SINOPSE: O detetive Joona Linna passou dois anos em uma prisão de segurança máxima quando recebeu uma inesperada visita. A polícia precisa de sua ajuda para deter um misterioso assassino: o chamam de O Caçador de Coelhos, pois a única conexão entre suas vítimas é que ouvem uma canção de ninar sobre coelhos antes de morrer. Joona agora tem a chance de sair da prisão para, com a policial Saga Bauer, tentar desvendar quem é esse misterioso caçador e salvar seus próximos alvos. Mas o que aparentemente parece ter motivações terroristas se transforma em um dos casos mais complexos de sua carreira.

Dessa safra imensa de escritores nórdicos de livros policiais, Lars Kepler (pseudônimo dos autores suecos Alexandra Coelho e Alexander Ahndoril) são disparados, os meus preferidos. Meu primeiro contato com as obras deles foi o espetacular “O Homem de Areia”. Fiquei impressionado com o ritmo narrativo e com Jurek Walter, um serial killer com ares quase sobrenaturais.

Completamente conquistado com a forma de contar histórias policiais de Lars Kepler, consumi com muita empolgação “Stalker”, segundo livro dos autores suecos lançado pela editora Alfaguara. E mesmo apresentando um assassino um pouco inferior a Jurek Walter, a obra literária mantém o ritmo narrativo alucinante e tenso de “O Homem de Giz”.

Então, é claro que comprei “O Caçador”, mais novo livro de Lars Kepler lançado aqui no Brasl. E fiquei surpreso tamanha frustração ao terminar de lê-lo.

Enquanto achei “O Homem de Giz” e “Stalker” muito bem amarrados, com as várias tramas paralelas se ligando perfeitamente a história principal, “O Caçador” em alguns momentos me pareceu um livro desconjuntado. Exemplos dessa afirmação não faltam, como a ida de Saga Bauer para os Estados Unidos falar com uma mulher que pode ter pistas essenciais para prender o Caçador de Coelhos. O que começa como uma linha narrativa interessante, perde completamente a importância, pois por razões que não entendo, Lars Kepler decide que a grande revelação que essa investigação traria, deveria vir pelas mãos de Joona Linna.

Mas o maior exemplo de que “O Caçador” é desconjuntado, com subtramas ineficazes é toda a operação antiterrorista mostrada no livro. O primeiro assassinato mostrado pelo Caçador de Coelhos acaba tendo repercussões que levam o Governo Sueco a achar que se trata do primeiro ato de um plano para causar o terror no país. Dessa forma, Joona Linna se vê envolvido em uma operação para parar uma possível organização terrorista.

Toda essa parte do livro não tem a menor necessidade de existir, não fazendo ligação nenhuma com a trama principal. É como se os autores de “O Caçador” tivessem decidido que queriam, por birra pura, escrever sobre terrorismo.

A excessiva necessidade de Lars Kepler em detalhar algumas situações nesse livro em específico me incomodaram também. Ficar repetindo que o couro da roupa tática de Saga Bauer colando em sua pele ou de estar nua por baixo delal é desnecessário, pois já tinha entendido da primeira vez sobre o desconforto da personagem com a vestimenta. Parece coisa pequena, o problema é que situações assim, acontecem várias vezes.

O desfecho do livro foi decepcionante pois o Caçador de Coelhos ser descrito como alguém com um treinamento militar de Forças Especiais, me pareceu bem interessante, já que o confronto derradeiro com Joona Linna, que é apresentado como um super-policial, se mostrou empolgante. Mas o resultado foi bem diferente do que se desenhou na minha imaginação.

“O Caçador” é ruim e se não fosse o pseudônimo Lars Kepler impresso na capa do livro, parece ter sido escrito por outras pessoas. Minha ansiedade agora fica por conta da editora Alfaguara lançar aqui no Brasil “Lazarus”, o próximo livro de Lars Kepler, que promete trazer de volta Jurek Walter dos mortos.

Me tornei fã de Lars Kepler, e continuo achando-os os melhores dessa safra de escritores nórdicos, mas por ser muito inferior quando comparado com “O Homem de Giz” e “Stalker”, digo que não vale a pena ler “O Caçador”.

Ficha Técnica

Título Original: Kaninjägaren

Título no Brasil: O Caçador

Autor: Lars Kepler

Tradutor: Renato Marques

Capa: Comum

Número de páginas: 528

Editora: Alfaguara

Idioma: Português

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Publicado por Marcelo Santos

Quase biólogo, formado em Administração. Maníaco desde criança por filmes e séries. Leitor assíduo de obras de ficção, terror, fantasia e policial.

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