SINOPSE: Produzida por diretores do mundo todo – entre eles David Fincher (de Mank) e Tim Miller (de Deadpool),“Love, Death & Robots” é uma série de antologia que reúne contos animados em uma mistura de ficção científica, fantasia, terror e comédia.

 

Já faz algum tempo que a Netflix vem se movimentando para produzir animações. Essa tendência em seu catálogo faz todo sentido uma vez que esse tipo de produção é mais barata, diminuindo assim as possibilidades de um grande prejuízo financeiro.

Mas ao contrário de seu catálogo de filmes e séries originais, que possuem mais quantidade que qualidade, suas animações têm sido tiros certeiros. Dentre elas, uma se destaca mais que as outras: “Love Death + Robots”.

O primeiro volume ficou entre o ótimo e um mediano devido a sua quantidade excessiva de episódios, mas deu uma amostra do que podíamos esperar. A segunda temporada, bem mais enxuta, trouxe histórias divertidas e contagiantes, com pouquíssimos pontos baixos, se tornando, na minha opinião, a melhor animação e uma das melhores produções da Netflix na época.

Com o sucesso, “Love Death + Robots” garantiu seu terceiro volume, com responsabilidade de manter o alto nível técnico e narrativo, além de divertir quem vai assistir. Então sabendo disso, assisti ao volume 3 dessa antologia animada com muita preocupação e expectativa.

Como na resenha da segunda temporada , vou falar rapidamente de cada animação e depois dar meu veredicto se vale ou não  a pena assistir “Love Death + Robots: Volume 3”.

Os Três Robôs

K-VRC, XBOT 4000 e 11-45-G estão de volta às suas aventuras turísticas por uma Terra destruída.

Como na temporada anterior, a história é uma sátira bem-humorada, agora às comunidades que acham que “armas e carne de veado” são os pilares da mudança da sociedade e de que os muito ricos poderiam muito bem fazer algo para mudar o planeta se não pensassem somente neles. E no meio disso tudo, os três robôs descobrem a origem da ascensão robótica e que alguém conseguiu fugir para Marte.

Divertido, e se fosse a Netflix,  lançaria a própria série animada dos rês Robôs.

Viagem Ruim

“Viagem Ruim” é a estreia de David Fincher na direção de uma animação. O diretor de “Seven” “Zodíaco” e “Clube da Luta”, traz uma história de terror e com tons de horror lovecraftiano. Acompanhamos a tripulação de um barco pesqueiro que é invadido por uma criatura marinha dotada de inteligência e que exige que seja levado a determinado lugar.

Um ótimo episódio onde a tensão e a dúvida são os pontos chaves dessa história. Decisões difíceis são tomadas expondo o pior lado do ser humano. E desconfie de todos eles, afinal é nas situações mais extremas que o caráter das pessoas desaflora.

O Mesmo Pulso da Máquina

Duas astronautas fazem sua ronda pela superfície de Io, uma das luas de Jupíter. Um acidente acaba por deixar Martha Kivelson sozinha e machucada. Para poder chegar à estação e diminuir a dor de seu braço fraturado, ela toma uma dose excessiva de morfina e passa a delirar. A partir daí ficamos com a mesma sensação de Martha: tudo não passa de ilusão devido à droga ou existe realmente mais alguém junto dela?

A premissa é simples e bem-conduzida e brinca com algumas histórias que cercam as luas de Jupíter, como Io e Europa. Porém, o desfecho é um pouco previsível e o estilo de animação do episódio não me agrada, tornando o episódio um pouco desinteressante.

Noite dos Minimortos

O episódio mais divertido do volume três de “Love Death + Robots”. Lembrando muito aqueles jogos de zumbis para celular, “A Noite dos Minimortos” mostra um zumbicslipse que se inicia graças a uma transa em um cemitério e se propaga pelo mundo, não salvando nem mesmo um templo Shaolin.

O episódio transcorre em velocidade acelerada, dando aos movimentos e às vozes um tom cômico.  o final é engraçadíssimo e define a nossa importância no esquema maior do universo.

E como os “Três Robôs”, gostaria de ver mas animações com esse estilo.

Matança em Grupo

Lembra daqueles filmes B que passavam no Cine Trash e que eram produzidos para aproveitar a onda de grandes blockbusters de terror e ficção científica? Pois bem, “Matança em Grupo” é uma paródia e uma homenagem a esse tipo de produção.

Um grupo de soldados de elite perde contato com seus companheiros e descobre que a causa é um urso cibernético blindado e com patas de aranha iguais à armadura que o Homem-Aranha ganha de Tony Stark.

