Quem acompanha minhas publicações sabe da minha paixão por filmes de terror, sendo o gênero mais versátil do cinema. Por essa versatilidade, resolvi fazer uma lista dos melhores filmes em cada subgênero do terror.

Alguns subgêneros existem e outros resolvi criar (se é que não existem mesmo). Por exemplo, o sobrenatural engloba atividades como possessão, fantasmas e outras criaturas. Assim sendo, em alguns casos resolvi desmembrar em categorias para que não ficasse nenhuma produção que mereça estar nessa lista.

Possessão – O Exorcista (1973)

Um dos subgêneros mais explorados do cinema de terror, o próprio nome já diz tudo: uma força exterior ou um entidade sobrenatural toma posse do corpo de alguém.

Dessa forma, começo essa lista chutando a porta com tudo. “O Exorcista” está prestes a completar 50 anos em 2023, e continua sendo o filme mais assustador que já assisti.

Muitos dizem que os efeitos e própria história é datada, mas nenhuma outra produção de terror causa tanto desconforto e medo em mim como essa, a ponto de ser o único filme de terror que não gosto de assistir à noite.

Existem outros bons títulos de filmes de possessão, mas “O Exorcista” é hors concours nesse subgênero e em qualquer outro existente no terror.

Vale lembrar que “O Exorcista” vai ganhar uma sequência pelas mãos da Blumhouse Productions e o diretor David Gordon Green, os responsáveis pela revitalização de uma das franquias slashers mais icônicas do cinema.

Slasher – Halloween (2018)

Slasher é um subgênero do terror em que um assassino em série com uma máscara ou fantasia vai coletando vítimas e mais vítimas ao longo do filme.

A lista de filmes com esse mascarados psicopatas é longa, mas nenhum deles me fascina mais que Michael Myers de “Halloween”, sendo o filme de 1978 é o estopim  para a consolidação do subgênero. Mas minha escolha não vai para o original de John Carpenter, mas sim para a sequência / remake dirigido por David Gordon Green, que arrebatou crítica e público e revitalizou a franquia desgastada por inúmeras sequências porcarias.

Michael Myers é um mistério por si só: parte psicopata, parte figura sobrenatural (como mostrado em “Halloween Kills” de 2021). Sua obsessão por sua irmã, vivida pela eterna Jamie Lee Curtis, parece envolver muito mais que apenas problemas familiares.

A história entre Michael Myers e Jamie Lee Curtis vai estrear seu desfecho definitivo (será?), em 13 de outubro de 2022. Os fãs de de Jason e Freddy Krueger que me desculpem, mas o irmão caçula de Laurie Strode e sua história é nosso escolhido no subgênero slasher.

Cabana  – Evil Dead (1981 / 2013)

Fazendo algumas pesquisas, é interessante ver que o subgênero “cabana” existe e em outros ele é classificado como casa mal-assombrada. Mas enquanto que casa mal-assombrada pode envolver um local urbano ou não, as cabanas quase que impreterivelmente estão associados a florestas isoladas e inóspitas.

Mas independentemente de ser ou não um subgênero ou não, Sam Raimi em 1981 trazia o meu filme de terror preferido: “Evil Dead”. Hoje considerado pelas novas gerações como trash, na época, o longa-metragem foi banido de muitos cinemas o redor do mundo por sua alta carga gore

Misturando comédia e gore, “Evil Dead” criou um segmento dentro do cinema em que pessoas desavisadas (para não dizer idiotas) se enfiavam em locais no meio de florestas e acabavam tendo que sobreviver a forças sobrenaturais implacáveis.

“Evil Dead” ganhou um remake em 2013 que colocava de lado o humor e focava na tensão e no gore, e provando como “Halloween”, de 2018, que é possível sim revitalizar com sucesso  franquias de terror clássicas.

Zumbis – Madrugada dos Mortos (2004)

No terror, nada é mais pop que filmes de zumbis. Criado da forma que conhecemos por  George A. Romero, os walkers tiveram seu boom com o sucesso de “The Walking Dead”,  Logo, todos os estúdios, canais de TV e plataformas de streaming quiseram abocanhar o lucro oriundo dessas criaturas.

A quantidade de títulos que falam de zumbis é interminável, mas alguns se destacam, como “Guerra Mundial Z”. Porém, se eu for escolher um filme em específico, escolho “Madrugada dos Mortos”, remake da produção de 1978 de George A. Romero.

Dirigido e roteirizado pelos então iniciantes, Zack Snyder e James Gunn, respectivamente, “Madrugada do Mortos” aproveita a evolução dos efeitos visuais e especiais e revitaliza um dos filmes mais icônicos da carreira de  George A. Romero.

