SINOPSE: Um ano se passou após Butcher (Karl Urban) perder sua amada Becca (Shantel VanSanten), morta acidentalmente pelo pequeno Ryan (Cameron Crovetti). Desde então, ele prometeu proteger o filho de sua esposa e passou e passou a agir sob as ordens de Hughie (Jack Quaid), que está trabalhando com a congressista Victoria Neuman (Claudia Doumit) para impedir crimes cometidos pelos super-heróis. O que ninguém sabe é que Butcher está associado secretamente com Maeve (Dominique McElligott) em busca de uma forma de lidar com Homelander (Antony Starr), que está cada vez mais instável e imprevisível, ainda mais após os acontecimentos envolvendo Stormfront (Aya Cash).

De todos os serviços de streaming, a Amazon Prime Video é o que mais se arrisca em produções controversas quando o assunto é violência. 

Essa aposta na violência rendeu pelo menos duas boas produções: “Invicible”, animação baseada nos quadrinhos homônimos de Robert Kirkman (que está renovada para um segundo ano) e “The Boys”, série live-action inspirada nas hqs de Garth Ennis.

O sucesso de “The Boys” é tão grande que a expectativa da estreia e exibição dos episódios da terceira temporada foi pau a pau com séries como “Stranger Things” e “Obi-Wan Kenobi”. Mas o que causa esse furor todo em cima da produção da Amazon Prime Video?

A primeira coisa que preciso falar, é que “The Boys” é a série mais surtadas da atualidade. Desde a primeira temporada, somos expostos à violência e a cenas escatológicas, como a morte da namorada de Hughie, que literalmente explode na sua frente depois de A-Train (Jessie T. Usher) atropelá-la ou o quase enforcamento de Leitinho (Laz Alonso) pelo Linguiça do Amor. Na minha opinião, essa atração do público em querer assisti-la, é justamente por ser uma série sem-vergonha.

Antes da estreia da terceira temporada, muito se especulava e esperava da adaptação do “Herogasmo”, que em termos gerias, é um surubão envolvendo supers, o grupo de Butcher e outras pessoas. Mas o que se viu foi um pornô soft, daqueles que se via no Cine Privé, com alguns momentos interessantes envolvendo os super-seres. A sequência inicial do primeiro episódio é de longe a coisa mais surtada dessa temporada, pois o Herogasmo é uma tremenda pegadinha do Malandro (Aaaaahhhh! Ié! Ié!).

Mas fora essa “pegadinha”, que nos remete aos sábados de madrugada, a terceira temporada de “The Boys” só teve acertos.

O passado parece ser o tema principal dessa temporada. No caso de Leitinho (Laz Alonso), descobrimos sua relação com Sodier Boy (Jensen Ackles), o motivo de seu TOC por organização e como essa obsessão pelo primeiro super da Vought destruiu sua família.

Francês (Tomer Kapon) continua sendo meu personagem preferido da série, pois o personagem é a mistura perfeita e equilibrada de drama e comédia. Da mesma forma que rimos muito com ele, ficamos emocionados com a relação que ele tem com Kimiko (Karen Fukuhara) e o seu passado sanguinário envolvendo a máfia russa.

Também ficamos sabendo mais sobre o passado de Black Noir (Nathan Mitchell): o motivo da sua mudez, o seu envolvimento na “morte” de Soldier Boy e seu dilema em relação a Homelander, uma vez que o mais poderoso dos supers o considera seu único e verdadeiro amigo.

Os personagens acima são para exemplificar o equilíbrio e o espaço dado para todas as personas ao longo dos oito episódios. Mas é claro que o destaque continua sendo Butcher e Homelander.

Nessa terceira temporada, vemos Butcher tomando medidas extremas para alcançar seu objetivo: matar Homelander. Com ajuda de Rainha Maeve (Dominique McElligott), passa a utilizar o V-24, uma versão da droga que criou os supers, que dá poderes ao usuário por 24 horas, para “nivelar o jogo” como o próprio Butcher fala.

Ainda falando de Butcher, conhecemos seu passado, mostrando seu zelo pelo irmão mais novo e os maus tratos sofridos pelo pai violento. Dessa forma, entendemos a personalidade tortuosa e virtuosa dele.

Agora, se for para definir a terceira temporada em um personagem, a escolha é óbvia: Homelander. Nos anos anteriores o mais poderoso dos supers já se destacava, porém seu protagonismo dessa vez é inquestionável.