Muitos tiros, explosões, sangue, tripas e piadas fracas, tornam esse episódio divertido.

Enxame

Um cientista humano é convidado a passar um tempo em uma colônia alienígena chamada de Enxame. Lá ele conhece uma mulher e revela suas reais intenções. A partir daí, apesar da ótima animação, feita em CGI, a história se torna batida.

De todos os episódios, o mais fraco desse volume de “Love Death + Robots”, mesmo o Enxame me lembrando muito os zergs do jogo “Starcraft”.

Ratos de Mason

Mason descobre que os ratos do seu celeiro evoluíram ao ponto de criarem consciência e construírem uma comunidade. Então, o fazendeiro começa a comprar equipamentos cada vez mais tecnológicos para eliminar os ratos, porém a um custo muito alto.

Com um humor mais ácido que as demais animações, esse episódio faz uma crítica direta aos alimentos transgênicos e à guerra,

A animação é cartunesca e a história é bem conduzida, resultando em diversão garantida.

Sepultados na Caverna

Se em “Viagem Ruim” temos relances de H.P. Lovecraft, esse episódio mergulha no Horror Cósmico, ao mostrar um grupo de soldados que precisa salvar reféns de soldados inimigos. Mas ao entrar em uma caverna, eles encontram criaturas mortais que os vão eliminando um a um. Mas o mais interessante é que esses monstros estão lá para impedir a fuga de outra coisa.

A animação em CGI é incrível e se você é antenado em games, “Sepultados na Caverna” lembra bastante o jogo “The Dark Pictures Anthology: House of Ashes”.

Fazendeiro

De todos os episódios, o que apresenta a estética de animação mais interessante.

Com uma temática que lembra muito Bollywood, acompanhamos um exercíto que se depara com uma espécie de sereia, atraindo os homens à norte quando tenta cantar ou falar. Porém um desse soldados sobrevive por ser surdo. Então acompanhamos essa história de amor, ganância e vingança.

Diferente, instigante e profundo, “Fazendeiro” impressiona e encanta quem o assiste.

Veredicto

Cada episódio é curto, mas com narrativas muito ricas e instigantes o suficiente para querermos ver mais. E mesmo que a intenção seja mostrar uma história fechada, nada impede os produtores de retornarem ao mundo criado por elas, como é o caso dos “Três Robôs”.

O terceiro volume dessa antologia de animações continua tão boa quanto a segunda temporada e volto a reafirmar que “Love Death + Robots” é a melhor animação e uma das melhores produções da Netflix.

Dito tudo isso, é claro que meu veredicto é que vale muito a pena assistir a “Love Death + Robots: Volume 3”!

Ficha Técnica:

Título Original: Love, Death & Robots: Season 3

Título no Brasil: Love, Death & Robots: Volume 3

Gênero: Ficção Científica, Terror, Fantasia, Comédia

Temporadas:

Episódios: 9

Criador: Tim Miller

Produtores: David Fincher, Tim Miller, Jennifer Miller, Joshua Donen

Diretores: Patrick Osborne, David Fincher, Emily Dean, Robert Bisi, Andy Lyon, Jennifer Yuh Nelson, Tim Miller, Carlos Stevens, Jerome Chen, Alberto Mielgo

Roteiristas: John Scalzi, Andrew Kevin Walker, Philip Gelatt, Robert Bisi, Andy Lyon, Philip Gelatt, Tim Miller, Joe Abercrombie, Alberto Mielgo

Elenco:                 Josh Brener, Gary Anthony Williams, Katie Lowes, Chris Parnell, Troy Baker, Kevin Jackson, Anthony Mark Barrow, Chantelle Barry, Parry Shen, Time Winters, James Preston Rogers, Jason Flemyng, Elodie Yung, Max Fowler, Mackenzie Davis, Holly Jade, David Shatraw, Joel McHale, Seth Green, Gabriel Luna, Steve Blum, Andrew Kishino, Rosario Dawson, Jason Winston George, Craig Ferguson, Dan Stevens, Joe Manganiello, Christian Serratos, Jai Courtney, Debra Wilson, Fred Tatasciore, Noshir Dalal, Stanton Lee, Jeff Schine, Girvan ‘Swirv’ Bramble

Companhias Produtoras: Blur Studio, Netflix Studios

Transmissão: Netflix

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Publicado por Marcelo Santos

Quase biólogo, formado em Administração. Maníaco desde criança por filmes e séries. Leitor assíduo de obras de ficção, terror, fantasia e policial.

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