SINOPSE: A influência de Drácula permanece grande enquanto Belmont e Sypha investigam planos de ressuscitar o notório vampiro. Alucard recebe um pedido de ajuda, e deve ter que lidar com a decisão de não seguir o caminho de seu pai. Já Carmilla e suas irmãs estão prontas para a guerra que vinham planejando, mas precisarão lidar com Isaac que que marcha com seu exército cada vez maior de demônios. Em meio a tantos conflitos e tramas, uma ameaça tão perigosa quanto Drácula vem ganhando força.

A Netflix vem fazendo um investimento maciço em animações, sejam elas histórias originais ou adaptações de franquias conhecidas. Dito isso, pode-se dizer que “Castlevania” foi o pontapé inicial para essa iniciativa da líder mundial do streaming em produzir cada vez mais conteúdo animado. 

Com apenas seis episódios, a primeira temporada de “Castlevania” foi uma espécie de teste. Mas a força da franquia e o grande número de fãs dos games fizeram a Netflix seguir em frente. Com uma animação que me incomodou no começo, a série animada tinha como chamariz para aqueles que conheciam os jogos, a mitologia e os personagens. E para quem não conhecia, que era o meu caso, a violência e tom de fantasia e terror da história.

Após essa grande apresentação, a segunda temporada trazia o embate de Trevor Belmont, Sypha Belnades e Alucard contra Drácula e seu império vampiresco. Com uma melhora na qualidade da animação, que permitiu uma fluidez maior nas sequências de ação e violência e um aprofundamento maior na mitologia dos games, a série animada ganhava de vez espaço na lista das produções preferidas da Netflix.

A terceira temporada, parecida com a primeira, serviu como uma introdução para os eventos que viriam a ser concluídos no ano final de “Castlevania”, além de mostrar como o mundo se comportava sem a presença de Drácula, morto por Belmont, Sypha e Alucard.

Depois de matarem o demônio preso nas catacumbas de uma igreja, Belmont e Sypha passam a impedir tentativas constantes de ressuscitar Drácula. E se apropriando das palavras de Sypha, essa história se tornou cansativa. A única coisa interessante dessa trama na quarta temporada é que a volta do Vampiro-Rei é parte de um plano maior arquitetado por uma entidade poderosa e antiga.

Alucard, um dos personagens preferidos dos fãs do game, provavelmente é o personagem mais mal aproveitado nesse arco final. O filho e algoz de Drácula se torna apenas peça no esquema engendrado por Saint Germain, uma participação muito especial no desfecho de “Castelvania”.

Mas a temporada final de “Castlevania” tem dois grandes momentos. O primeiro deles é o confronto entre Carmila e Isaac. Toda a sequência, desde a invasão ao castelo da vampira pelo exército de demônios do mestre da forja mais leal de Drácula até o confronto direto entre eles, é espetacular e sangrento. No embate entre os dois, conseguimos finalmente ver toda a força e fúria assassina de Carmila.

O segundo grande momento da quarta temporada fica pelo combate de Belmont, Sypha e Alucard contra a entidade que quer ressuscitar Drácula. Mais uma vez vemos o belo trabalho do estúdio Project 51 nas cenas de ação bem animadas e fluídas. O resultado do trabalho do estúdio de animação é uma sequência frenética e grandiosa como as grandes batalhas apresentadas em “Castlevania”.

O final me decepcionou um pouco, pois o achei “Felizes para Sempre” em demasia. Não sou avesso a finais felizes, mas no caso de “Castlevania”, um desfecho onde houvesse consequências mais sérias para nossos heróis combinaria mais.

Voltando um pouco na questão dos personagens, preciso dizer que se Belmont e Alucard são que nem o José Serra: verdadeiros “águas de chuchu”; Carmila, Isaac e Sypha são os que mais chamam a atenção na temporada final de “Castlevania”. Aliás, toda a história dos três, desde o começo da séria animada, já dava indícios que seriam os que mais cresceriam em termos narrativos e até de protagonismo. Isaac e seu exército cada vez maior de demônios. Carmila, uma mescla perfeita de inteligência e fúria. Sypha, que se torna uma mulher “bad ass” e arrebenta qualquer um que entrar no seu caminho.

A série animada principal de “Castlevania” terminou, mas a Netflix já anunciou um spin-off focado em Maria Renard e Richter Belmont e aparentemente será uma história completamente nova. Mas espero que façam algumas concessões criativas na mitologia dos games e traga Isaac novamente, pois o mestre da forja com seu imenso exército de demônios, agora livre da sua sede de vingança contra aqueles que traíram Drácula, se mostra uma ameaça até maior que os vampiros.

“Castlevania” começou derrapando na sua estreia, mas engrenou nas temporadas seguintes. O final me decepcionou em alguns pontos mas acertou precisamente em outras decisões narrativas. A animação da Project 51 também evoluiu ao longo das temporadas e veio para ficar, tanto que o estúdio assinou um contrato de exclusividade com a Netflix, que além do spin-off focado em Maria Renard e Richter Belmont, animará a segunda temporada de “Sangue de Zeus”, a continuação de “He-Man” e será responsável por “Diablo”.

Não é o melhor final para a série animada, mas se você a assistiu desde o começo como eu, então sim, vale a pena assistir a quarta temporada de “Castlevania”.

Ficha Técnica:

Título Original: Castlevania

Título no Brasil: Castlevania

Gênero: Fantasia, Ação, Terror

Temporada:

Episódios: 10

Criador: Warren Ellis

Produtores: Adi Shankar, Fred Seibert, Ted Biaselli, Kevin Kolde, Larry Tanz, Warren Ellis, ason Williams, Maki Terashima-Furuta

Diretores: Sam Deats, Amanda Sitareh B.

Roteiro: Warren Ellis

Elenco: Richard Armitage, James Callis, Alejandra Reynoso, Graham McTavish, Tony Amendola, Matt Frewer, Emily Swallow, Theo James, Adetokumboh M’Cormack, Jaime Murray, Peter Stormare, Jessica Brown Findlay, Yasmine Al Massri, Ivana Miličević, Bill Nighy, Navid Negahban, Gildart Jackson, Christine Adams, Malcolm McDowell, Marsha Thomason, Titus Welliver, Toks Olagundoye, Matthew Waterson

Companhias Produtoras: Frederator Studios, Shankar Animation, Project 51

Transmissão: Netflix

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Publicado por Marcelo Santos

Quase biólogo, formado em Administração. Maníaco desde criança por filmes e séries. Leitor assíduo de obras de ficção, terror, fantasia e policial.

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