Começamos a temporada vendo um Homelander amuado, contido devido aos acontecimentos que fecharam o ano anterior. De posse de vídeos que mostravam o engajamento assumido dele com as intenções facistas de Stormfront, parece que a maior ameaça dos The Boys está contida. Porém, em uma clara referência aos tempos que vivemos, vemos sua popularidade crescer em um surto durante uma transmissão ao vivo de TV, o liberando das amarras.

E em um dos melhores diálogos da temporada, vemos Starlight ameaçando liberar o vídeo e Homelander dizer que tudo bem; e que se isso acontecesse nada mais o impediria de matá-la e seus amigos, além de que mais pessoas o apoiariam.

Homelander sempre foi a ameaça a ser combatida, mas nessa terceira temporada finalmente ele conseguiu transmitir os sentimentos de impotência perante ele, de raiva e medo puro por estar diante de um louco que é onipotente no mundo de “The Boys”.

E quem pode matar um monstro? Outro monstro, claro. E é aqui que a importância de Soldier Boy aumenta. A arma que Queen Maeve diz ser capaz de matar Homelander se revela como o primeiro super da Vought.

Logo descobrimos, que além de extremamente um poderoso, com uma habilidade capaz de destruir quarteirões e retirar os poderes daqueles que tomaram o Composto V, sua índole, sua personalidade é mais ruim e grotesca que a de Homelander.

E a escolha de Jensen Ackles, além da sua amizade com Erik Kripke, foi acertada, pois o galã dá aquela sensação de maldade disfarçada em beleza. Em um comparativo, Soldier Boy seria um Dean Winchester sem caráter e com todos os seus vícios extrapolados.

Algo que sempre ficou em suspenso em “The Boys” foi o combate entre supers. No final do segundo ano tivemos um aperetivo, com Stormfront lutando contra Starlight, Kimiko e Queen Maeve. Já na terceira temporada finalmente vemos o estrago que essas criaturas causam quando se digladiam. No episódio do Herogasmo, temos uma palhinha do que está por vir, com Homelander, Soldier Boy, Butcher e Hughie saindo na porrada.

No episódio final, a porradaria come solta com Homelander, Soldier Boy, Queen Marvel, Butcher e Starlight. Bem coreografada e realizada, essa sequência é incrível, empolgante e na minha opinião, uma das melhores cenas de luta com super-seres, tanto em séries quanto em filmes.

Para terminar preciso dizer que “The Boys” estreou juntamente com “Obi-Wan Kenobi” e a primeira parte da quarta temporada de “Stranger Things”, mas foi a história de Homelander, Butcher e Cia. que me causou mais empolgação e ansiedade quase incontrolável que ficava para ver um novo episódio.

“The Boys” traz uma terceira temporada perfeita, fruto do envolvimento e engajamento de todos os envolvidos em sua produção. Mais que qualidade técnica demonstrada, a série consegue nos divertir como poucas atualmente, além de nos deixar querendo mais. A boa notícia é que Erik Kripke e a Amazon declararam que a série tem muitos anos pela frente ainda.

Melhor série de 2022, é claro que vale muito, mais muito a pena assistir “The Boys”!

Ficha Técnica:

Título Original: The Boys

Título no Brasil: The Boys

Gênero: Ação, Super-Herói, Comédia

Temporadas:

Episódios: 8

Produtores: Eric Kripke, Hartley Gorenstein, Seth Rogen, Evan Goldberg, James Weaver, Neal H. Moritz, Pavun Shetty, Ori Marmur, Dan Trachtenberg, Ken F. Levin, Jason Netter

Diretores: Phil Sgriccia, Julian Holmes, Nelson Cragg, Sarah Boyd

Elenco: Karl Urban, Jack Quaid, Antony Starr, Erin Moriarty, Dominique McElligott, Jessie T. Usher, Laz Alonso, Chace Crawford, Tomer Capone, Karen Fukuhara, Nathan Mitchell, Elisabeth Shue, Colby Minifie, Aya Cash, Claudia Doumit, Jensen Ackles, Giancarlo Esposito, Shantel VanSanten, Cameron Crovetti

Companhias Produtoras: Kripke Enterprises, Point Grey Pictures, Original Film, Kickstart Entertainment, KFL Nightsky Productions, Amazon Studios, Sony Pictures Television

Transmissão: Amazon Prime Video

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Publicado por Marcelo Santos

Quase biólogo, formado em Administração. Maníaco desde criança por filmes e séries. Leitor assíduo de obras de ficção, terror, fantasia e policial.

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