J-Horror: O Grito

J-Horror (rótulo dado às produções cinematográficas japonesas de terror), se caracteriza quase em sua totalidade, por tramas que procuram manter um suspense durante quase todo o filme, evitando provocar sustos consecutivos no espectador, sendo estes pontuais. Outra característica são as criaturas sobrenaturais, que quase sempre são onryō, fantasmas presos ao nosso mundo que possuem um forte desejo de vingança, e que normalmente são mulheres (embora existam onry homens), usando roupa branca (cor da vestimenta fúnebre no Japão), e com cabelos longos cobrindo o rosto.

O J-Horror se popularizou fora do Japão devido a falência do slashers no final da década de 1990. Os assassinos mascarados tão amados de Hollywood não traziam mais o retorno financeiro esperado, então os grandes estúdios estadunidenses viraram seus olhos para as produções de terror orientais.

Recheado de simbolismo, criaturas sobrenaturais implacáveis e uma alta carga de tensão, “O Chamado” (“Ringu” no original) desembarcava em terras ocidentais no início dos anos 2000 e abria as portas para uma leva de outros remakes do J-Horror.

Porém, dentre tantas produções que se aproveitaram das temáticas do J-Horror, “O Grito” de 2005 (“Ju-On” no original), é o que mais me dá calafrios e certa apreensão para assistir. Por isso, ele é meu representante desse subgênero meio esquecido atualmente, mas tão amado pelos cinéfilos de terror.

Gore – Hellraiser 2: Hellbound

Gore é um subgênero do terror caracterizado pela presença de cenas extremamente violentas, com muito sangue, vísceras e restos mortais de humanos ou animais. O objetivo dessas produções é horrorizar e chocar o espectador, despertando sensações de desespero, ansiedade e medo.

Admito que não é um subgênero que me agrade, fazendo com que eu fuja de assistir tais filmes, isso porque a violência extrema e gráfica muitas vezes é gratuita, com histórias fracas e desinteressantes. Nesse subgênero, “O Albergue” talvez seja o maior representante.

“Hellraiser” de 1990, é a adaptação do livro homônimo de Clive Baker. Dirigido e roteirizado pelo escritor, o longa-metragem abria portas para uma das franquias mais amadas dos fãs de terror.

Porém, o segundo filme, “HellBound” ou “Hellraiser 2”, amplia a mitologia das criaturas chamadas de cenobitas. Anjos para uns, demônios para outros, esses seres habitam uma dimensão governada por Leviatã, o deus dos labirintos.

Além disso, conhecemos a origem de Pinhead, o líder dos cenobitas, uma das criaturas dos filmes de terror mais únicas  já vistas.

Found Footage – Rec (2007)

O found footage (“filmagem encontrada” em tradução livre), é aquele tipo de filme apresentado como gravação encontrada, descoberta depois dos eventos, com as filmagens podendo ser feitas pelos próprios atores ou por câmeras que utilizam técnicas de câmera de tremulação, ambas combinadas com atuação naturalista.

De todos os subgêneros, é o que mais produz filmes todos os anos. O motivo é simples: basta uma câmera comum e uma ideia na cabeça . E o maior exemplo disso é “A Bruxa de Blair” que custou somente US$ 60 mil.

E foi justamente “A Bruxa de Blair” que viralizou o found footage, pois além de ser algo inovador para a época, arrecadou impressionantes US$ 248 milhões.

Depois da lenda da bruxa de Burkittsville ganhar as telonas do mundo, “Atividade Paranormal” se tornou para muitos, o maior representante do subgênero. 

Porém, meu filme found footage preferido vem da Espanha. Estou falando de “Rec”, que vai além dos elementos presentes em “A Bruxa de Blair” e “Atividade Paranormal”. O longa de terror espanhol é tão bom que a própria Hollywood tratou de lançar sua versão, chamada “Quarentena” (que é uma bosta,).

Horror Psicológico – A Bruxa (2015)

Horror psicológico tem como característica o medo gerado a partir da vulnerabilidade da mente humana a alguma situação ou sensação que causa um desconforto mental, tendo como foco representar estados mentais, emocionais e psicológicos para assustar ou perturbar o público. Costuma usar elementos de mistério e personagens com estados psicológicos instáveis para fornecer uma atmosfera geral desagradável, inquietante ou angustiante.

Para encerrar essa lista, trago o subgênero que vem conquistando novos adeptos, com histórias inquietantes, perturbadoras e que fogem do senso comum do terror. “Hereditário”, “Midsommar” e “O Chalé” são alguns exemplos dessa vertente que tem como objetivo deixar o espectador em um estado de tensão e desconforto.

Mas meu filme preferido de horror psicológico é o que iniciou esse movimento cinematográfico atual: “A Bruxa”, que tem uma narrativa pesada e desconfortável de simbolismo, tabus e crendices. 

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Publicado por Marcelo Santos

Quase biólogo, formado em Administração. Maníaco desde criança por filmes e séries. Leitor assíduo de obras de ficção, terror, fantasia e policial.

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