SINOPSE: Seis meses depois da batalha de Starcourt, que deixou um rastro de terror e destruição em Hawkins, nosso grupo de amigos se separa pela primeira vez – e as turbulências do colégio dificultam ainda mais as coisas. Nesse momento de vulnerabilidade, surge uma nova ameaça sobrenatural ainda mais terrível, trazendo um grande mistério que pode ser a chave para acabar com os horrores do Mundo Invertido.
A estreia de “Westworld” foi um verdadeiro soco na cara, superando e muito as expectativas das pessoas e o investimento feito pela HBO. Com grandes nomes como Anthony Hopkins e Ed Harris, a primeira temporada trazia uma trama que envolvia realidade, controle, livre-arbítrio, senciência. Com um ótimo ritmo narrativo, a história com várias linhas temporais, reviravoltas inteligentes e surpreendentes, a série mostrava o despertar dos anfitriões.
Aclamada por público e crítica, a segunda temporada começa mostrando os anfitriões livres e mostrando que agora os prazeres violentos que os homens tanto buscavam no parque da Delos, teriam finais violentos. Com uma trama complexa, mas um ritmo um pouco mais arrastado, “Westworld” desagradou um pouco quem esperava a mesma dinâmica do primeiro ano; porém revelou os reais planos da Delos e de Dolores fugindo para nosso mundo com objetivo de destruí-lo.
A terceira temporada é a mais criticada negativamente pois não traz reviravoltas tão impactantes como o primeiro e o segundo ano, porém mostra com certa competência o desdobramento da vingança de Dolores contra a humanidade. Controle continua sendo a palavra que define a série, pois conhecemos uma sociedade onde o livre-arbítrio é apenas uma ilusão para que as pessoas aceitem a condição de submissão.
Então a quarta temporada chegou cheia de desconfiança por parte de quem assistia a série desde o começo, sendo que a própria HBO lançou o novo ano sem muito alarde e como um esquenta para “House of Dragons”.
A primeira temporada teve algumas características que agradaram em cheio: uma trama complexa e cheia de temas que nos faziam parar para refletir. Porém, essas mesmas características pareceram forçadas no segundo e terceiro ano de “Westworld”´, com diálogos difíceis e um ritmo arrastado demais, que desanimaram muitas pessoas.
A quarta temporada tem uma narrativa completamente diferente dos demais anos. Com um ritmo rápido e direto, somos apresentados ao mundo, quatro anos da destruição de Rehoboam, um sistema de Inteligência artificial preditivo que está sendo usado para moldar a direção futura da humanidade, através do controle da vida de cada indivíduo no mundo. Porém, o perigo para nós continua, pois Charlotte / Dolores (Tessa Thompson), segue com seu plano de destruir seus criadores, juntamente com o anfitrião William (Ed Harris). Enquanto isso Bernard (Jeffrey Wright) retorna do Sublime, um local onde as mentes de vários anfitriões estão, para impedir os planos de Charlotte. Paralelamente, Maeve (Thandiwe Newton) e Caleb (Aaron Paul) estão na mesma missão.
Toda essa trama é mostrada sem preâmbulos ou discursos filosóficos complexos, mas o que de certa forma descaracteriza um pouco “Westworld”, se transforma em um atrativo para os espectadores. Essa agilidade narrativa é possível, pois todo o palco foi armado durante as três primeiras temporadas. Logo o quarto ano é um desfecho, o clímax de tudo que foi mostrado até agora.
Mas se engana quem acha que “Westworld” não é capaz de impressionar e surpreender os espectadores. Com oito episódios, a quarta temporada tem um primeiro desfecho no quarto capítulo, mostrando o resultado do primeiro embate entre Charlotte, Willian, Maeve e Caleb. Intitulado “Geração Perdida”, o episódio tem uma reviravolta espetacular com o mesmo impacto que a revelação de quem era Bernard ou a revelação de Dolores ao desvendar o labirinto. Lembro que fiquei perplexo e empolgado com o que foi mostrado ao final de “Geração Perdida” (com direito a um sonoro “Puta que pariu, que foda!” da minha parte).
O final da quarta temporada, mostra que a extinção de anfitriões e humanos não pode ser impedida, pois é da natureza de ambos a autodestruição (algo como, a fruta (anfitriões) que não cai longe do pé (humanos)). A possível salvação de ambas as espécies está nas mãos de Christina (Evan Rachel Wood), que tem uma revelação a seu respeito não tão impactante quanto a que vi no quarto episódio, mas tão surpreendente quanto.
Quanto a parte técnica de “Westworld” não há o que criticar. A quarta temporada continua grandiosa, com cenários e locações incríveis, demonstrando todo o selo de qualidade que a HBO é quando se trata de produções originais. As atuações são competentes, com nenhum ator ou atriz se destacando dos demais, mas o roteiro e o desenvolvimento da história instigam e prendem nossa atenção.
Programada para ter cinco temporadas, “Westworld” tem seu futuro incerto, pois com a compra da Warner pela Discovery, a ideia é produzir séries e filmes que sejam lucrativas. Com uma média de 350 mil telespectadores ao vivo, nos Estados Unidos, a quarta temporada teve uma queda de 65% na audiência em relação ao ano anterior. Com essa audiência, os altos custos de uma série como “Westworld” podem não convencer David Zaslav, CEO da Warner Bros. Discovery, que tem a missão de economizar bilhões de dólares (sim, a Warner é um estúdio financeiramente deficitário).
Porém, acredito e torço, mesmo com os altos custos, que a quinta temporada vai acontecer, e veremos o jogo final planejado por Dolores; o jogo mais violento e perigoso que anfitriões e humanos enfrentarão, cujo objetivo, é a salvação de ambas as espécies.
Se você gosta de narrativas diretas e empolgantes, de plot twists incríveis e surpreendentes (ou se você acompanhou a jornada da humanidade e dos anfitriões desde o começo), então digo que vale muito a pena assistir a quarta temporada de “Westworld”!
Ficha Técnica:
Título Original: Westworld
Título no Brasil: Westworld
Gênero: Ficção Científica, Drama
Temporadas: 4ª
Episódios: 8
Criadores: Jonathan Nolan, Lisa Joy
Produtores: J. J. Abrams, Jonathan Nolan, Lisa Joy, Jerry Weintraub, Bryan Burk, Richard J. Lewis, Roberto Patino, Athena Wickham, Ben Stephenson, Denise Thé, Alison Schapker
Diretores: Richard J. Lewis, Craig William Macneill, Hanelle M. Culpepper, Paul Cameron, Andrew Seklir, Meera Menon
Elenco: Evan Rachel Wood, Thandiwe Newton, Jeffrey Wright, James Marsden, Luke Hemsworth, Angela Sarafyan, Ed Harris, Tessa Thompson, Zahn McClarnon, Aaron Paul
Companhias Produtoras: HBO Entertainment, Kilter Films, Bad Robot Productions, Warner Bros. Television
Transmissão: HBO