SINOPSE: Depois de um ano dos acontecimentos do primeiro filme, Eddie Brock (Tom Hardy) está com problemas para se acostumar com o simbiote Venom. Eddie tenta se restabelecer como jornalista ao entrevistar o serial killer Cletus Kasady (Woody Harrelson), que acaba escapando da prisão após sua execução falhar e portando o simbionte Carnificina.
Admito que fui assistir “Venom 2” mais por causa das minhas amigas que queriam ver o filme, pois achei o primeiro filme muito ruim. Mas preciso dizer que fiquei muito satisfeito com a nova aventura de Eddie Brock e seu colega simbionte.
Existe um salto de qualidade muito grande entre o primeiro e o segundo filme. E vou tentar na resenha a seguir, dizer quais foram os pontos que tornam “Venom 2” um longa-metragem muito melhor que a aventura cinematográfica original do simbionte mais popular da Marvel.
Vou começar falando do que mais me incomodou no primeiro filme: os efeitos especiais. O CGI que vi em “Venom 2” está a muito bom, muito bom mesmo. As feições de Venom e Carnificina estão mais nítidas, conseguindo traduzir melhor o que estou acostumado a ver nos quadrinhos. Detalhes como os tentáculos e outros apêndices, bem como a movimentação dos simbiontes está bem fluída. Enquanto que em “Venom 1” o CGI me pareceu algo saído de computadores 486 (essa é para poucos, hehehehehe), com imagens pixeladas em alguns momentos, em “Venom 2” vi naturalidade e simbiontes produzidos por potentes processadores gráficos.
Credito essa evolução do CGI a Andy Serkis, que é um dos vanguardistas da captura de movimentos, nos trazendo personagens icônicos como Golum / Smeagol de “O Senhor dos Anéis” e César da trilogia “O Planeta dos Macacos”. E mesmo com seu vasto conhecimento em captura de movimentos, ele se recusou a trabalhar com essa técnica de CGI em “Venom 2” para tentar algo novo. O resultado é o que vemos na telona.
Com essa melhora gigante no CGI é preciso dizer que a aparência de Carnificina no filmes se aproxima muito do que estamos acostumados a ver nos quadrinhos, tanto no seu físico mais esguio como na forma da criação e movimentação dos apêndices criados pelo vilão de “Venom 2”.
Espero que essa fidelidade no visual se aplique futuramente ao Venom, já que o desfecho desse filme deixa as portas abertas para vermos o uniforme negro, com sua aranha branca gigantesca no peito, que é o mais bonito e estiloso de toda a história do Homem-Aranha.
Outro elemento que evoluiu muito é o roteiro. No primeiro filme senti as coisas meio que jogadas, apresentadas de qualquer forma. Um exemplo disso é a participação de Anne (Michelle Williams), que no longa-metragem só existia (a própria atriz disse que não sabia o que estava fazendo em set), e em “Venom 2”, o interesse amoroso de Eddie Brock tem uma importância para a trama e um senso de pertencimento à trama.
Percebemos a melhora no roteiro pois conseguimos identificar os gêneros existentes em “Venom 2” que são a ação e a comédia. Enquanto que no primeiro filme, tudo parece jogado, no segundo longa-metragem vemos que as piadas se encaixam perfeitamente bem como as sequências de ação e violência.
E por falar em violência, é preciso dizer que “Venom 2” traduz muito bem um dos arcos mais brutais das HQs do Homem-Aranha. Quando anunciaram a classificação etária do filme fiquei muito preocupado que as atrocidades cometidas por Carnificina não fossem adaptadas corretamente. Mas me surpreendi com o que vi na telona, pois mesmo com a ausência de uma violência mais gráfica, conseguimos entender o quanto Cletus Kasady e seu simbionte são uma ameaça mortal. Destaco aqui a sequência de sua fuga da penitenciária, como exemplo de que nem sempre precisamos ver sangue e tripas na telona para mostrar o quanto um serial killer, anabolizado com um simbionte, pode causar estragos.
O terceiro fator que preciso destacar em “Venom 2” é a dupla de protagonistas. Tom Hardy mais uma vez mostra toda sua capacidade camaleônica. Se no primeiro filme, o ator foi a única coisa que realmente se destacou, nesse filme do simbionte mais querido da Marvel ele se consolidou como uma das pedras fundamentais para o sucesso dessa franquia cinematográfica.
Agora, sou suspeito em falar de Woody Harrelson. Sou fã demais do ator e nunca escondi meu ressentimento por ele nunca ter ganho um Oscar. Mais uma vez o ator se sobressai sobre os demais colegas, até mesmo quando divide a telona com Tom Hardy, e se apresenta como um show à parte em “Venom 2”.
Não poderia terminar da resenha sem comentar, tentando não dar spoilers, sobre a cena pós-créditos de “Venom 2” que mostra algo que há muito tempo é um desejo da Sony. Provavelmente você já deve saber do que estou falando. E essa cena pós-crédito coloca muitas dúvidas e caraminholas nas cabeças dos espectadores a respeito do futuro cinematográfico de um certo Cabeça de Teia.
Como disse no começo dessa resenha, fui assistir a esse filme mais por causa das minhas amigas do que por interesse próprio. E agradeço às minhas amigas, pois durante 97 minutos me diverti muito.
Dito isso, é claro que preciso dizer que vale a pena assistir a “Venom 2”!
Ficha Técnica:
Título Original: Venom: Let There Be Carnage
Título no Brasil: Venom 2: Tempo de Carnificina
Gênero: Ação, Super-Herói
Duração: 97 minutos
Diretor: Andy Serkis
Produção: Amy Pascal, Tom Hardy, Matt Tolmach, Avi Arad, Hutch Parker
Roteiro: Kelly Marcel
Elenco: Tom Hardy, Woody Harrelson, Michelle Williams, Reid Scott, Naomie Harris
Companhias Produtoras: Columbia Pictures, Marvel Entertainment
Transmissão: Sony Pictures