que ficaram mais fáceis de acompanhar. Michael Bay em entrevista disse que a transmutação dos Transformers era muito simples e que precisavam de mais detalhes. Porém, são tantos detalhes, que muita coisa que o diretor queria mostrar, se perde em poucos segundos de exibição.
A participação humana em “Transformers: O Despertar das Feras” tem sua importância sem ofuscar os grandes astros do filme, em comparação aos longa-metragens de Michael Bay Cavaleiro”, em que atores e atrizes tinham um espaço grande e desnecessário na tela.
Voltando um pouco à trama de “Transformers: O Despertar das Feras”, preciso dizer que apesar de simples, apresenta um argumento interessante. Nesse filmes vemos um Optimus “Fodão” Prime descrente em relação à raça humana, muito pelo que aconteceu em “Bumblebee”, com o exército estadunidense caçando os robôs alienígenas.
Essa desconfiança do líder dos Autobots faz com que levar seus companheiros de volta a Cybertron seja prioritário a ponto de não se preocupar com as consequências que isso possa causar aos homens e à Terra.
E é nesse ponto que o roteiro tenta justificar a presença dos Maximals, mostrando ao líder dos Autobots que a humanidade tem seu valor. Mas fora isso, eles são apenas um fanservice, já que a animação “Beast Wars”, é uma das mais queridas entre os fãs. A presença dos Maximals parece tão sem sentido em alguns momentos, que tirando Optimus Primal e Airazor, Cheetor e Rhinox nem falas possuem.
Talvez o maior ponto de ruptura entre os fãs dos filmes de Transformers, seja as cenas de combates envolvendo os Autobots e Maximals contra os Terrocons. Muitos sentiram falta do frenesi que Michael Bay colocou em tela, mas em “Transformers: O Despertar das Feras” é mais fácil de acompanhar, mesmo no final quando Autobots e Maximals enfrentam as hordas enviadas por Unicron.
Mas, na minha opinião, existe uma falha narrativa gritante em relação aos Terrocons. No primeiro combate com os vilões do filme, os Autobots nada podem fazer diante do poder dos arautos de Unicron. A força deles é tanta que Optimus “Fodão” Prime é humlihado e um de seus companheiros é morto. Porém, nos demais encontros, os Terrocons perdem essa imponência de forma inexplicável.
Agora, se algo continua unânime em TODOS os filmes da franquia cinematográfica dos Transformers é Optimus “Fodão” Prime. Eu sempre coloco o “Fodão” no nome do líder dos Autobots, porque é isso que ele é: fodão pra carai! E vê-lo na mesma aparência que o via nos desenhos animados de minha infância foi incrível!
Fica evidente que os responsáveis pelos filmes têm um cuidado em tornar Optimus “Fodão” Prime em um líder inspirador, que empolga a cada aparição; mas essas características vêm desde o filme animado de 1986, em sua batalha épica contra o Megatron e sua posterior morte.
Nenhum super-herói me deixa mais empolgado que Optimus Prime, e em “Transformers: O Despertar das Feras, ele mais uma vez prova que é o mais FODÃO da cultura nerd.
“Transformers: O Despertar das Feras” deve ter um bom resultado nas bilheterias (até o momento dessa resenha, o filme tinha alcançado aproximadamente US$ 500 milhões para um orçamento de US$ 150 milhões), o que deve resultar em um terceiro longa-metragem desse reboot.
Simplicidade narrativa e estética que, na minha opinião, deram certo. E por mais Optimus “Fodão” Prime, digo que vale a pena assistir “Transformers: O Despertar das Feras”!
Ficha Técnica:
Título Original: Transformers: O Despertar das Feras
Título no Brasil: Transformers: Rise of the Beasts
Gênero: Ação
Duração: 127 minutos
Diretor: Steven Caple Jr.
Produção: Don Murphy, Tom DeSanto, Lorenzo di Bonaventura, Michael Bay, Mark Vahradian, Duncan Henderson
Roteiro: Joby Harold, Darnell Metayer, Josh Peters, Erich Hoeber, Jon Hoeber
Elenco: Anthony Ramos, Dominique Fishback, Luna Lauren Vélez, Dean Scott Vasquez, Tobe Nwigwe, Michael Kelly, Peter Cullen, Ron Perlman, Peter Dinklage, Michelle Yeoh, Pete Davidson, Liza Koshy, Cristo Fernández, John DiMaggio, David Sobolov, Michaela Jaé Rodriguez, Tongayi Chirisa
Companhias Produtoras: Skydance Media, Hasbro, New Republic Pictures, Di Bonaventura Pictures, Bay Films
Distribuição: Paramount Pictures