SINOPSE: O policial Asger Holm (Jakob Cedergren) está acostumado a trabalhar nas ruas de Copenhaguem, mas devido a um conflito ético no trabalho, é confinado à mesa de emergências. Encarregado de receber ligações e transmitir às delegacias responsáveis, ele é surpreendido pela chamada de uma mulher desesperada, tentando comunicar o seu sequestro sem chamar a atenção do sequestrador. Infelizmente, ela precisa desligar antes de ser descoberta, de modo que Asger dispõe de poucas informações para encontrá-la. Começa a corrida contra o relógio para descobrir onde ela está, para mobilizar os policiais mais próximos e salvar a vítima antes que uma tragédia aconteça.
Semana passada a Netflix soltou o trailer de “O Culpado”, estrelado por Jake Gyllenhaal (que dispensa comentários), dirigido por Antoine Fuqua (“Dia de Treinamento” e “O Protetor”) e roteirizado por Nic Pizzolatto (“True Detective”). Esse trio incrível me fez ficar muito ansioso para assisti-lo.
Então fiquei sabendo que o longa-metragem produzido pela Netflix é um refilmagem de uma produção dinamarquesa chamada “Den skyldige”. Quem me conhece sabe que sou fã demais de filmes, séries e livros policiais e de suspense produzidos lá nas terras geladas e isso me fez procurar a prodção original e descobri que ele está disponível na Amazon Prime Video.
“Culpa” é conduzido através de telefonemas, o que nos faz exercitar a imaginação para recriar as situações apresentadas. Não que seja algo inédito pois o longa-metragem dinamarquês me lembrou muito ”Por Um Fio”. Mas no caso de “Culpa” o desafio é muito maior, pois tudo é centrado em Asger Holm, um computador e um telefone. E por ser conduzido sem nenhuma cena externa tenho que dizer que “Culpa” é incrível.
A condução feita através de telefonemas que nos força a utilizar a imaginação para recriar as situações apresentadas, potencializa os sentimentos que “Culpa” quer nos transmitir. Revolta, raiva, desespero, tristeza e alegria são alguns desses sentimentos que senti e que pouquíssimos filmes conseguiram me transmitir de forma tão intensa. Porém nenhum outro é transmitido de forma tão forte quanto a ansiedade. O longa-metragem marca nosso consciente como se fosse feito com um ferro em brasas. Do momento em que Iben Østergård (voz de Jessica Dinnage) liga, foi impossível ficar sentado de forma confortável na minha poltrona do papai, sendo que a maior parte do filme assisti em pé.
Como toda produção policial e de suspense feita nos países nórdicos e próximos, “Culpa” é um filme pesado em sua atmosfera. Mesmo que nada seja mostrado, os acontecimentos são mostrados de forma crua e direta. Várias são as situações que nos fazem ser acometidos pelos sentimentos que mencionei anteriormente como verdadeiras porradas. O destino de um dos filhos de Iben Østergård é um exemplo que fez meu sangue gelar. Tensão, expectativa e revolta nos perseguem ao longo dos 85 minutos de “Culpa”.
Essa resenha precisa ser curta pois fico com medo de soltar spoilers e “Culpa” é um filme que precisa ser assistido sem nenhuma revelação antecipada. E o motivo disso é que o longa-metragem dinamarquês é cheio de reviravoltas que simplesmente explodem sua cabeça, sendo a mais importante delas ser o motivo de eu pensar e desabafar em alto e bom som: “P*** QUE PARIU! VAI TOMÁ No C*”!
“Culpa” vai te surpreender e te emocionar. Seja por raiva, revolta ou alívio, chorei várias vezes. É um filme que faz você trabalhar intensamente sua imaginação e te traz sentimentos conflitantes do começo ao fim do filme.
O filme traz uma história para quem ama ser surpreendido. Se ainda não te convenci até agora a assisti-lo, então termino minha resenha com uma frase que traduz “Culpa”: “As coisas não são o que parecem”.
Esse ano vem sendo uma alegria e um tormento para mim pois são muitos filmes bons que assisti até agora, o que me complica para fazer o Top 3 do Cinemaníacos de 2021. E “Culpa” entra forte na briga por uma vaga nesse pódio.
Dito tudo isso, é claro que vale muto a pena assistir “Culpa”!
Ficha Técnica:
Título Original: Den skyldige
Título no Brasil: Culpa
Gênero: Drama, Suspense
Duração: 85 minutos
Direção: Gustav Möller
Produção: Lina Flint
Roteiro: Gustav Möller, Emil Nygaard Albertsen
Elenco: Jakob Cedergren, Jessica Dinnage, Omar Shargawi, Johan Olsen, Katinka Evers-Jahnsen, Jacob Lohmann, Simon Bennebjerg, Laura Bro, Morten Thunbo
Companhias Produtoras: Nordisk Film Spring, New Danish Screen
Distribuição: California Filmes, Amazon Prime Video